Vampires Will Never Hurt You /Frerard/

Chapter 53

  A água morna do chuveiro batia em minha pele, mas não era capaz de tirar aquele sorriso idiota do meu rosto. Todos os detalhes da noite de ontem rodavam vividamente pela minha cabeça e era até difícil me concentrar no banho.

  Todos os sons, todas as sensações, tudo era tão real e ao mesmo tempo tão inacreditável.

  O melhor foi acordar no outro dia e já receber um daqueles sorrisos apaixonantes logo cedo. Não só seus sorrisos, na verdade tudo nele era apaixonante. E extremamente viciante.
 
  Depois de ficarmos enrolando alguns minutos na cama, eu resolvi que iria tomar um banho,pois precisava me refrescar e, após alguns protestos de Frank, que queria se juntar a mim, ele resolveu então que adiantaria o café.

  Não sei quando fiquei tão dependente dele, mas agora eu simplesmente não conseguia pensar em outra maneira de acordar todos os dias se não como hoje. Ele era diferente e me fazia ser diferente também. Não diferente, melhor.

  Antes eu simplesmente encarava tudo como parte da minha terrível existência, mas agora, com ele,eu vejo que na verdade é muito mais que isso. Eu sou muito mais que um cara condenado a uma vida eterna de mágoas e arrependimentos. Eu sou muito mais que um cara preso à um passado sombrio e distante. E, o mais importante, eu só sou "muito mais" porque eu tenho ele.

  Desliguei o chuveiro e me enrolei em uma toalha. Me sequei rapidamente e vesti uma boxer preta ( diga-se de passagem que foi uma escolha de Frank) e minha jeans. O aroma do café do Frank já começava a se espalhar pela casa, e isso foi o suficiente para me deixar com uma fome gigantesca.

  Não é possível! Ele tem que ser ruim em alguma coisa!

  Parei um tempo em frente ao espelho e pude ver que eu ainda tinha algumas marcas de mordidas e arranhões espelhadas pelo corpo, fazendo com que um sorriso ainda maior- se é que isso era possível- se abrisse em meus lábios.

  Eu estava novamente perdido em minhas lembranças da noite anterior quando ouvi um barulho vindo da cozinha.

  Viu, eu disse que ele tinha que ter algum defeito: ele é desastrado na cozinha.

  Segui em direção à cozinha pronto para vê-lo envergonhado por provavelmente ter quebrado alguma coisa.

- Se você puder....- minha maior surpresa foi ver a cozinha completamente vazia, a não ser pelo pó de café espalhado pelo chão junto com uma vasilha. - Frank?

  Sem resposta. Aqueçe silêncio estava estranho demais. Comecei s procurar pela casa e cada vez eu chamava seu nome mais alto. Eu já estava gritando, na verdade. Ele não pode ter sumido asssim.

  Parei na sala e achei meu celular. Já ia ligar para ele quando vi seu aparelho jogado no outro sofá.

  Bom.. Talvez ele tenha saído para comprar alguma coisa e...

  Olhei pela janela e meu olhar recaiu sobre meu jardim. TODAS as flores estavam murchas. Sem exceção.

  Disquei o número de Ray ainda meio em choque e eu provavelmente o acordei, já que, ao atender, ele apenas murmurou algumas palavras que eu não me importei em tentar entender.

- Ray! Rápido! Eu preciso da sua ajuda..

- Bom dia para você também, Gerard. - ele falou calmamente, com sua voz de sono, mas eu estava em outra frequência para responder à sua ironia.- O que você quer?

- Michael pegou o Frank.