Chapter 28

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  Tentei dormir, mas não consegui pregar o olho a noite toda. Não depois de ter lido sua mensagem. Ele deve ter se arriscado muito para trazê-la até minha casa e me preocupei mais com essas pequenas "aventuras" .

"Eu vi você ontem, sinto sua falta. "

  Eu podia ouvir sua voz dizendo essas palavras para mim. Seja lá o que aconteceu, ele pôde me ver também e isso me deixou mais tranquilo, pois ele, agora, sabia que eu estava realmente à sua procura.

  Acabei fazendo mais desenhos dele durante a noite. O primeiro era sobre seus olhos novamente, só que dessa vez com as lágrimas que eu havia visto ( sei que é meio estranho desenhar uma pessoa chorando, mas os olhos dele estavam tão brilhantes que..enfim.). O segundo era sobre o sorriso fraco que ele abriu quando me viu parado à porta do quarto onde ele estava e o último era seu sorriso normal, o que ele abria quando nós conversamos.

  Eu já havia pendurado todos eles junto com os outros, na minha estante, quando resolvi sair à procura de Ray.

  Me surpreendi ao chegar à loja e a encontrar trancada. Ray já havia me dito que morava nos fundos, então pensei que ele ainda pudesse estar dormindo, por isso, resolvi dar um tempo e tentar ocupar minha mente com outra atividade.

  Me arrisquei e voltei até o apartamento do Frank. Sabia que não encontraria nada de novo lá, mas talvez eu pudesse me sentir melhor ao ver o ambiente em que ele vivia.

  O porteiro me recebeu normalmente e deixou que eu subisse. A sala estava exatamente como eu me lembrava da outra visita.

Pelo menos ninguém voltou aqui..

  Dei mais uma olhada por lá a fim de verificar que eu não havia deixado nada para trás e, subitamente, me lembrei que não vi o celular do Frank com ele quando fui magicamente transportado para onde ele estava.

  Peguei meu telefone no bolso e disquei o número de Frank. Pude ouvir, graças à minha super audição (ou algo parecido com isso), um barulho abafado vindo de seu quarto. Me dirigi até o cômodo e concluí que o barulho vinha de algum lugar da sua estante. Tirei alguns livros do lugar, ainda com meu celular na orelha e finalmente encontrei o aparelho escondido atrás de uma pilha de livros.

  Eu estava me surpreendendo com a esperteza daquele ser. Sinceramente, ele não tinha cara de quem pensaria em algo assim. Sem ofensas.

  Guardei o celular no bolso, junto com o meu e saí dali o mais depressa possível, antes que algo mais louco acontecesse. Quando eu estava entrando no elevador para voltar à portaria escutei uma voz conhecida falando ao telefone.

- Você tem certeza que deixou o celular aqui antes de sair?- ele fez uma pausa.- Se eu não encontrar nada aqui eu juro que...

  A porta do elevador se fechou antes que eu pudesse ouvir o final da frase de Michael.

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora