Chapter 55

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  Ainda muito atordoado saí daquela casa e fui de encontro à livraria de Ray. Eu não me sentia bem e a falta que eu sentia de Frank era ainda maior que a raiva que eu passei a nutrir.

  Quando eu finalmente cheguei até a livraria encontrei vários livros abertos e espalhados pelo chão. Eu realmente tinha muito o que agradecer a Raymond, mas agora não era exatamente a melhor hora.

  O encontrei nos fundos da loja e, assim que entrei na sala vi o brinquedinho e criança do meu irmão.

-Ray...-o chamei baixo, mas ainda audível, apenas para que ele soubesse que eu estava ali.

-Eu já ia mesmo te ligar, acho que...- ele se virou e incorporou uma expressão preocupada.- Aconteceu alguma coisa, Gerard?

  Contei a ele detalhadamente o episódio com Michael na casa abandonada e ele me ouviu atenta e pacientemente.

- Eu realmente sinto muito por tudo isso, Gerard.

- Obrigado, Ray.. Mas..bem, você ia dizendo alguma coisa sobre me ligar,né?

- Ah sim. Quase me esqueci. Bom, aquele bicho ali - ele apontou com desdém para o unicórnio em cima da mesa - foi bem útil.

- Útil?

- Sim. Com muito custo consegui fazer um feitiço de localização.- ele disse, sorridente.

- Então quer dizer que..

- Achei o lugar onde Michael está escondido.

- Me dá o endereço. Eu vou para lá agora mesmo.

- Calma, Gerard. A gente ainda não sabe se isso é uma de suas armadilhas e..

- Eu preciso arriscar, Ray..

- Você não acha mais prudente montar um plano primeiro? Ou alguma estratégia, não sei.. Seria melhor se..

- Frank não pode esperar tanto.

- Mas são só alguns minutos..

-Ray, não. Eu preciso do endereço. Preciso do Frank de volta.

  Ainda relutante Ray me estendeu um pedaço de papel com o nome de uma rua e um número logo em seguida. O endereço não era tão perto quanto eu gostaria, mas pelo menos já sabíamos onde ele estava. Quando voltei a olhar para ele, porém, percebi que Ray não tinha expressão e estava praticamente estático. Eu já o conhecia bem o suficiente para saber do que se tratava.

-Ray.. Tá tudo bem? Você...teve uma daquelas visões de novo, não é? - ele assentiu minimamente.- O que você viu?

- Eu...não sei. Não entendi. Hm..tinha um lugar muito escuro e vários barulhos sobrepostos.. Só consegui identificar alguém chorando.. Você estava lá e eu cheguei com o livro das flores na mão..

- O livro? Não faz sentido. Nós já deciframos a profecia.

- Mas obviamente deixamos passar algo.

- Impossível, Ray..

- Gerard, sério. Espera um pouco. A gente investiga o livro e depois..

- Não, Ray! Eu não posso mais.. Não consigo adiar. Não posso perder o Frank.. - a última parte foi mais como um sussurro, mas suficiente para que ele entendesse que não poderia me parar.

  Ele desistiu de me manter ali por mais tempo e prometeu me ligar assim que descobrisse algo. Na verdade, disse que se juntaria a mim o quanto antes.

  Com um abraço preocupado nós nos despedimos e eu rapidamente já seguia o meu caminho. O tempo era um dos meus maiores inimigos agora, além das chuva que começou a cair de repente e, é claro, meu irmão.

  Levei muito tempo para aceitar que o que eu sentia por Frank e não deixaria mais nada- ou ninguém- nos separar.

  Custe o que custar.

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Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora