Charlotte fez careta ao ver o quão a Floresta parecia ter adensado mais nos últimos dois dias, não importando para que lado olhava só encontrava árvores, mal era visível o céu e mesmo os raios de sol encontravam dificuldade de penetrar aquela parte, o que deixava o ambiente em uma leve penumbra, não desconfortável, contudo, a menina acreditava que poderia ser mais aconchegante e claro.-A gente tá indo pra um vilarejo ou pra uma casa na árvore? –Ela resmungou, pra ninguém especifico.
-Você exagera demais. –Alfred bufou.
-Eu só tô vendo árvores, meu caro. –Ela devolveu, sem desviar os olhos de Christopher que caminhava a frente, temendo se perder. –É claro que eu vou exagerar.
-Não se preocupe, estamos chegando. –Christopher informou. –Mas acho melhor pararmos um pouco para comer alguma coisa.
-A melhor ideia do dia. –Ela festejou e Alfred sorriu.
-E depois eu que vivo comendo. –Alfred provocou e ela rolou os olhos, mas sorriu.
Sentaram-se em uma clareira, se é que podia chamar aquilo de clareira, o espaço tinha pouco mais de dois metros com o chão cheio de raízes grossas. O dia estava bem mais quente do que ela esperava, o que a levou a retirar a capa vermelha e a deixar no chão ao seu lado, bebendo boas goladas d'água para tentar aliviar o calor.
Christopher viu Charlotte analisar as copas das árvores e sorrir quando o vento bagunçou seu cabelo castanho, fechando os olhos em seguida e aproveitando a caricia que a brisa lhe ofertava. A imagem da filha tão relaxada o fez se perguntar o que acontecera entre Alfred e ela após se retirar, no primeiro dia de viagem, pois quando voltara a menina já dormia e o rapaz continuava a tocar em seu alaúde, sem se importar com nada. Contudo e apesar de tudo, parecia que nada havia mudado entre os dois, ainda eram amigos e se provocavam o tempo inteiro, parecendo que não haviam se olhado de forma tão intensa naquela noite e breve momento que Christopher os observou das sombras.
Era fim de tarde quando chegaram a uma imensa cachoeira cristalina e de temperatura agradável, um espaço grande, aberto e iluminado majestosamente pelos últimos raios de sol. Char se sentiu leve com o som da torrente de água e as gotas que eram carregadas pelo vento e lhe beijavam a pele.
-Por favor, me diz que a gente pode parar por uns vinte minutos pra tomar banho. –Char pediu, se agachando e lavando o rosto. –Essa água pede por um mergulho. –Christopher sorriu diante a cena.
-Não, não podemos. –Char suspirou pela negação do pai.
-E eu achando que seria um acampamento divertido. –Resmungou se erguendo e mostrando o quão imponente era. –Mas veja só.
-Estamos quase chegando. –Christopher falou, mantendo um leve sorriso. –E você poderá voltar aqui sempre. –Prometeu e Char assentiu após alguns segundos.
-Que seja.
Charlotte voltou a seguir os passos de Christopher por mais alguns metros riacho a baixo, logo chegando a um Vilarejo maior do que ela esperava para somente três Anciãos. O lugar era convidativo e com vários jovens sentados em frente às casas, rindo, cantando, bebendo e conversando. Todos muito tranquilos e aparentemente amigáveis.
-Isso não era o que eu estava esperando. –Ela comentou e Christopher riu.
-Eu concordo com a Chapeuzinho, dessa vez. –Alfred parecia tão surpreso quanto à menina.
-Christopher. –Uma garota com o imenso cabelo cacheado e rosto salpicado por pequenas sardas se aproximou. –Que bons ventos o trazem? –Ela franziu o cenho ao olhar os dois mais jovens. –E com companhias.
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Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho (Livro Um)
FantasyREVISÃO EM ANDAMENTO Todos conhecem os encantos da garota de lindos olhos verde-grama, aquela que cativa todo mundo com seu doce sorriso, gentileza e compaixão. Chapeuzinho Vermelho, todos a amam, a nobre e boa garota, não é? Essa é a história que...