Mathias, o taxista, sempre dizia em tempos de salseiro:
Em Crosfilt a chuva vem para levar os maus dias.
Ele não estava tão certo sobre isso; nem tão errado.
A chuva caiu durante a madrugada, ora em uma garoa fina, ora densa lavando tudo. O frio não tão acolhedor fez os corpos dos Crosfiltinianos se enroscarem nos cobertores para aproveitarem o sono gostoso enquanto podiam. O Stump Bar havia fechado as portas mais cedo, e as ruas se encontravam em um estado ermo. Parkson parecia quieta e melancólica.
Quando o dia começava a raiar, Andy se despreguiçou no sofá branco do saguão da mansão dos Arvoredos. Não havia pregado o olho a noite inteira, a olheira era evidente e o cansaço parecia muito mais presente. No sofá à frente dele Susy dormia encolhida. Ainda trajava seu uniforme, as bochechas estavam rosadas por ter chorado tanto e a boca estava aberta pelo sono pesado da exaustão. Até assim ela era linda. Pobre coitada, não havia aguentado ficar acordada como Andy. Ele ficou esperando o tempo todo o médico descer para dar alguma notícia, mas até aquele momento não havia sinal algum e tudo era silêncio lá em cima.
Andy havia andado para lá e para cá, tinha se sentado em várias posições, folheou uma das revistas do criado mudo, leu por mais de dez vezes a carta de notificação da polícia. Havia passado a madrugada toda cheio de preocupação, pensando um milhão de coisas, e também, besteiras. Agora o dia estava chegando, a média claridade do tempo começava a se ressaltar pela grande entrada da mansão, e Andy se via mais agoniado por informações e mais fatigado por aguardar.
Dr. Matinez começou a descer as escadas acompanhado pela enfermeira:
— Ele está bem — anunciou ao notá-lo no sofá.
Andy se levantou rapidamente para aguardá-lo no pé da escada.
Susy despertou com a voz alta do médico e se sentou passando a coçar os olhos; estava meia desorientada.
— Ele precisa descansar bastante por agora. Mas logo estará de pé e recuperado. — O médico acrescentou ao terminar de descer o último degrau.
— Ah, pelo amor! Obrigado! — Andy suspirou aliviado.
— Agradeça, mas não aposte sempre. Ele podia ter morrido, podia ter sofrido danos graves. Essa é a segunda vez que eu atendo o jovem Urie por abuso de drogas. Eu respeito a discrição dessa família, e entendo que o pai dele queira o sobrenome Urie fora de escândalos. Mas se houver uma terceira vez, eu irei pedir a internação dele, e ele será encaminhado para um centro de reabilitação. Isso não é uma brincadeira. É para o bem dele — desabafou Dr. Matinez, e Andy acenou positivamente. — Eu deixei alguns remédios lá em cima caso ele precise. O pai dele provavelmente está viajando como sempre. Então peço que você fique de olho nele, e o mantenha longe dessas coisas.
— Ok. — acatou Andy.
— Tudo bem então. Eu preciso ir agora. Qualquer coisa, me ligue.
— Obrigado, doutor. — Andy agradeceu o vendo seguir para a saída com a enfermeira.
Susy ajeitou o uniforme e passou as mãos nos cabelos se apressando em acompanhá-los.
Andy subiu as escadas indo para o quarto de Brendon. Ao adentrar o viu sobre a cama. Brendon estava deitado de lado, o edredom o cobria até a cintura, em seu braço tinha um adesivo curativo e ele estava bem abatido.
Andy se aproximou a beira da cama e subiu nela se rastejando até ele:
— Brendon? — chamou baixinho passando a mão sobre os cabelos dele. — Você está bem? — perguntou não obtendo resposta. Então se deitou o abraçando pela cintura.
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TLIAC (Frerard)
Fiksi Penggemar1ª temporada → O Pen Drive Direto da teoria do último, um pen drive causa mudanças no destino das mãos em que passa. Através de um golpe ambicioso, o caos ameaça a cidade de Crosfilt. Após um acidente inesperado Frank Iero e Gerard Way, fiéis inimig...