Capítulo 30 - Fortaleza

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 Alaric estava paralisado no quarto de Aidan. Sentado em uma cadeira, seus braços estavam sem força assim como suas pernas, sua boca estava aberta e por ela uma fumaça cinza saía. Alexis não demonstrou, mas por dentro se sentia tão mal que tudo o que queria era chorar. Aquele não podia ser o Alaric que conhecia, não podia ser o seu amigo.

A única coisa que Luc desejava naquele momento, era ser mais indiferente aquelas pessoas, como achou que fosse.

- Ele está encantado. - Petrus observava o sobrinho de perto. - Pode me ouvir Ric?

- Luc, será que pode tirar isso dele? - Alexis perguntou agoniada. - São trevas, e sua marca pode...

- Não posso arriscar, Alexis.

- Por que não? - perguntou Petrus se voltando para ele.

- Nós precisamos do Isaac! Só através da minha marca vamos conseguir fazer isso, então não posso simplesmente testar esse recurso com os outros...

- Por que precisam dele? - Petrus o interrompeu nervoso.

- Eu prefiro que veja. - Luc arregaçou a manga esquerda da blusa. Estendeu a mão para Petrus, que não exitou em segurá-la. As memórias foram passadas por um impulso. Todas elas.

- Não pode tirá-las dele! - Petrus disse com os olhos ainda perdidos. - Não podem simplesmente desfazer o que fizeram com ele. O que nos garante que ele não acordará como... Como meu pai? - seus olhos se voltaram para Alexis. - Além disso, quem iria receber as maldições para libertá-lo?

- Petrus, vamos fazer isso justamente para não perdermos ele para o outro lado. Isaac pode ter errado com vocês, - Alexis suspirou pesadamente. - comigo e com todo mundo que um dia confiou nele, mas hoje, sou eu que te peço para esperar o melhor dele.

- Não que o melhor dele seja algo realmente bom... - Luc revirou os olhos. - Nós precisamos dele! Ele sabe mais do que mostra, mais do que gostaria de saber. Foi quem mais os viu nesses anos, o que mais se aproximou das trevas. Não sei como vamos fazer exatamente para chegar até eles, mas precisamos dele para fazer isso. E não posso arriscar tirar as trevas do Alaric, então só nos resta esperar os outros chegarem.

- Nós temos que achar a Scarlett antes disso. - disse Petrus preocupado.

- Nós temos que achar o corpo do Isaac!

- Achando ela, achamos ele! Ela o escondeu - Petrus suspirou e encarou o sobrinho. - Ric, eu não sei se está me ouvindo, mas se estiver, fique o mais tranquilo possível. Vamos te tirar disso. Eu volto logo!

- Onde acha que ela está? - perguntou Luc o seguindo agora pelo corredor.

- Eu não tenho idéia, só espero que ela esteja bem. - Petrus aparentava tanta preocupação que Alexis sentia uma falta de ar constante ao olhá-lo.

- Mas ela sabe se cuidar, não sabe? - Alexis se esforçava para acompanhar Petrus e Luc em seus rápidos passos. - Quer dizer, ela não pode morrer...

- Não é porque não podemos morrer que isso significa que não podem nos machucar. - Petrus era a prova mais concreta disso para os dois ali. - A cicatrização tem brechas, não se garanta nunca.

- Eu digo isso sempre à ela! - concordou Luc.

- E você? - Petrus o olhou. - O que aconteceu com você? É um de nós?

- Ainda um bruxo ordinário, só não posso morrer tão facilmente, mas não estou disposto a colocar isso em teste.

Os corredores do segundo andar ficaram para trás, assim como o saguão e o pátio. Petrus parecia guiado para a superfície, como se sentisse a irmã.

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