Ficamos um tempo assim. Às vezes ele deslizava as mãos pelas minhas costas ou começava a brincar com meu cabelo, enquanto eu apenas apertava um pouco sua cintura. Ele tinha uma pressa incrível em me beijar, como se tivesse que conhecer cada parte da minha boca rapidamente antes que algo nos separasse ou impedisse.Não me importei com sua atitude impulsiva (até porque eu estava me segurando para não fazer o mesmo) até que ele resolveu se aproximar mais, sendo que já estávamos praticamente colados ali, mas foi o suficiente para que eu sentisse o volume que se projetava da sua calça em minha coxa.
Fui me levantando aos poucos, sem parar o beijo, o trazendo comigo, a fim nos levar até meu quarto.
Andamos meio atrapalhados por um tempo, já que nossos lábios nãos se desgrudavam por nada. Trombamos em quase todos os móveis da casa até que eu pausei o beijo e nos separei minimamente, tentando tomar fôlego e andar sem carregar a casa inteira junto, ao que ele me empurrou, com um sorriso satisfeito, e me pressionou contra a parede do corredor.
Senti cada parte de meu corpo se arrepiar quando ele pousou os lábios em meu pescoço, primeiro deixando beijos rápidos, depois dando algumas mordidas de leve e enfim sugando minha pele com uma vontade que eu não imaginava que ele tinha ( a única coisa que eu sabia, na verdade, é que eu acordaria com várias marcas roxas no pescoço), enquanto, em contraste com toda essa euforia, mantinha a mão sobre o outro lado do meu rosto, o acariciando docemente.
Foi aí que eu percebi que por mais que eu me esforçasse, por mais que eu quisesse me manter sob controle, eu não seria capaz de me conter. Talvez se eu fosse um cara normal aquilo daria certo, mas eu não era e eu não podia arriscar. Quer dizer, e se as minha presas crescessem do nada e eu acabasse com uma poça de sangue de um lado da cama e um corpo sem vida do outro? E se o empurrasse ou algo do tipo e ele fosse arremessado até a parede mais próxima? Eu tinha força de sobra para fazer isso.
-Frank...- eu comecei, tentando achar um jeito menos trágico de falar isso tudo. Ele não respondeu, mas eu continuei - Frank..você tem certeza que quer continuar com isso?
Ele parou por alguns segundos e me olhou de maneira descrente.
- Você quer mesmo que eu te responda?- ele respondeu, sem se afastar 1 milímetro sequer. Eu sorri com a resposta, mas não podia incentivar mais aquilo.
- É que...não sei até onde você sabe,mas...eu..meio que sou um vampiro também, então..
-Então..?
- Você não tem medo de que eu possa..
- Você acha que eu teria vindo passar tempo indeterminado aqui se eu não confiasse em você?
Foi o suficiente para que eu me calasse, enquanto pensava no que ele havia dito e eu pude ter certeza que por mais que todos aqueles "E se..?" começassem a acontecer, eles não iriam se concluir porque alguma coisa naquele homem que me encarava com uma expectativa enorme agora não me deixaria machucá-lo.
Ele ainda esperava que eu dissesse mais alguma coisa quando eu o empurrei para trás, de encontro a outra parede, assim como ele havia feito comigo minutos atrás.
Um novo sorriso se abriu em seu rosto e eu levei meus lábios até a tatuagem de escorpião em seu pescoço, que tanto rodou em minha mente nesses últimos dias. Enquanto ele fechava os olhos e brincava com meus cabelos eu descia lentamente minhas mãos do seu pescoço para sua cintura. Dessa vez, passei as mãos por debaixo de sua camisa, sentindo sua pele quente quando ele estremeceu, em oposição ao meu toque frio.
Demorei algum tempo na região perto do cós de sua calça e fui aos poucos subindo por seu corpo, sem nunca tirar minha boca de seu pescoço. Deixei minha mão em sua cintura por um tempo, simplesmente apreciando a situação que nos encontrávamos, mas senti uma necessidade intensa de acabar com aquilo de uma vez. Apertei sua cintura e me surpreendi quando ele liberou um "ai!", não como um gemido, mas como uma exclamação.
Parei o que estava fazendo e o olhei, tentando entender se eu havia me excedido com a força que eu usei ou se alguma outra coisa o encomodava. Ele também me encarava com uma expressão preocupada e murmurei um rouco "o que foi?"
-Err...não foi você, é que..
Ele ficou um tempo encarando o teto enquanto procurava as palavras para terminar sua frase. Eu pude sentir que alguma coisa estava muito errada e, ainda no espírito de Sherlock Holmes que me bateu mais cedo para descobrir o endereço escondido na mensagem que ele me mandou, deduzi rapidamente o que era.
Levantei, em um movimento rápido, sua blusa até a altura onde minhas mãos haviam chegado antes de ele reclamar e eu nem tive tempo para analisar as outras tatuagens que o cobriam.
Minha atenção foi toda voltada para os enormes hematomas roxos que se estendiam por todo seu corpo.
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Vampires Will Never Hurt You /Frerard/
FanfictionDois irmão,uma profecia. Será que um amor é capaz de destruir laços? Ou será que ele cria novos?