Linda

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Será que ele fez isso de propósito? Ou apenas não se lembrou de comprar uma peça tão íntima para sua funcionária? E como abordar esse assunto tão delicado com ele?

Nossa, esse tipo de coisa tinha que acontecer logo comigo? Ao entrarmos no carro iniciei uma conversa como quem não queria nada.

- Sobre as roupas que comprou para mim... - disse sem saber, se deveria ou não comentar.

- Espero que tenha gostado! Lhe caíram  muito bem! - disse me olhando nos olhos e com um sorriso bobo nos lábios.

- Então, não deveria ter se preocupado! Já estou dando muito trabalho pra você, quando eu receber meu salário eu lhe pago ok? -  desisti de falar sobre a falta da calcinha nesta aquisição de roupas.

- Ha, ha, ha, ha, ha, ha... Você realmente é hilariante Sandra! Mas não irei aceitar seu dinheiro. E não está dando trabalho nenhum! Realmente é um prazer tê-la em minha casa.

- Se você não vai aceitar meu dinheiro, porque eu deveria aceitar suas roupas?! Sou apenas sua funcionária, não tem obrigação nenhuma para comigo! -  disse um pouco chateada por eles estar rindo de mim. -  Precisarei ir à  minha casa ver os prejuízos e organizar algumas coisas e gostaria muito de procurar uma pousada ou algum quartinho enquanto não arrumo outra casa.

Ficando sério, e sem aquele maldito sorriso de chacota nos lábios disse:

- Nossa, como você é teimosa! A partir do momento que você virou minha assistente pessoal, devo mantê-la em segurança sim. E sozinha em sua casa você não vai! Se eu não posso ir com você, Jason, meu motorista irá acompanhá-la. E você permanece em minha casa ok? Isso está fora de questionamentos! - disse fechando a cara e travando o maxilar.

- Como? Não posso deixar minha casa assim, eu sei que pra você pode não significar nada ter um lar que você  chame de Ovinho, mas ali é tudo o que tenho. Além do mais, mesmo que eu fique em sua casa, preciso de minhas roupas, inclusive peças íntimas! -  disse sem pensar.

Seus olhos escureceram e sua voz ficou rouca, talvez ele tenha ficado com raiva de minhas palavras.

- Pensei que houvesse comprado o que você precisava no momento. Esqueci de comprar algo? -  disse com um olhar diferente, talvez de curiosidade.

Mordi os lábios, na dúvida se falava ou não, mas se falasse, ele ficaria pensando que sou uma safada que ando sem calcinha e vou para a empresa também sem calcinha! Oh meu Deus! Que dificuldade!

- Não! Não falta nada. Está tudo ótimo, mas não estou acostumada a ter as coisas de mão beijada!

- Não se preocupe com isso. Mudando de assunto, precisarei que fique na reunião hoje e faça a abertura da ata e anote tudo o que foi falado. Almoçaremos mais cedo e iremos na matriz de outra empresa à tarde. No fim da tarde quando chegarmos te levo na sua casa e você pega o que precisar!

Não falei nada, apenas assenti com a cabeça.

- A propósito conversei com uma amiga minha que é corretora de imóveis e ela se comprometeu a lhe ajudar a achar uma casa boa para você e Sara e que seja bonita, eateja em um bom bairro e com um preço acessível, mas por enquanto você fica na minha casa.

- Mas... - tentei argumentar, mas ele me cortou em seguida.

- Sei que é difícil para você aceitar que alguém possa cuidar de você, mas se você puder me dar um voto de confiança, poderei lhe ajudar e muito. - disse com ar inocente. Então, apenas assenti, balançando a cabeça em concordância.

Ao chegarmos no subsolo da empresa, mais uma vez ele abriu a porta do carro para que eu pudesse sair. Desafivelei o cinto de segurança, e levantei arrumando a saia e passando as mãos no rabo de cavalo.

Mas uma vez, dei espaço para ele ir na frente, e mais uma vez ele balançou a cabeça e me deu passagem para que entrassemos no elevador. Quando chegamos em nosso andar ele segiiu para sua sala e eu imediatamente peguei a ata, me dirigi para a sala de reuniões para me certificar e tudo estava seguindo seu curso.

A sala era enorme com uma mesa retangular e diversas cadeiras super confortáveis, abri a ata e enquanto estava de cabeça baixa, os clientes de Phillipe foram chegando.

Quatro homens lindíssimos, que pareciam ter saído de um concurso de modelos masculinos, então, me levantei para recepcioná-los.

- Bom dia Senhores, o Sr. Phillipe já está chegando, peço que estejam à vontade e se precisarem de alguma coisa podem falar comigo -  disse em um tom amigável.

O mais alto e mais forte se apresentou, com dentes brancos e uma cara de muita arrogância disse:

- Humm, o Yohensen sabe realmente escolher suas assistentes, se algum dia se cansar daquele cara me procure, será muito bem vinda na minha empresa e se quiser algo mais...

- Como sempre galanteador e como sempre querendo roubar minhas funcionárias não é Pedro? Você não tem vergonha de falar com minha assistente debaixo do meu nariz? -  disse sarcásticos, mas sorria ameaçadoramente.

- Confesso que até eu fiquei com medo do seu jeito. Esse lado feroz, eu não havia visto ainda.

Eles conversaram amenidades e depois começaram as negociações e eu anotava tudo velozmente. No correr da reunião fui buscar água para os componentes da sala e ao me levantar, todos olharam pra mim, mas precisamente, para minhas costas!

Que inferno! Será que com essa saia, dava para perceber a falta da calcinha? Isso era realmente constrangedor...

- A senhora está muito vermelha, está sentindo alguma coisa? - Pedro olhava descaradamente para meu rosto, que se encontrava em chamas!

- Não senhor, estou ótima!

- Então, finalizando a reunião... - dizia Yohensen com a cara  fechada para Pedro. -  Espero que leiam o contrato e assinem.

Em seguida apertou a mão de todos os presentes e se despediu.  Ao passar por mim, Pedro me cumprimentou e quando levantei a mão para agradecer a presença deles, como uma boa anfitriã, ele me puxou e me deu um beijo no rosto.

Fiquei sem reação. Então apenas sorri.
Mas atrás de mim, Yohensen o olhava com olhos assassinos.

- Já sabe minha querida se o Yohensen pegar muito no seu pé, pode mw procurar, darei um cargo especial para você.

- Sinto lhe informar, que ela não está disponível Pedro! Nem hoje e nem nunca! - disse com uma voz ameaçadora.

Então Pedro, levantou as mãos em sinal de rendição.

Fiz o fechamento da ata e quando estava indo à minha mesa o Yohensen me chamou na sala dele.

Antes de voarmos, terei que passar no shopping, gostaria de alguma coisa?

Pensei em como pedir para ele comprar calcinhas para mim e vi que não saberia nunca fazer um pedido desses tão sem noção para ele, então disse:

- Posso ir com você? Preciso comprar algumas coisas de uso pessoal. Prometo que serei rápida!

- Ok. Vamos.

AMOR PARA RECOMEÇAR (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora