Hotel Bonlamor - Parte 2

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Carlos se encostou na parede perto das escadas que davam para os quartos. Apertou os olhos e tentou controlar sua coordenação, mas parecia que suas pernas não queriam lhe obedecer.

— Ora, ora! Olha que nova coincidência!

— Donald, me leve para a enfermaria. — Mandou Carlos.

— Donald? — Simon forjou uma indignação em seus passos largos e lentos, seu modo metido e crápula. — Por favor, não insulte a minha beleza deste jeito. — Pediu parando frente a ele com um sorriso. — Enfermaria, ahm? — Balançou o copo de Whisky em sua mão. — Sente-se mal? — Bebericou a bebida.

— Tem alguma coisa errada com a minha cabeça. Eu não consigo andar direito. Minha visão está estranha. Não sei porque isso está acontecendo. — Carlos olhou para sua mão, seus joelhos vacilavam.

Simon franziu o cenho estranhando o comportamento e as palavras dele.

— Eeiii! Alcaterion-on! — Cantarolou o Iero em seu natural sarcasmo. — É isso que essa bebida faz. Certas coisas vêm do céu, outras vêm do inferno. Cabe os inteligentes escolher o que é melhor. Ainda bem que o meu QI ainda não me desapontou. Sua mãe nunca te disse que o céu sempre será a melhor escolha? Agora está aí, na mão do palhaço.

— Não estou na mão do palhaço. Não estou vendo nenhum palhaço. Isso é uma parede.

Simon transpareceu uma careta confusa.

— Além do mais... — Prosseguiu Carlos. — Eu estou passando mal, e preciso chegar a enfermaria. Então, com licença. — Ele tentou se desencostar da parede, mas seu corpo pendeu para frente, e Simon teve que o encostar de volta.

— Você está bêbado.

— Bêbado? — Carlos ficou surpreso.

— Você nunca ficou bêbado antes? — Simon ficou impressionado.

— Eu vou a enfermaria tomar um remédio para isso passar. — Avisou Carlos tentando se desencostar da parede novamente.

— Não. Você não precisa ir na enfermaria para isso. É só você se deitar e dormir que isso passa. — Simon pôs o copo na bandeja do garçom que vinha do saguão movimentado para o corredor. — Qual é o seu quarto? — Enfiou a mão no bolso da calça de Carlos e retirou a chave vendo o número do aposento. — Venha. Eu irei te levar. — Passou o braço dele por seus ombros e o guiou pelas escadas com certa dificuldade já que os elevadores estavam cheios e queria evitar de ser flagrado por Robb de repente.

Carlos foi fazendo perguntas aleatórias durante o trajeto como: Por que o chão está torno? Por que a luz brilha tanto? Por que minhas pernas parecem mole? Por que é difícil respirar? Por que estou falando estranho? Porque as coisas parecem está rodando? Onde está o palhaço?

Simon não respondeu nenhuma das questões, estava focado em conseguir chegar até o quarto andar. Guiar Carlos não era nada fácil, apesar de magro, era muito pesado, talvez a altura fosse realmente uma coisa equivalente na balança.

— Oh, você precisa de ajuda? — Ofereceu um senhor ao que se esbarrou com eles já na metade do corredor do quarto andar.

— Não. Está tudo sob controle. O quarto é esse aqui. — Simon sinalizou com a face para a próxima porta a esquerda.

— Ah! Tudo bem então. — Falou o homem de modo simpático.

— Obrigado! — Simon agradeceu encostando Carlos a parede ao lado da porta do aposento.

— Está tudo sob controle. — Carlos deu um pequeno engasgo e apertou os lábios.

— O que foi? — Perguntou Simon o vendo fazer uma careta do que seria um possível sorriso se forçando para sair.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora