Uma Escolha Consciente, Um Desvendar Inesperado

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UMA ESCOLHA CONSCIENTE, UM DESVENDAR INESPERADO

ATENÇÃO ESTE CAPÍTULO CONTÉM DESCRIÇÕES DE VIOLÊNCIA EXTREMA, NENHUM PENSAMENTO OU AÇÃO DOS PERSONAGENS A SEGUIR TEM O OBJETIVO DE INCENTIVOS INADEQUADOS AO LEITOR. 


Andy conhecia aquele perseverante rapaz de longa data, Brendon podia ser o seu melhor amigo, mas Patrick era mais do que isso, era um amigo de infância, praticamente um irmão, o pequeno menino assustado que conheceu em uma quadra precária daquelas redondezas. Tantos anos de amizade, era o suficiente para conhecê-lo de ponta a ponta.

Ao olhar para Patrick, ele sabia que este não cederia. Neste exato segundo sua mente se expandiu com a clareza que o tomou, os seus olhos marejaram com a indignação de não ter idealizado isso antes. O menino que conheceu na quadra de esporte, o menino que observou por um longo tempo sentado no canto das grades daquela quadra enquanto jogava, o menino que o fez largar a bola e correr em direção a ele para puxá-lo para brincar. No trabalho árduo e acelerado dos seus neurônios, o vínculo da charada do velho grisalho estava bem ali.

A vida pelo amigo, ou a vida pelo esporte.

No instante em que Patrick moveu os lábios com a resposta, Andy não levou mais do que um segundo para fazer a sua escolha. Ele correu em direção ao amigo, com o mesmo modo de quando era uma criança, e entrou na frente. A primeira bala o acertou nas costas; o seu olhar capturando o instantâneo espanto na face de Patrick. Ouviu o grito de Billie, uma dor rasante tomou o seu tórax, seus passos desengonçados foram em direção ao patrão, e soou um estrondo, uma pressão feroz e quente atrás de sua cabeça, e suas vistas tornando-se um borrão os quais últimos esboços foram os braços de Patrick se abrindo para recebê-lo.

Patrick o segurou, o peso dele o fazendo ceder até sentar-se sobre os joelhos no chão.

Billie pulou o balcão na mesma velocidade em que o homem, entre as mesas reviradas, sacou a arma para atirar em Joe que, espantado, paralisou com as mãos elevadas.

— Parem! Por favor?! — implorou ele ao tio, e o homem hesitou em atirar em Joe, passando a aguardar a ordem de Paul.

O cliente, no canto da parede, mal conseguia respirar de tão apavorado.

Em agonia, Patrick chamava o amigo em seu colo, suas mãos ficando encharcadas de sangue ao que pressionava a cabeça e as costas dele de modo completamente desnorteado.

— Eu te suplico, tio! Para! Eu te suplico! — Billie juntou as mãos, encarando a expressão séria do tio com os olhos cheios de lágrimas. — Eu juro que peço demissão. Eu juro que eu vou embora. Só não machuca mais ninguém. Eu juro que não volto mais aqui — disse, em repleto desespero.

— Você vem para casa — ressaltou Paul.

— Tio, por favor?! Só não machuca mais ninguém, e me deixa ir embora — insistiu Billie.

— Você vem para casa — repetiu Paul, intransigente.

— Tio, por favor, a minha mãe...

— Não! — gritou Paul, instantaneamente enraivecido. — Eu não aguento mais ver você tocar no assunto da sua mãe! O teu pai não é o monstro que você idealiza! Ele te ama! A sua mãe não era a santa que você idealiza! Ela não morreu no parto, Billie! Essa é a parte que você não sabe! Aquela filha da puta te jogou no lixo! — disse ele, com os olhos marejados.

Billie congelou no mesmo segundo.

— Ela te jogou no lixo — afirmou Paul. — E depois ela foi injetar tanta droga no corpo até morrer de overdose no beco Cardonara. E o seu pai, que você chama de monstro, ele passou horas infernais te procurando feito um louco por cada pedacinho daquele maldito lugar. Ele procurou tanto até te encontrar no meio da porra de um lixão! — desabafou Paul; o alívio da verdade guardada por anos correndo em suas veias.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora