A Prostituta e o Assassino

C:38 - Lucy III.II

Amor a primeira vista? É obvio que isso não existe!
Demorou... mas aprendi que os homens só conseguem amar a si mesmo e nós mulheres somos todas iludidas.

⏳💎⏳💎⏳

As nossas testa estão coladas uma na outra.

- Você sentiu isso? - indago ainda sem entende o que acabei de sentir dentro do meu coração.

Me sinto leve como uma pena voando sem destino, sendo controlada por um vento chamado paixão.

- Coloque a sua mão no meu peito, minha bela dama e terás a resposta para sua pergunta.

Quem é esse homem que faz meus pensamentos irem além da eternidade?

- Está acelerado. - digo.

Com toda certeza ele sentiu o mesmo que eu, consigo ver isso em seus lindos e enigmáticos olhos azuis com tons de cinza.

- Permita-me beijá-la novamente? - pedi Gui acariciando a minha bochecha com o polegar e me fazendo sentir desejada, de uma forma pura, sem obrigações. Me sinto como uma pessoal normal novamente.

Aceno com a cabeça, em sinal de aceitação.

- Você é tão linda Lucy. - diz Guilherme com voz de macho pegador, se aproximando lentamente, me deixando vulnerável aos seus encantos.

Ele eleva o meu rosto delicadamente com o polegar, para que os meus lábios se encaixem aos dele.
Me sinto como se caminhasse em nuvens feitas de algodão.
Nossa! Como é delicioso os lábios dele, nunca fui beijada desse jeito, é simplesmente perfeito.
Gostaria que esse momento não acabasse nunca.

Mas na minha vida tudo que é bom dura pouco e dessa vez não foi diferente, pois ele começa a passar a mão em meus seios, e então percebo que tudo não passou de uma ilusão da minha mente.
Eu estou tão fragilizada com a vida desgraçada que me prenderam, que acabo me apegando em um único instante de paz que encontro, sem pensar duas vezes e mais uma vez levo uma rasteira do destino.
Dou um tapa afastando sua mão dos meus seios.

- Esse tempo todo você só estava querendo transar comigo Guilherme? - indago furiosa pelo tamanho desrespeito dele. - Você me acha fácil só por que sou uma prostituta? Pensa que abro as pernas para qualquer um?

Agora está tudo tão claro, eu acreditando em suas meras palavras vazias e sem sentimentos.

Passo a mão nos meus cabelos, colocando-os para trás, pois os fios estavam me incomodando.

- Por favor Lucy... me perdoe! Eu não quero te desrespeitar, me dar mais uma oportunidade de mostrar quem sou de verdade. - Guilherme diz com os olhos fixos aos meus, com um semblante sério.

Minha alma quer acreditar nele, entro em uma briga com os meus sentimentos e a minha realidade.
Não posso me deixar levar, não devo ser fraca, tenho que proteger meu coração.

- É melhor eu ir. - digo com o coração apertado, porque o que eu quero mesmo é ficar e ouvir as palavras de seus deliciosos lábios.

Quando me viro para sair ele segura o meu braço, meu coração acelera e sinto vontade de chorar.

- Permita me ao menos abrir a porta do carro para você? - ele me indaga.

Como ele é gentil, carinhoso e extremamente encantador.

"...foco Luciana... foco... e para de olhar para esses lábios que me chamam, me seduz, me faz sentir...
Pare! Lucy, você consegue..." penso.