As Diversas Formas de Dor

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ATENÇÃO ESTE CAPÍTULO CONTÉM DESCRIÇÃO DE CENAS PERTUBADORAS, NENHUM PENSAMENTO OU AÇÃO DOS PERSONAGENS A SEGUIR TEM O OBJETIVO DE INCENTIVOS INADEQUADOS AO LEITOR.

As Diversas Formas De Dor

- Onde está o reforço que os Ieros ficaram de mandar? - perguntou um dos capangas dos Ways.

- Você realmente esperava pelo reforço? Eu não ficaria surpreso se eles tivessem armado para nos matar - respondeu Donald.

- Então por que veio, senhor?

- Porque nós somos Ways. - Donald o olhou, e o homem assentiu. Era assim que os tratava, embora não tivessem o seu sangue, eram homens que davam a vida trabalhando para a família e como tal tinham todo o direito de serem considerados um membro. Isso na visão dele, portanto era esse reconhecimento que ele os dava. Todos os seus capangas eram bem cuidados e valorizados, não era à toa que Donald era o chefe preferido, um Way que nunca morreria sozinho.

Do terraço Leto os viu surgir. O seu telefone vibrava sem parar.

- Mal começou e os irmãos já estão enlouquecendo. Isso fica cada vez mais emocionante - pensou alto atendendo a ligação de Carlos em seguida.

Donald se aproximou sorrateiramente do galpão principal, e ao ver o seu sinal os capangas se dividiram. Um grupo passou a dar a volta para adentrar pelos fundos; outro seguiu para os dois galpões menores à direita. Quatro homens permaneceram com ele.

Donald e os quatro parceiros se encostaram na parede da entrada. Ele observou o chão afora, havia rastros de pneus desenhando a terra seca. O carro de Ray não estava por ali, então deduziu que estaria nos fundos. Atentou-se ao som. Tudo estava muito silente dentro do galpão, mas havia luzes acesas no interior. Estava tudo muito suspeito para o seu gosto.

- Tem alguma coisa errada - cochichou para os capangas. - Ele sabe que estamos aqui. Aquela porra de Fantasma. Tinha que ser um Iero - reclamou. - Redobrem a atenção, daqui para frente é sobrevivência. Boa sorte.

- Ways hoje e sempre - sussurrou os homens.

Um deles empurrou a porta de correr do galpão, o chiado alto tomou o recinto. Adentraram depressa e correram para as máquinas mais próximas a fim de se protegerem. Donald olhou para cima observando o teto. O galpão era alto mais não havia segundo andar, porém tinha um corredor de piso gradeado contornando as paredes. Ele sinalizou aquilo para os comparsas de modo a deixá-los em alerta. Depois observou o galpão. Havia fileiras de máquinas por toda parte, formavam corredores em vertical e horizontal; um verdadeiro tabuleiro. Donald pensou sobre as vantagens e desvantagens. Não seria nada fácil. Havia um incomodo, uma adrenalina correndo em suas veias, porém ele era bom em manter o controle. Era uma das dádivas da experiência.

Não houve um tiro, uma aparição ou um sonido. Donald olhou para um de seus capangas que retribuíu o seu olhar confuso. Em seguida observou o teto novamente. Nem todas as luzes do galpão estavam acesas. Tinha áreas mais claras, outras mais escuras e em alguns pontos as lâmpadas apresentavam mal contato.

Havia algo muito estranho no ar. Qual era a armadilha? Donald tentou encontrar, mas não havia tempo para isso. Sendo assim, saiu de trás da máquina acessando o corredor principal que era mais largo do que os outros e ficava de cara para os portões de entrada.

Os quatro capangas rapidamente o rodearam.

- O que estão fazendo?

- Protegeremos o senhor - disse um deles.

- Protejam a si mesmos, seus miseráveis - mandou Donald, porém eles permaneceram ali firmes. Com isso, uma raiva o tomou. Segurou as armas com mais força e gritou: - Ray! Vai se esconder até quando? Desgraçado!

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora