Lua Vermelha

343 21 480
                                        

ATENÇÃO ESTE CAPÍTULO CONTÉM DESCRIÇÃO DE CENAS FORTES, NENHUM PENSAMENTO OU AÇÃO DOS PERSONAGENS A SEGUIR TEM O OBJETIVO DE INCENTIVOS INADEQUADOS AO LEITOR.

Enquanto Carlos encarava o seu para-brisa tomado de marca de balas, no ponto da Rua de Galerias, Gerard embarcava no ônibus apressadamente.

Tyler estava em seu escritório afundado em papéis, internet e cafeína.

A Blue Moon começava a lotar.

Ray estacionava o seu carro na garagem da boate, e no carona Dewees o olhava com certo receio.

Brendon, Bert e Josh adentravam o salão sendo recebidos pela música alta e euforia.

Um menino pedalava pelas ruas de Imperious, seus cabelos lisos em corte asa delta balançavam no ar. Levava nas costas uma mochila, a borda do envelope preto aparecia entre a pequena abertura do zíper.

Carlos estava desacreditado, suas mãos estavam grudadas no volante e os olhos vidrados nos rastros dos tiros. O para-brisas, as janelas e a lataria do carro estavam marcadas pelas balas. E ele estava incrivelmente inteiro para a sua própria surpresa. Não sabia que seu carro era blindado, nunca teve curiosidade em saber. Era para ele estar morto agora, mas ali estava ileso e respirando. Devia ter um poderoso anjo protetor, porém não acreditava em anjos, não acreditava em demônios, não acreditava em nada a não ser em si, na sua arma e no fervor que subia em seu corpo.

Três coisas o foram dadas e ninguém podia tocar: Primeiro, o seu filho. Segundo, as suas armas. Terceiro, o Aston Martin Vanquish que seu amado pai lhe deu.

Carlos ouviu o barulho das motos, cochichos e xingamentos; o início de uma fuga. As motos que estavam atrás voltaram rua adentro. Carlos Pegou Natasha em seu colo e pisou fundo no acelerador indo atrás dos que estavam à frente. O seu campo de visão não era dos melhores, precisou se inclinar para achar um ângulo que o deixasse ver o caminho.

Uma das motos virou na contramão para fugir, a outra virou na direção correta. Carlos entrou com tudo na estrada, o pneu queimou o asfalto na curva. Para o azar dos motoqueiros aquele trecho era reto e não tinha entrada para ruas próximas. A moto podia chegar a 250km, mas o carro de Carlos ia além daquilo.

O rapaz da garupa sacou um revólver que estava em sua cintura e começou a atirar novamente errando o alvo algumas vezes por conta da adrenalina. Mas Carlos continuou acelerando chegando cada vez mais perto até que simplesmente os jogou pelo ar ao pegar a moto em cheio.

A moto foi lançada para à direita derrapando para a calçada, o rapaz da garupa foi lançado para trás, e o que pilotava foi lançado para frente e Carlos passou por cima. Ao que freou deixou a marca do pneu no chão.

Carlos saiu do carro despreocupado com Natasha em mãos. Retornou o caminho apenas para checar se o rapaz estava morto. Em seguida a uma certa distância ele viu curiosos se juntando do outro lado da pista e caminhou para lá. As pessoas abriram passagem para ele, estavam muito assustadas.

- Ele está morto. - Disse um moço.

Assim sendo Carlos voltou para o carro, bateu a porta, largou Natasha no banco carona e acelerou para longe dali. Sabia quem tinha mandado fazer aquilo, sabia e não ia deixar barato. O seu sangue estava borbulhando. Era melhor Ray se preparar para a revanche. Nesse tabuleiro, ele devia saber que mexeu com o peão errado.

****

"Não vejo a morte, apenas um assassino."

Clauton Hanz.

Leu Bert ao checar a timeline da sua conta no Strong Concept no telefone. Olhou em direção ao Clauton em uma das mesas da área vip. Sentia raiva pela incansável perseguição do blogueiro ao Brendon. Sempre postando indiretas, sempre crescendo às custas do nome Urie. E já não estava sendo fácil. Nenhum dos colegas de Brendon falaram com ele direito, acenavam a distância e fugiam com desculpas esfarrapadas. Sempre tinha espaço entre Brendon e as pessoas, era como se ele estivesse com um vírus contagioso, fora os olhares tortos que eram desagradáveis. Bert sabia que isso iria acontecer, porém sabia que não podia parar Brendon. Ele olhou para o lado e o viu espiando o seu telefone.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora