— Eu não sei o que está acontecendo comigo.
— Frank! Você precisa parar de chorar. — A voz de Matthew ecoava através do telefone celular ao ouvido de Iero.
Era madrugada, uma luz amarelada sobre o espelho da pia iluminava fracamente o banheiro do apartamento, e Frank estava sentado no chão a uma pequena distância do vaso sanitário. Suas costas estavam escoradas nos pisos gélidos da parede, seus soluços maçantes soavam em tom oco pelo ambiente fechado, seus olhos estavam inchados, a face molhada pelas lágrimas e os lábios entreabertos pela agonia. Ele tinha uma tempestade gigantesca dentro de si, uma crise existencial destruidora. O motivo evidente estava em seu colo: a foto dele e de seu irmão no porta-retratos rachado.
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"Toc" "Toc" "Toc"
— Senhor Urie? — O som doce e feminino cruzou a porta de um dos paquidérmicos quartos modernos da mansão dos Arvoredos – localizada em Imperious, era a segunda mansão mais querida de Crosfilt, mais pela fama dos donos do que pela beleza em si.
Sobre a exagerada cama king size, Brendon se remexia minimamente ainda de bruços. Os músculos definidos de suas costas exposta se contraiam, suas pernas se remexiam sob o edredom grosso e vermelho que contrastava com os lenços e travesseiros brancos.
— Senhor Urie! — Mas uma vez a voz soou em um tom impaciente, porém melódico.
— Hm! — Brendon murmurou emitindo uma careta e abrindo os olhos lentamente, se vendo no reflexo do seu closet espelhado que ocupava praticamente 3 metros de parede e apresentava a imagem de grande parte do quarto.
Mas três batidas eram ouvidas.
— Entra! — Ele disse, largando um suspiro em seguida. Estava com muita preguiça.
— Você tem ideia de que horas são? — Disse a jovem moça ao adentrar com uma pilha de caixas que escondia a sua face, e Brendon não pode deixar de sorrir ao identificar a silhueta dela através do espelho e a forma desengonçada com que ela fechava a porta com um dos pés. — Você devia ter levantado às seis para tomar café com o seu pai. Você lembra que ele ia viajar hoje? — Ela questionava caminhando cuidadosamente em direção a cama – o salto minúsculo do sapato emitia um 'poc' 'poc' suave contra os pisos de taco polido.
— Não se preocupe. Ele não se importa. — Falou Brendon se virando na cama, dando as costas para o espelho ao que se posicionava de lado sustentando a cabeça no cotovelo, passando a assisti-la de forma divertida a se aproximar. — O que são todas essas caixas Susy?
— Elas chegaram para você.
— E por que você não trouxe aos poucos?
— Ah! Eu não queria fazer duas viagens.
— Você podia ter usado um dos carrinhos funcionais para trazer. Era melhor do que andar pela casa como uma louca. Você podia ter se machucado. — Ele disse a vendo estacionar em sua frente, na lateral da cama.
— Hm! Eu não tinha pensado nisso. — Ela confessou colocando a pilha sobre o colchão. A face enfim aparecia em um desenho delicado com aqueles belos olhos grandes que arrancaram um sorriso mais largo de Urie.
Susy era mais do que uma empregada, era uma amiga. Também era uma das coisas mais belas naquela mansão. Parecia uma boneca, sua pele era branca e pálida; seus cabelos iam à altura da lombar, eram lisos e loiríssimos. Os olhos eram de uma cor azul incomum, tão claros e encantadores que hipnotizavam qualquer um. Era magrela e tinha aproximadamente 1.70 de altura, um porte de top model em um uniforme de serviçal. Ela era meiga, educada e boa; um anjo. Brendon a amava como se fosse seu bebê, ou o bichinho mais fofo da casa. Ninguém jamais encostaria um dedo nela.
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TLIAC (Frerard)
Fanfiction1ª temporada → O Pen Drive Direto da teoria do último, um pen drive causa mudanças no destino das mãos em que passa. Através de um golpe ambicioso, o caos ameaça a cidade de Crosfilt. Após um acidente inesperado Frank Iero e Gerard Way, fiéis inimig...