TLIAC (Frerard)

2ª Temporada | Um Beijo Flagrado

O vento balançava as folhas das árvores delicadamente, um conjunto de andorinhas voava em direção ao leste, o ronco dos automóveis ecoava ao redor, pessoas caminhavam pelas calçadas: algumas apressadas, outras distraídas, acompanhadas, solitárias, caladas, conversando. Crosfilt estava em sua rotina, e ninguém parecia notar a injustiça daquela cidade com um simples cidadão de bem. Frank não entendia o que havia feito de tão ruim para merecer aquele dia de puro azar. Ele se arrependeu de ter questionado aos céus se ainda tinha algo a mais para ocasionar, foi um ato audaz, talvez a vida se sentisse subestimada e agora o presenteava com um desconhecido, muito dos estranhos, que estava interessado no pior tema que podia existir naquele momento:

— Sabe, é curioso. O que um Iero faz com um Way?!

— Quem é você? — Frank prostrou-se sério, encarnou sua postura de turrão. No entanto por dentro o temor corria por suas veias, um turbilhão de pensamentos rápidos e negativos preenchia a sua mente. Chegou a pensar que o estranho podia ser um Way, ou alguém que trabalhava para os Toros.

— Perdoe-me por não me apresentar antes. — O rapaz disse se desencostando do carro e se aproximando dele. — Me chamo Pete. Pete Wentz. — Ele apresentou um leve sorriso e estendeu a mão em cumprimento.

Frank não o saldou. O olhar argucioso de Wentz o incomodava. Não confiava nele, não seria simpático, muito menos queria cair em uma nova cilada:

— E o que você tem a ver com o que eu faço ou deixo de fazer com um Way?

Pete recolheu sua mão reconhecendo que Frank não seria páreo fácil. Ele manteve o ar de sorriso e uma postura imodesta:

— Nada, ou talvez tudo! — Respondeu o analisando de cima a baixo. — Eu pensei que vocês continuavam sendo inimigos...

— Isso não é da sua conta. — Frank o cortou de forma rígida.

— Agora vocês até frequentam a casa um do outro. — Pete continuou o ignorando.

Ao ouvir aquilo Frank instantaneamente entrou em seu modo típico de defesa agindo com o seu instinto combatente. Ele agarrou a gola da camisa de Pete o guiando para trás até que colidisse fortemente contra o carro. Um ato tão espontâneo que Wentz foi pego de surpresa, a ironia desapareceu dos lábios, seus olhos se arregalaram ao que as costas colidiam na porta do veículo, e as mão se elevaram como quem declara a paz.

— Como você sabe disso? Em? Como sabe que o Way já foi a minha casa? Como sabe onde eu moro? Diga! — Frank interrogou rudemente, a mão apertava o tecido da camisa de Pete com violência, e duas moças que passavam pelo canto da calçada os fitaram brevemente assustadas. Iero sequer as notou, seus olhos fuzilavam o recente deboche na carraca de Pete.

— Para que tanta agressividade? Ahm?

— Eu não estou para brincadeiras. — Frank arrochava ainda mais a mão sem se importar com a dor da ferida ou com o fato dela está sujando superficialmente a gola da camisa de Wentz. — Vai dizer o porquê está me perseguindo. E vai dizer agora. — Ordenou.

— Pode me largar? — Pete indagou com certa arrogância.

Frank podia jurar que um traço de raiva se tornou nítido naquele rosto, mesmo que brevemente. Ele soltou Pete com um impulso veemente, e este passava a ajeitar a vestimenta.

— Obrigado! — Pete agradeceu o ar de sorriso voltava como da água para o vinho e isso assustava Frank, porque aquele era o mesmo ar de desiquilíbrio que Gerard tinha antigamente, aquela característica de oscilar entre diversas expressões em um só momento.

Frank sentiu o estomago remoer.

— Não se trata de você Iero. Eu não tenho nada contra você. Não sou seu inimigo. O meu negócio é com Gerard Way. — Pete alegou, sua face ganhava seriedade. — A única coisa que me trouxe até você, foi a rivalidade entre vocês. Por isso vim a sua procura. No entanto estranhamente no dia em que vim te procurar Way estava saindo do prédio onde você mora. E hoje, você estava saindo da casa dele. — Pete arqueou levemente uma das sobrancelhas. — Então eu comecei a me pegar confuso...