A porta se abre, saio observando escantada a beleza da recepção.
— Aí meu Deus.. me ajude a sair daqui. Por favor! — Oro em voz baixa.
Cumprimento com um aceno e um sorriso, dois dos cinco porteiros de unifome azul com luvas brancas.
— Até aqui tudo bem Luciana. — Falo sozinha. — Me ajude meu Deus.
Passo séria sem dar muita atenção a três recepcionistas de uniformes com saia preta, blusa laranja e luva branca.
— Opss... tenho que tomar cuidado. — penso e sinto meu coração bater mais forte. — Não posso ser pega logo agora.
Me desvio das quatro secretárias de roupa social, acreditando que elas já haviam sido avisadas por Beccy para não me deixar sair.
— Aleluia! Consegui. — comemoro baixinho com um sorriso, tapando os meus lábios para não emitir som.
Por fim procuro me desviar de formas estratégicas de dez seguranças de roupa social preta, blusa branca e gravata vinho.
— Urff! — Falo baixinho comigo mesma. — Cheguei do lado de fora, apavorada... mas consegui, pensei que seria pega, mas graças à Deus deu tudo certo.
Estou até soando de tanto nervosismo.Está amanhecendo.
— Bom dia! — Cumprimenta uma senhora passeando com seu cachorrinho chihuahua.
Nossa! Como é bom ver gente denovo.
Pessoas que tem seus planos, seus projetos... uma vida normal— Bom dia! — Respondo com um lindo sorriso.
Eu sempre fui fascinada pela praia, por isso a primeira coisa que faço é caminha em direção a ela.
Atraversso a avenida na faixa de pedrestres após o sinal fechar, passo pelo calçadão, onde um homem corre de bermuda bege, camiseta azul bebê e um boné branco, chego na areia e sinto uma paz interior tão gostosa.
Respiro fundo de olhos fechados.Agora já está claro e o sol está nascendo.
Corro, rodo, pulo e sento na areia rindo.
— Pala! — Uma menina de uns três anos fala com um menino da mesma idade.
Ela está sentada brincando na areia com um balde e uma pá de brinquedo.
— Marcos.... pare de bater na sua prima. — Fala uma mulher morena de olhos castanho-escuros passando bronzeado no seu corpo.
Levanto e caminho mais um pouco.
— Olha o picolé...picolé! — Grita um vendedor ambulante de chinelo, bermuda florida, sem camisa e boné amarelo. — Coco... baunilha... leite condensa... chocolate... milho verde... morango, kiwi e graviola!
Não sei como sobrevivi por quase um ano trancada sofrendo sem contato com o mundo.
Continuo caminhando em direção a água, sentindo o vento balançando os meus cabelos.
— Nossa... que gostosa! — Fala um dos três rapazes que passa fixando os olhos em mim. — Menina, sê te pego... te meteria gostoso!
Definitivamente odeio os homens.
Enfim chego nas águas e molho os meus pés. Que delícia!
As ondas me puxa como um ímã e eu me deixo levar.Já estou mergulhando e curtindo as ondas feito uma sereia feliz... muito feliz e vou mais para dentro do mar.
— Deixa vai? — Diz o rapaz magro, negro de cabelo liso escuro, dentro do mar, abraçado a uma jovem branca, loira de olhos azuis.
— Não! Ruy, aqui não. — A jovem responde afastando ele.
— Eu queria aqui, é tão gostoso. — Ele a puxa denovo.
— Deixa pra de noite. Eu prometo que faço do jeito que você gosta.
— Meu pau chegou a ficar duro.
Ele começa a beijar ela e fazer movimentos leve na água.
— Safada! Aposto que estava doida para me dar e ficou de charme. Deviam ir para um motel. — Falei baixinho.
Fui mais para o fundo e me veio um pensamento.
"... a única forma de eu me livrar de Beccy é morrendo..."
Então comecei a nadar para longe... bem longe... cada vez mais fundo.
Começo a afundar pensando em minha familia.
Não sinto medo, mas um alívio por dar um fim nesse destino cruel que me espera.Surgi a imagem desfocada da minha mãe Laura, me repreendendo.
— Saía já dessa praía Luciana de Souza Albuquerque! É uma ordem!
Elevo a mão para acariciar o rosto lindo da minha mãe Laura, mas a imagem se desfaz.
Como amo minha mãe, minha amiga, meu exemplo de vida, ela é o meu tesouro mais precioso.
— Obedece a sua mãe Luciana! — A imagem do meu tio Adolfo fala de braço cruzados.
Sorrio enguanto a imagem do meu tio vai desaparecendo.
— O seu quarto agora é meu sua bruxa! — Aparece a imagem do meu irmão Pablo pulando e sorrindo na minha cama.
Daria qualquer coisa para ter a minha família devolta.
— O quê?... Não!... Minha bonequinha... Não!... eu tenho tanto orgulho de você, eu a amo demais, por que está indo embora? — A imagem do meu pai Adriano desesperado com as mãos na cabeça.
Papai o senhor é o meu super herói...
— Lu! — Ouço a voz da minha irmãsinha Camila.
— Lu! — Escuto novamente.
Procuro nas águas mais só vejo poucos ráios solares.
— Eu tô ati Lu!
Começa a aparecer a imagem do rostinho rosado dela.
Como ela é linda!
Ela abre os pequenos bracinho pedindo colo.— Ti amu!
Abro a boca para responder que também a amo, mas acabo engolindo muita água.
Ela abaixa os braços e começa a chorar passando as mãosinhas no rosto que agora está vermelho.— Ocê... ocê... vai mola no céu?
Sinto meu coração doer.
— Lu... vô sentir taudades.
Me vem uma vontade imensa de chorar, mas agora é tarde demais para voltar atrás. Eu não tenho escolha.
Fecho os olhos e sinto um braço passar em volta de mim.
Será um delírio ou um anjo me levando para o céu?________________《》________________
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Beijos e até o 22° capítulo que terá a continuação de Exterminador!
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A Prostituta e o Assassino
RomanceLucy é uma prostituta com um passado estarrecedor e não se apaixona. É capaz de deixar qualquer homem ao seus pés. Guilherme é um assassino cruel e muito profissional. Não erra um alvo. Seu primeiro trabalho foi descarta seu próprio pai. ...