Cara Amiga Realidade
Carlos tateou sua gravata borboleta de cor azul para se certificar de que estava bem alinhada. Estava todo pomposo em um terno preto, segurava um boque de rosas vermelhas e uma pequena caixa de chocolates da Tasty. Encontrava-se todo galante e elegante na expectativa de agradar apenas uma pessoa naquela cidade.Próximo ao Mustang preto, que substituiu seu amado Aston Martin Vanquish, ele aguardava de pé. Olhou a paisagem sentindo um calor incomodo em seu peito, mas não conseguia parar de ter essa sensação e cada instante que olhava no relógio parecia piorar. Continuou ali por mais minutos, que pareciam horas, afundado em uma inconsciente ansiedade agoniante. Ele devia saber que Simon estava apaixonado demais para não ir, talvez assim, não se sentiria tão esquisito.
O petulante Iero definitivamente estava com raiva de si mesmo. Depois de dar um grande fora em Carlos na noite anterior, bastou este escrever uma mensagem sem nem sequer um pedido de desculpas para que fosse ao seu encontro igual um cachorrinho. Onde estava com a cabeça? Era o que se perguntava desde que entrou no banheiro e tomou um banho, desde que se arrumou e deixou sua casa. Era o que se perguntava desde que tirou seu carro da estrada e estacionou no canteiro de terra naquela serra maravilhosa. E ali estava Carlos no meio daquela visão panorâmica, tão lindo quanto antes de ter sido um babaca, e Simon só conseguia pensar em onde havia deixado sua sanidade e o seu respeito próprio. Isso o fez se recostar no banco e o observá-lo sério.
Carlos se virou assim que Simon estacionou. Comprimiu os lábios ao sentir um impulso enrijecido nas bochechas. O que iria ser aquilo? Um sorriso? Ficou absorto naquela ideia.
Simon suspirou profundamente rodando e removendo a chave da ignição, saiu do veículo e passou a seguir até ele.
— Como tem a coragem de me chamar aqui? Você não entendeu que eu definitivamente estou muito puto com você? — indagou enquanto se aproximava. — Quem você pensa que é? — Parou na frente dele. — Você acha que vai ser assim? Acha que vai me chamar e eu vou vir me rastejando? — arqueou ambas as sobrancelhas brevemente esperando a resposta.
Ao invés de entregar palavras, Carlos o estendeu o chocolate. Simon prostrou uma pequena careta fitando a caixa e voltando a encará-lo.
— Acha realmente que pode resolver as coisas assim? — perguntou ele, descrente.
Então Carlos o estendeu o boque de rosas.
Simon ficou perplexo e soltou uma lufada de ar em seguida. Pegou somente o boque e logo sorriu sarcástico.
— São lindas! — Aproximou as rosas a face e as cheirou. — Que amor! — Forjou um encanto que fez Carlos segurar a pequena caixa de chocolate com as duas mãos a alinhando frente ao corpo de modo desengonçado.
— Que bom que gostou.
Simon desviou o olhar para a paisagem e arfou de um jeito incrédulo. Então o fuzilou com o olhar e lançou o boque no chão com tanta voracidade que diversas pétalas vermelhas se desmancharam. Carlos ficou surpreso, não havia entendido por que tanta crueldade com rosas tão belas.
— Quantas vezes eu vou ter que te dizer para parar de me tratar feito uma mulher?! — Simon agarrou-o pelo colarinho da camisa e o puxou em sua direção para que deixasse de olhar as flores e olhasse diretamente para sua face. — Eu sou homem, Carlos. Homem! Quer fazer as pazes comigo? Me joga na parede e me chama de lagartixa, diz que sou uma britadeira e vamos fazer barulho a noite toda, pensa que sou um prego e me martela. Entendeu? — Puxou-o mais deixando suas faces rentes e não desviou do olhar dele em nenhum segundo. Será que havia ficado bem claro agora? — Eu não quero chocolate. Eu não quero flores. Eu quero você. Quero que tire a minha roupa e me faça gemer ao ponto de acordar um quarteirão inteiro. Então ou você me pega, ou você me deixa. Não fica me cansando, porque eu enjoo fácil e desisto.
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TLIAC (Frerard)
Fanfic1ª temporada → O Pen Drive Direto da teoria do último, um pen drive causa mudanças no destino das mãos em que passa. Através de um golpe ambicioso, o caos ameaça a cidade de Crosfilt. Após um acidente inesperado Frank Iero e Gerard Way, fiéis inimig...