Capítulo Cinquenta - Demônio Vermelho

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 Charlote acordou com um excelente humor, o ar puro e frio pareceu clarear suas ideias, sem contar na noite de risos com Mark, algo que ela não tinha com frequência desde que deixara Ventanis. Char encarou o ruivo que ainda dormia pacificamente. Ela se alongou o máximo que os músculos permitiram antes de se erguer e enrolar o saco de dormir, quando finalmente termino de arrumar tudo seguiu para a cachoeira ali perto, não haviam ido longe do Vilarejo, já que a garota de olhos verdes alegou querer um banho quando acordasse na manhã seguinte, mesmo que isso atrasasse sua viagem em algumas horas.

Charlotte levou um longo tempo relaxando dentro da cachoeira, mas quando retornou para o acampamento percebeu que Mark ainda dormia, ela observou a cena por um tempo e suspirou, se agachando ao lado do outro, por um segundo cogitou a possibilidade de lhe acordar de maneira calma, no entanto, antes mesmo de se dar conta já estava com a mão no saco de dormir e Mark acordou de uma vez.

-Sua filha da puta! –Ele xingou se arrastando para fora do saco de dormir desesperadamente e a menina gargalhou, o encarando se erguer afoito usando como apoio a árvore ali ao lado e a olhando ferozmente.

-O que eu fiz? –Ela sorriu se ponde de pé.

-Você quer morrer, caralho? –Ele apoiou a costa na árvore, os olhos castanhos, quase cor de chocolate, fitando a menina que sorria tranquilamente.

-Boca tão suja. –Mark respirou fundo.

-Espero que você saiba que terá volta. –Char abriu um sorriso enorme.

-Você não seria capaz. –Mas ela sabia que o rapaz seria capaz de muito mais.

-Você quase me assa como alguém faria com um pão, dentro da porra do saco de dormir, sua...

-Olha a boca, Demônio Vermelho. –Mark interrompeu o que dizia e por fim riu.

-De novo com esse apelido?

-Combina com você. –O ruivo bufou e se desencostou da árvore, testando as pernas.

-Eu te odeio, espero que saiba disso.

-Eu sei. –Sorriu. –Agora arruma tuas coisas, vamos comer algo e continuar a andar, você dormiu pra caramba. –Mark rolou os olhos, mas fez o que ela pediu.

-Vou na cachoeira, preciso de um banho frio pra ver se a sensação de ser assado vivo vai embora. –O comentário fez Charlotte rir. –Volto já. –Ele alertou enquanto ela comia uma maçã.

-Aproveita e enche os cantis de água, sim?

-Tenho escolha? –Char o encarou sorrindo e vendo o deboche no rosto do outro.

-Não, nenhuma. –Sorriu mais abertamente. –A propósito, se você tentar fazer alguma coisa com a minha água, eu farei questão de transformar nossa viagem em um inferno.

-Mais? –Ele se fez de horrorizado, a fazendo rir. –E de qualquer modo eu te deixo no meio do caminho. –Ele assegurou, pegando os cantis.

-Então será assim? –Rolou os olhos verdes. –Até parece que fala sério. –Havia uma diversão inconfundível nos dois.

-Sabe o porquê de não ser? –Ele questionou enquanto ela engolia um pedaço da maçã.

-Porque você perderia toda a diversão que esses dias podem proporcionar, caso me abandonasse por aí? –Mark estalou os dedos e apontou o indicador pra ela, dando uma piscadela.

-E esse é um dos motivos de eu gostar de você, Chapeuzinho.

-Eu sei.


Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora