Chapter 21

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  Li e reli aquele pedaço de papel umas 100 vezes e até agora não tinha conseguido entender nada. Como sempre. Aquela mensagem não fazia o menor sentido e eu não sabia se me preocupava ou me alegrava em saber que Frank, de alguma forma, estava bem.

  Resolvi que sozinho não conseguiria desvendar aquela mensagem louca, então me dirigi à loja do Raymond. Abri o papel e o li mais uma vez.

" Segunda da palavra é dispensada, pois ele não está mais comigo então deixarei poucas pistas sempre escondidas. "

  Cada vez que eu relia, mais confuso eu ficava.

  Continuei meu caminho e encontrei Raymond parado na porta, provavelmente à minha espera. Ele fez sinal para que eu entrasse e eu obedeci, em silêncio.

-O que aconteceu? Você parece tenso.

- Não sei quanto você sabe sobre minha vida, mas tem um cara de uma floricultura que..

- Frank.- me surpreendi um pouco com sua resposta.

- Exatamente. Bom, Frank e eu..nos conhecemos e começamos a conversar e...enfim, eu fui procurá-lo ontem e ele havia sumido, mas deixou um bilhete em sua cama que eu não consegui entender e agora tem esse outro também.. Não sei o que pensar.

- Tudo bem, Gerard. Deixa eu ver se eu consigo te ajudar em alguma coisa.

  Contei mais sobre como eu encontrei seu apartamento na noite anterior e dei os detalhes sobre a tranca da porta e o livro rabiscado.

- Bom, temos certeza que algo está acontecendo, mas ele é tão vago..- Raymond comentou.- A quem ele se refere no bilhete?

- Eu não sei.

- Pode ser algum vampiro. Explicaria o livro riscado. Provavelmente ele o ameaçou para que ele parecesse natural ao passar pela portaria também.

- Sim, mas eu não sei se Frank conhece algum vampiro. Fora eu, é claro. E Michael.

- Talvez ele não conheça. Por isso sua porta foi forçada. Ele deveria estar se escondendo.

- Parece uma teoria plausível.. Será que ele está bem?

  Raymond ignorou minha última pergunta e pediu o outro bilhete. Eu o entreguei e, assim que ele leu, fez uma expressão bem confusa.

-Acho que ele está tentando te dizer alguma coisa.

- Você acha? - respondi irônico recebendo um olhar mortal em troca. - Desculpa..

Ele riu, voltando sua atenção para o bilhete.

- Vocês dois tinham algum código ou coisa assim?

- Não..

- Se alguém realmente o forçou a deixar seu apartamento, também não gostaria que ele mandasse mensagens pedindo ajuda. Ele pode estar tentando escrever em código para que ele não seja descoberto.

- Você é um bruxo ou um investigador criminal?

-Você quer minha ajuda ou não?

- Tudo bem, tudo bem..

  Ele deu de ombros e pegou um lápis em uma gaveta. Ele murmurava alguma coisa sobre ter que achar o código na primeira frase e logo depois gritou um " Já sei!" bem animado.

- Sabe o quê? - perguntei, meio aéreo.

-O código! Com a primeira frase ele tenta dizer que é pra você eliminar as segundas palavras do bilhete.. - ele pegou o lápis e começou a riscar algumas coisas. - A mensagem ficou "Ele está comigo deixarei pistas escondidas ".

- O que isso quer dizer?

- Quer dizer que o tal vampiro que nós pensamos realmente o raptou e que ele pretende deixar mais pistas para que você possa encontrá-lo.

-Você é bom..

-Eu sei.- ele deu de ombros, o que me fez rir. - A questão agora é saber onde ele vai deixar essas pistas.

-No apartamento não vai ser. Ele não deve arriscar ser pego deixando os bilhetes em um mesmo lugar.

- Então pensa em um lugar que seja importante pra vocês.. Onde ele saiba exatamente que você procuraria.

- A floricultura! Vou pra lá agora.

- Espera, pode ser perigoso. Eu vou com você.

- Tudo bem, Raymond. É melhor você ficar aqui e usar suas habilidades de perito no livro. Eu volto se souber de algo.

- Tudo bem, então. Ah, e pode me chamar só de Ray.

  Trocamos nossos telefones com a promessa de ligar caso soubéssemos de algo novo. Logo depois, eu acenei e saí apressado em direção à floricultura onde nos vimos pela primeira vez.

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora