Descobriram Sobre Nós

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Descobriram Sobre Nós


O telefone tocou incessantemente. Patrick apertou os olhos sentindo uma ressaca terrível. Sentou-se confuso com o ambiente em que estava e levou alguns segundo para perceber que não se encontrava na cama em seu quarto, e sim, no sofá da sala de Frank, com ele deitado ao seu lado adormecido e trajado somente com um short.

Patrick se olhou e sua camisa estava desabotoada até a altura do meio do peito. Mas, aonde estava a sua calça? De quem era aquele short apertado que estava usando? Ele observou ao redor. Diversas garrafas de cerveja estavam sobre a mesa, pelo chão e pelo criado mudo ao lado do estofado. De onde saíram todas aquelas garrafas? Em que momento compraram tantas cervejas? Apenas eles dois beberam tudo aquilo? Ele olhou para a janela da sala vendo o dia claro. Que horas eram? O que aconteceu na noite passada?

Patrick esfregou a face, desorientado. Sentiu Frank o enlaçar pela cintura o fazendo se deitar de novo, sentiu a face dele roçar em seu ombro, dorminhoco.

— Frank? — chamou ele, o ouvindo zunir como quem queria perguntar: o quê? — Você está acordado?

Frank esfregou a face contra ele preguiçosamente de novo, a ressaca tornando-se nítida na careta que expressou.

— São que horas? — murmurou, sem conseguir abrir os olhos.

— Eu não sei. Você lembra de alguma coisa sobre ontem? — perguntou Patrick com receio, o ouvindo gemer em mal-estar. — Por que a gente está assim? A gente não fez nada que vai me fazer ter um surto e pular da janela do seu apartamento, né?

— O quê? — Frank não demorou muito para entender ao que ele se referia.  — Não!  Você derramou cerveja na sua calça, e eu te arrumei um short. Foi isso.

Patrick sentiu um grande alívio o tomar por inteiro. Depois do que aconteceu entre ele e Billie na festa, na mansão dos Arvoredos, ele se sentia inseguro sobre os seus apagões e isso fazia um lembrete se ressaltar em sua cabeça: Nunca mais eu vou beber. É, querido Patrick! Nós sabemos que não é assim que funciona.

— Ai! Que ressaca infernal. — Frank se remexeu conseguindo finalmente abrir os olhos, mas o latejar horrível de suas têmporas o forçou a fechá-los de novo.

— Nós estamos muito ferrados da cabeça mesmo para chegar a esse ponto. Eu devia estar te levantando, não me afundando com você — comentou Patrick.

— É o carma de ser um Iero. Minha mãe dizia que não dar para salvar um Iero, mas dar para morrer com um. É por isso que ninguém pode me ajudar, eu sempre destruo tudo.

Patrick o observou por um momento, estava prestes a jorrar uma positividade sobre o deprimido rapaz, mas seu telefone tocou novamente o fazendo tatear o estofado em direção ao som, encontrando o aparelho bem no canto do encosto.

— Alô?

— Patrick! Pelo amor! Eu já estava prestes a ir numa delegacia. Você não atendeu as minhas ligações. Você desapareceu do mapa. Eu estava morrendo de preocupação. O Pete rodou pela cidade a sua procura. Ele nem conseguiu ir embo.... — Patrick afastou o telefone do ouvido, o nome de Pete era tudo que menos precisava ouvir em uma manhã de ressaca. Ele esperou um pouco e encostou o celular no ouvido de novo. — Patrick? Patrick? Você ouviu o que eu disse?

— Pete que se foda, Joe — disse, com desanimo.

— Não! Você não está me ouvindo? O Gerard acordou.

— O quê? — Patrick se alarmou.

— É ele acordou. Eu liguei para o hospital. Ele foi transferido para um quarto durante a madrugada. Descobri que ele está num quarto VIP. Que a família dele está bancado. Você acredita? A família dele. A família...

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora