Chapter 19

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  Fiz o trajeto todo de vota pensando no que Frank pretendia com tudo aquilo. Será que ele havia descoberto sobre mim? Talvez ele não quisesse mais me ver por isso. Talvez estivesse com medo.

Mas se fosse isso ele não teria me deixado um bilhete, certo? Ou teria?

  Comecei a achar que eu estava me preocupando a toa. Quer dizer, o porteiro disse que ele saiu com um cara. Saiu, ou seja, não foi arrastado/sequestrado do apartamento.

  Mas ainda tinha algo muito estranho sobre o bilhete e a mensagem no meu telefone que eu não conseguia emtender. Ah, e também tinha a porta do quarto dele.

  Resolvi pegar um caderninho e anotar o que eu sabia até agora. (Confesso que tenho mania de organização, e faço isso até mesmo com as minhas ideias.)

  Escrevi tudo o que eu sabia, ou seja, nada. Passei um bom tempo com o caderno em branco nas mãos e comecei a achar que eu podia estar novamente exagerando com essa situação.

  Talvez ele esteja tentando me pregar uma peça depois da história da flor..

  Lembrei-me do dia em que ele me contou isso e de como seus cabelos caíam graciosamente na frente de seus olhos enquanto ele falava. Me lembrei da sua voz rouca, do seu sorriso. De repente quis sentir seus lábios de novo, sua pele.

  Quando vi, já estava desenhando no caderno que, segundos antes, tinha o objetivo de resolver um mistério que provavelmente eu mesmo tinha inventado.

  Meus traços eram rápidos e precisos. Não demorou muito e eu já tinha um perfeito escorpião desenhado. Talvez eu tivesse passado tempo demais olhando para o pescoço dele quando nos encontramos e, por isso, sua tattoo tenha ficado na minha cabeça. Não sei porquê essa em especial, já que ele provavelmente não tem mais onde se tatuar, mas algo me chamou atenção nela.

  Arranquei a folha e a pendurei do lado do outro desenho que eu havia feito. Eu podia sentir que ainda viriam muitos outros e me empolguei (só um pouco) com a ideia.

  Olhei para a estante e vi o bendito livro que Raymond me entregou. Ainda não conseguia relacionar essa história louca com nada da minha vida e resolvi que voltaria lá amanhã assim que acordasse a fim de tirar isso a limpo.

  Deitei pensando que poderia passar no apartamento de Frank depois e ver se ele estava bem. Com certeza ele estaria, mas eu queria conferir.

  Queria não, eu precisava conferir.

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora