A Prostituta e o Assassino

C.31 - Lucy II.IX

A minha vida definitivamente acabou.
Paralisada... ali... em pé, vendo Gustavo de braços dados e tão feliz ao lado dela, foi o fim para mim.
Eles vem em minha direção.

— Amor essa é Luciana, a aniversariante. — Ele me olha.— Luciana está é a minha esposa Lívia Marins.

E agora?
Cumprimento ela ou enfio a mão na cara deles?

— É um prazer conhecer você Luciana, você é uma menina muito bonita e percebi que é tímida também. — diz Lívia me estendendo a mão, com a alegria bem nítida no rosto.

Tímida? Eu? Coitada, está iludida.

— Muito prazer! — cumprimento-a tentando sorrir e não voar no pescoço dela. — Fiquem a vontade.

Érick chega e passa o braço na minha cintura.

— Este é o Érick, meu namorado.— digo.

— Namorado? — indaga Gustavo com um tom agressivo e com o rosto avermelhado.

Aceno com a cabeça consentindo com um ar superior.

— Oi Érick, eu me chamo Lívia, sou a esposa dele. — Ela sinaliza com os olhos para Gustavo. —  Vocês formam um casal tão bonito.

Só não posso dizer o mesmo de vocês.

— Obrigado senhora Lívia.— respondeu Érick sorrindo.

Hãnm? Érick educado? O que será que deu nele hoje?

— Não precisa me chamar de senhora, somos praticamente da mesma idade.

— Não... precisa sim, você é a minha esposa. — disse Gustavo.

Eu sinto tanto ódio do Gustavo.

— Gustavo e Lívia eu peço licença, o Érick e eu temos quer cumprimentar os outros convidados. Podem se sentar. — digo tentando mostrar felicidade. — Vamos querido?

Me viro e puxo o Érick pela mão, vou a outro casal que não fazia ideia de quem é.

— Oi... eu sou a Luciana, a aniversariante. — digo cumprimentando com beijos no rosto. — Vocês estão sendo bem atendidos?

Enquanto eles respondem, eu me viro e os nossos olhos se encontram.
Gustavo me olha fixamente.

— Que bom! Sintam - se em casa. — digo e me afasto de mãos dadas com o Erick.

Espero que eles tenham dito que sim.

— Eu sabia que você me amava gostosinha. — diz Érick.

— Eu ainda estou segurando sua mão? Nem tinha percebido. — digo largando a mão dele. — Faz o seguinte, agora você segue o teu rumo, que eu seguirei o meu.

— O quê?... Não!... Número sete volta aqui.

Ai que garoto chato.
Me distancio dele e esbarro com a vaca da Raquel.

— Venha Lucy — ela me puxa pelo braço. — Estava te procurando a um tempão.

Sem entender nada sou apresentada a um monte de pessoas por Raquel.
Casais com e sem crianças,solteiros e solteiras, todos desconhecidos por mim.
Tinha deputados, prefeitos, governadores deste e de outros estados, empresários do Brasil, de Buenos Aires  e dos Estados Unidos.

— Raquel você viu a Lupita? — digo caminhando perto da varanda onde ela sempre fica.

A música não estava tão alta. Tocava clássicos agradáveis ao nossos ouvidos, com clipes no telão acima da porta de entrada.