Capítulo Sessenta e Três - Algo Inconvencional

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Charlotte ainda ria da piada de Alfred, assim como todos os outros. O grupo havia conseguido, em meio ao jantar, começar um bom entendimento, mesmo Alfred baixara a guarda e estava mais relaxado, ainda não gostava realmente dos novos integrantes do bando, contudo lhes daria o benefício da dúvida por hora. Estavam todos na sala quando Christopher entrou na casa de Dália. Samantha estava deitada na perna de Charlotte, que brincava nos fios cor de fogo do cabelo da menina enquanto Alfred, sentado ao lado de Char ria de algo que era falado por Dilan. Era um grupo diferente e que de alguma forma havia similaridades, entretanto, as semelhanças eram tão poucas que só observando bem de perto para achá-las.

-Chegou na hora, Chris. –Dália o cumprimentou, carregando uma enorme bandeja cheia de biscoitinhos.

-Eu ajudo. –Alfred se ergueu rapidamente do sofá e foi até a mulher.

-Eu tinha algumas coisas a acertar, por isso a demora. –Christopher se explicou retirando o casaco. –Desculpe o atraso. –Charlotte não o esperava ali, imaginava que ele, por não ter saído com a Matilha, estivesse pelo menos se afastando do Vale Vermelho, já que a Lua Cheia seria na noite seguinte.

-Perdeu a melhor comida que eu já experimentei. –Dilan argumentou. –E olha que já comi em muitos lugares incríveis.

-Dália tem mãos de anjo. –Lira concordou.

-Vocês irão deixá-la mal acostumada. –Alfred resmungou, carregando a bandeja para a mesa de centro.

-Quieto. –Dália disse rindo, mas corando levemente.

-Você é o fã número um dela. –Char provocou. –É a pessoa que mais elogia a comida da Dália, não sei porque provocá-la tanto. –Alfred bufou e a encarou por sobre o ombro, dando um sorriso de canto.

-Provocar quem eu gosto é divertido. – Charlotte riu do comentário.

-Lembrarei disso e passarei o recado ao Mark, pode deixar. –Alfred riu.

-Idiota.

Lira notou a troca de olhares, contudo se questionava se Charlotte e Alfred percebiam o modo como olhavam para o outro, era encantador e intenso, mas apesar de tudo não havia romantismo, se eram apaixonados ela não poderia afirmar, talvez nem eles próprios soubessem, mas seus corpos os acusavam quanto desejo havia ali.

A noite terminou tranquilamente e os jovens caminhavam pelas vielas do Vale Vermelho, na companhia de Christopher, mas em meio a uma piada de Dilan e risos foi quando encontraram Suzana. Charlotte parou de imediato e focou sua mãe, ela usava um vestido azul-celeste que destacava sua palidez, no entanto não era possível negar sua beleza e elegância. Suzana estava na companhia de Osíris, que focou os olhos azuis na menina.

-Char, minha querida. –Suzana cumprimentou. Charlotte tinha muito a dizer, contudo somente gesticulou com a cabeça.

-Osíris. –Ela desviou a atenção para o homem.

-Charlotte, já faz algum tempo. –Ele olhou para cada um dos companheiros da menina.

-Não importa quem são agora, contudo preciso que você marque um encontro com todos da Elite que estiverem presentes, amanhã no início da tarde. –Ela queria deixar claro que era antes de começar a anoitecer e os Lobos saírem para brincar, mas todos conheciam como as noites de Lua Cheia funcionavam, por tanto não era necessário verbalizar, mas foi notório o desgosto do homem, porém ele não poderia lhe dizer não.

-Está a mando de quem? –Ele questionou e a menina riu baixo, mas a malícia era mais que evidente.

-Não preciso de ordens, Osíris, você sabe disso. –Ela sorriu esplendorosamente. –Eu sou uma Anciã, por tanto posso dar as ordens. –O homem chegou a um novo nível de vermelho, uma cor interessante e que divertiu Charlotte.

Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora