Te Quero Na Minha Cama

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"A química do olhar é a maior fonte de testosterona"

– Clauton Hanz.

A postagem no blog do badalado e cobiçado rapaz marcava 20 mil acessos naquele instante.

Uma coisa os Crosfiltinianos não podiam negar, Clauton estava certo, afinal estudos comprovavam que o desejo através do olhar causava um desiquilíbrio na central de emoções do cérebro liberando uma grande quantidade de dopamina – um neurotransmissor monoaminérgico responsável por diversos sentidos, incluindo o prazer em todas as proporções – aumentando assim, o nível de testosterona – hormônio responsável pela atração sexual.

Vários exemplos sobre esta química podiam ser encontrados naquele momento na Rua Meristrip, também conhecida como a rua que nunca dorme. Comprida e extensa, nela encontra-se vários bares e principalmente boates, desde as mais ralés as mais luxuosas. Lotada por prostitutas e inúmeras drogas, é uma rua famosa e ao mesmo tempo perigosa. Em palcos onde a maioria dos dançarinos usam peças de roupas pequenas e provocativas, é mais fácil de encontrar muitos olhares hipnotizados, dopamina em excesso e testosterona para dar e vender.

Na boate Blue Moon um modelo perfeito disso era Ray Toro que encostado em um pequeno espaço da larga bancada do bar – entre outras pessoas – a companhia de Dewees, não tirava os olhos enfeitiçados de Brendon Urie dançando ao meio dos amigos de baderna a uma considerável distância sob a mistura de luzes vermelhas e verdes do ambiente obscurecido. Diferente das moças do pole dance, Brendon trajava seu estilo despojado: camisa de manga branca, calça jeans e Roltz preto de cano médio que escondiam a barra justa da calça. Seu traço facial era simpático e naturalmente sedutor, sua pele era clara, seu corpo magro não deixava a desejar. Tinha uma presença marcante que atraia muitos olhos ao redor. Com seu cabelo perfeitamente arrumado deixava claro toda sua vaidade acima da simplicidade. Querendo ou não, ele ainda era um mauricinho vindo dos berços mais podre de rico de Imperious, filho de um dos homens mais poderosos da cidade. Aos olhos de Ray Toro, Brendon era a coisa mais atraente que existia naquele lugar.

Dewees estreitou os olhos em direção ao amigo observando o quanto ele perdia toda a diversão da noite assistindo com fascínio o popular Urie. Um pequeno suspiro em um sorriso de canto, e Dewees pegava seu copo desfrutando da bebida sem se importar com o mundo a parte de Ray, pois no fim das contas já estava acostumado com aquela rotina.

Clauton Hanz e os cientistas podiam entender sobre aquela química, e Meristrip tinha um conteúdo claro sobre ela. Mas, como eles explicariam aquela química que libera diversos neurotransmissores e descontrola radicalmente as emoções como uma bússola descontrolada na qual o ponteiro nunca sabe onde parar?

Sabem-se lá os gênios! Todavia Parkson tinha uma amostra daquilo naquele exato segundo.

No prédio desvalorizado da Road 32, sobre o térreo no final do estreito corredor de paredes bege entre a porta aberta do apartamento 102, Frank e Gerard ainda se encaravam sem dizer uma palavra enquanto uma porção de efeitos era liberada em seus corpos. Eles não sabiam o que dizer, ou melhor, como começar a dizer algo.

Gerard foi o primeiro a descongelar deixando os olhos pender timidamente para o tapete assim que algo remoeu em sua barriga. Maldita retração novamente. Tão imprevisto.

Ele pigarreou:

— Hm... Por acaso a minha chave...

— Ah... — Frank pareceu despertar. — Um momento. — Ele desaparecia cômodo adentro, e Gerard aguardava se balançando minimamente sobre os calcanhares apertando os lábios em uma breve linha reta de ansiedade. — Aqui está. — Anunciava Iero ao retornar, ultrapassando alguns centímetros da porta.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora