Vampires Will Never Hurt You /Frerard/

Chapter 48

Ele tinha um olhar inquisidor (que cá entre nós eu demorei para perceber, já que ele ainda não havia colocado a calça). Eu não sabia o quanto ele havia escutado e resolvi ignorar toda aquela situação, me sentando à mesa para tomar o café que Ray preparou.

- Você não vai mesmo responder?- ele disse com cuidado enquanto se aproximava e se sentava ao meu lado.

- O que você ouviu?

-Tudo menos a sua resposta. - ele abriu um sorriso de tirar o fôlego logo depois, apesar de eu saber que ele estava tentando apenas esconder sua preocupação/decepção.

-Eu realmente gostaria de tomar o café primeiro e..

- Ah, Gerard! Faça-me o favor, né! -Ele bateu com os punhos na mesa em um claro sinal de frustração e eu dei um sorriso vitorioso ao saber que eu também conseguia tirá-lo do sério.- Pode tirar esse sorrisinho do rosto e responder logo a pergunta que o Ray te fez!

- Não me lembro de pergunta nenhuma..- me servi com um pouco de café- Será que você se importa em refrescar minha memória?

Tomei uma parte do café apenas para abafar minha risada enquanto eu via Frank claramente desconcertado.

-Bem, ele..- ele não me encarava mais e passou a brincar com um dos biscoitos que estavam na mesa. - Você..o que você sente exatamente? Sobre..hm..nós?

Ele levantou o olhar por apenas alguns segundos e voltou a atenção para sua xícara de café logo depois.

- Você quer mesmo saber?

Ele me olhou meio indeciso. Eu já não sabia se estava fazendo isso para vê-lo completamente sem jeito ou para ganhar tempo e reunir o máximo de coragem que eu tinha e assumir tudo o que estava preso dentro de mim.

-Sim..

- Então você não se importaria em responder primeiro, certo?

- Eu não preciso, você já sabe a resposta.

- Então você também já sabe a minha..

Ele bufou e tentou me ignorar enquanto tomava um pouco do café, mas logo já estava insistindo por uma resposta novamente.

-Aah, Gee...fala..-sua voz ficou manhosa e ele foi se aproximando aos poucos- O que que tem, hum? - ele se sentou no meu colo - Você pode assumir que gosta de mim, eu não ligo.

Logo ele já havia colado nossos lábios em um beijo inicialmente calmo, mas que se intensificava a cada segundo. Eu apertei minhas mãos em sua cintura e ele insistia em se aproximar mais, ainda que não houvesse mais nenhum espaço entre nós. Ele começou a dar leves puxões em meus cabelos e minhas mãos passaram automaticamente para debaixo da sua blusa, já lhe arrancando alguns suspiros mais exaltados.

Comecei a me levantar da cadeira ainda com ele em meus braços e ele ficou, mais uma vez, na ponta dos pés, de forma que eu o ergui um pouco, o fazendo se sentar em cima da mesa. Ele passou as pernas ao redor de mim e eu já estava me empenhando em abrir o zíper da minha jeans quando um estrondo extremamente alto ecoou pela cozinha.

Nós rompemos o beijo e nos olhamos assustados tentando entender de onde vinha o barulho. Corremos os olhos pela cozinha e eu avistei minha xícara de café - vários pedaços dela, na verdade- jogada no chão. Haviam cacos, assim como o próprio café, espalhados em boa parte da cozinha e só então nós nos demos conta de que não estávamos em minha casa.

Ele desceu apressado da mesa e nós limpamos tudo rápido, ainda com cuidado para não terminarmos com algum corte. Ele me olhou com um sorriso travesso e eu já considerava a possibilidade de comprar outra xícara para Ray.

-É melhor você ir lá contar isso para ele.. - eu assenti e comecei a me dirigir à porta quando ele me interrompeu - E não pense que esse assunto acabou. Eu ainda quero saber sua resposta...e termimar o que a gente estava começando.

Foi o suficiente para que eu saísse com um baita sorriso da cozinha.