Vampires Will Never Hurt You /Frerard/

Chapter 54

  Eu, surpreendentemente, consegui me manter calmo, enquanto Ray estava gritando desde a hora que eu lhe expliquei o que havia acontecido.

- COMO ASSIM ELE SUMIU? GERARD, ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA?

-Pela milésima vez, Raymond. Eu estava no banho e Frank preparava o café. Eu ouvi um barulho estranho e quando cheguei lá já não havia mais ninguém.

- Eu sabia que a gente deveria ter feito a droga do feitiço de proteção ontem!

- Eu sei Ray, a gente deveria, mas não fizemos. Agora tudo o que a gente pode fazer é encontrá-lo.

  Pude ouví-lo suspirar do outro lado da linha. Ele sabia que eu estava certo e que deveríamos juntar todas as nossa forças para achar Frank o mais rápido possível.

-Bem, eu...vou procurar algo útil em algum livro por aqui.

- Obrigada, Ray. Por tudo.

  Trocamos mais algumas palavras e ele prometeu me ligar assim que encontrasse algo importante. Enquanto isso eu não tinha escolha a não ser esperar sua ligação.

  Me joguei no sofá e tentei pensar em qualquer coisa diferente da crescente preocupação com o meu pequeno tatuado. Só haviam se passado 5 minutos e eu já tinha pensado em umas 100 formas de Michael matá-lo, o que me afligiu ainda mais.

  O ar me faltava e ficar ali sozinho acabaria me sufocando, então decidi tomar um ar. Guardei meu celular no bolso frontal da calça, vesti a primeira camisa que eu vi na minha frente e saí.

  As pessoas à minha volta pareciam ter uma vida tão banal e...perfeita. Às vezes eu queria ter essa vida de volta. Não me preocupar tanto e poder me concentrar em outras coisas a não ser reprimir a todo momento minha vontade de sair por aí saciando minha sede. Era tão difícil ser assim.

  Eu tinha inveja de todos esses casais que esbanjavam felicidade pelas ruas e de todos os amigos que compartilhavam risadas e histórias juntos. Eu era privado de tudo isso. E agora eu só queria poder ser assim de novo.

  Foi ainda com isso em mente que eu me lembrei da casa em que Michael manteve Frank e Ray da última vez.

  Qual a probabilidade de ele ter voltado para lá?

  Resolvi arriscar. Acelerei o passo e rumei em direção àquela rua sempre deserta. Fui direto até a casa que me trazia lembranças horríveis do tempo em que fiquei longe de Frank e entrei, determinado.

  Infelizmente, o local parecia tão abandonado quanto da última vez que eu estive aqui. Fui até o quarto de onde libertei Frank apenas para me lembrar do abraço mais que inesperado que ele me deu e rapidamente já estava de volta à sala de estar. Só havia uma diferença: alguém estava ali me esperando.

- Ora, ora. Se não é meu irmãozinho apaixonado. É lindo ver você se arriscando tanto por um idiota como o Frankie.

- Cala a boca, Michael! Onde ele está?

- Não vai me dizer que está com ciúmes agora? - Ele soltou uma risada alta e cínica e eu pude jurar que faria de tudo para me vingar de todas essas provocações. - Não seja tolo, Gerard! Ele não vai me escapar dessa vez.

- O que aconteceu com você, Michael? Você nunca foi assim...

- Não me venha com esse papo sentimental de merda! Eu só quis te avisar para ficar longe do meu caminho. Não serei tão bonzinho com você da próxima vez, estamos entendidos?

- Você é um..

  Não tive tempo de responder. Ele saiu tão rápido quanto apareceu e logo eu estava sozinho novamente naquela sala.

  Ele estava cultivando todos os meus piores sentimentos.

  E eu podia sentir que a hora de colhê-los estava cada vez mais próxima.