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Toda vez que olho para a janela eu lembro de você, foi a última lembrança que ficou, o verão passou depressa, mas eu continuo aqui, com a esperança de que um dia você apareça. A dor não passa assim tão depressa, não consigo curar as feridas ao mesmo tempo, por mais que as coisas se ajeitem leva tempo até a solidão ir embora. E hoje eu voltei a ouvir a nossa música, senti saudade de todo aquele momento, onde tudo parecia não ter fim, onde as palavras preenchiam espaços vazios, as horas demoravam a passar, o sol era nosso amigo, testemunha do nosso amor.

O mar era calmo, tudo era perfeito para nós dois, andávamos de mãos dadas pela areia norma ao fim da tarde aproveitando o pôr-do-sol, molhávamos os pés e corríamos das ondas agitadas a noite, para no fim você me beijar na porta da minha casa e me olhar de um jeito engraçado, me deixando completamente sem graça, você adorava fazer isso, me deixar sem graça.

As coisas não deveriam ter mudado, mas aconteceu, nós mudamos, o tempo passou depressa e levou o verão com ele, levou você também. O tempo pode destruir, mas nunca apagar o que eu sinto, porque as lembranças estão aqui comigo, eu guardo só para mim. Eu acordo e vejo que o sol é o mesmo, pode parecer loucura, porque o sol é o mesmo todos os dias, mas digo que é o mesmo porque é o sol que testemunhou nosso amor e para mim ele brilha de forma diferente.

O tempo pode ter levado o verão e você, mas não levou de mim as minhas lembranças, só deixou a saudade presa no meu peito e as lágrimas que não querem sair. Voltei a ouvir nossa música, mas tudo mudou, inclusive você.

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