Pancadas De Amor Se cura Com beijos

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As nuvens estavam mais sobrecarregadas, as águas ameaçam a desabar, elas queriam desabrochar como pétalas e folhas no outono. O tom obscuro do tempo refletia perfeitamente a negatividade que de repente se espalhava por todos os cantos de Parkson, tornava-se também um espelho para todo o inferno que preenchia os pensamentos de Gerard. Uma mistura de dor, raiva e ódio misteriosamente o levava a loucura. Estava sozinho, ainda sentado no banco do ponto de ônibus, vendo pessoas do outro lado da rua andar com pressa na intenção de fugir de uma suposta chuva; outras pareciam não se importar, caminhavam com um ar tranquilo e divertido em suas faces.

Gerard apertou as bordas do banco. Sentia a ira escalar seu corpo, seu sangue parecia ferver. Do nada, do não compreendido. De onde aquela fúria estava vindo? E por que algumas daquelas pessoas tinham um sorriso no rosto como se Crosfilt não fosse um caos? Será que elas não viam que a vida era um massacre? Nada estava bem, o mundo não estava bem, não tinha motivos para aqueles sorrisos. Era isso que Gerard achava.

Ele apertou ainda mais o banco afundando-se em uma desordem interna. Como se não bastasse Bert voltar para estragar sua vida outra vez, Gerard ainda tinha que ter machucado o Patrick, e o seu tio tinha que ter tocado no nome de Carlos com aquele papinho ridículo de Carlos te ama. Fala sério!

Acima disso, tinha aquela história sobre Trajano que o deixava com a faca e o queijo na mão para conseguir esfregar na cara deles de que era um Way de verdade e fazê-los se arrepender de não o ter reconhecido antes. Todavia Gerard não podia usar suas vantagens, porque a memória de Max o impedia e no fundo ele queria era proteger Frank. E essa era a pior parte, Frank era a pior parte. Aquela história toda de guerra interna e toda a bagunça entre a sua linhagem e os Ieros. Droga! Era isso? Era isso mesmo Frank? Vingança? Desde o início era uma vingança por causa do desgraçado do Ryan. E a parte mais amarga era saber que ele mesmo começou isso tudo; quem o beijou primeiro. Maldição! Culpa daquele abominável velho grisalho. Gerard queria encontrá-lo na rua e esganá-lo até a morte por tê-lo feito enxergar tudo que jamais queria ter assumido, por ter acabado com sua vida. Agora nem que quisesse Gerard conseguiria acabar com Frank, porque ele estava apaixonado, tão apaixonado que seria capaz de colocá-lo em uma porcaria de pedestal. E por que Frank? Por que não o queria de verdade ao invés de ambicionar a sua vingança idiota?

Gerard estava tão puto que chegou a ranger os dentes. Se Frank queria vingança, agora ele iria incentivá-lo e iria assistir até onde ele conseguiria ir. E mais do que isso, aquele dia estava um desastre, e Gerard estava sobrecarregado. Ele iria descontar em tudo, até na sombra se fosse preciso. Iria chutar o balde, explodir o mundo e ai de quem aparecesse em seu caminho.

— Gee? — O abordou Billie chegando pela esquerda segurando as alças da desgastada mochila em suas costas.

— Por que você demorou tanto? — vociferou Gerard.

— Desculpe eu tive que passar na rua de galerias antes. Eu pensei que você esperaria no bar.

— Tá! Tá! Me dá logo o que eu te pedi.

— Você está bem? — Billie franziu o cenho estranhando o comportamento agressivo do amigo.

— Eu pareço bem para você? — Gerard se levantou impaciente.

— Nossa, que mau humor. — Billie comentou pegando o pequeno saquinho de cocaína do bolso dianteiro da calça jeans. — Eu preciso confessar que estou ficando preocupado com você. — Ele disse hesitando em entregar a droga.

— Ah Billie! Me dá logo isso. — Gerard exigiu.

— Não fique chateado comigo. — Billie pediu o vendo cruzar os braços com um bico enorme. — Eu só estou preocupado Gerard. Você só usava em festas, depois passou a usar no final de semana, e após a morte do Max você só vem diminuindo os intervalos. Eu te dei um não faz nem três dias. Isso não é como uma bebida, não é uma brincadeira...

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora