Um Dia Qualquer

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Não consigo entender como as pessoas pintam o Yohensen como um diabo, pois desde a primeira vez que o conheci, ele foi amável, um ótimo ouvinte e muito prestativo.

Claro que teve o dedo do Dominique também, mas, grande parte da bondade foi dele, que se apiedou desta pobre alma aqui e teve a boa vontade extrema de me contratar sem nem me conhecer!

Quem faz isso hoje em dia?

Como se não bastasse, ainda me colocou na casa dele, me alimentou e ainda conseguiu um apartamento pra mim e pra Sara perto da Construcity, melhor do que isso impossível!

Fui junto com a Sara, pegar nossos pertences no "Ovinho"  e apesar de ter  sido horrível morar ali, foi por onde pudemos começar com o que tínhamos.

Sara conseguiu um bom emprego também com analista fiscal, e pela experiência dela, se dará muito bem. Quase não a vejo, pois o lance do Tinder deu alguns frutos e Cláudio aparenta ser uma boa pessoa. Então, ela passa algumas noites da semana com ele.

Nunca confiei muito nesses negócios de relacionamentos por redes de encontro, sempre fui muito desconfiada, e para apanhar igual a mala velha, já bastava apanhar de meu pai, me transformei em uma oessoa arisca e muito desconfiada.

Sempre pedi a ela muito cuidado e sempre morri de medo de que ela pudesse se machucar, conhecendo algum pilantra.

- Amiga toma cuidado com quem você passa foto e informações, esse troço funciona mesmo? Isso não é furada não? Alguém me disse lá no trabalho que esse aplicativo de encontros só serve para achar a "merenda" da noite e que você encontra a pessoa certa uma vez em um milhão de tentativas, é quase como ganhar na loteria!

- Que nada! Pelo sim ou pelo não, quando marco algum encontro, marco em locais públicos e com bastante gente. Chego sempre depois do cara e se ele mentir dizendo que era uma coisa e aparentar ser outra, dou no pé e ele fica a ver navios. Então dou block nele. - disse sorrindo. - Às vezes dá certo, às vezes, não. É um risco que corremos para encontrar nossos príncipes encantados. Falando em príncipe encantado, como vai seu lindo e maravilhoso chefinho?

- Não entendi a comparação e a lembrança do príncipe com o Yohensen, mas respondendo a sua pergunta vai bem - nessa hora, o telefone empresarial vibrou e eu sorri olhando a tela junto com ela - Falando no diabo... E que diabo gostoso trabalha com você! Pena que não dou essa sorte, poia pelo que pude perceber, meus colegas e chefe, são homens velhos, carecas e barrigudos... - disse ela saindo da sala e indo para a cozinha.

Abri o aplicativo de mensagens e tinha uma foto dele, vestindo uma camisa polo verde escura que combinava perfeitamente com seus olhos. Ele não sorria. Na verdade quando eu não estava por perto, principalmente em fotos, dificilmente o via sorrindo.

Mensagem do WhatsApp :

- Está ocupada?

- Estava organizando algumas coisas que trouxemos do "Ovinho" para a casa nova, e a propósito, ela linda! Obrigada pela ajuda, mas a corretora não quis me falar o preço. Por que tenho a impressão de que você está metido nisso?

- Hahahahaha... Que bom que você gostou, mas não liguei para falar de negócios, estava a fim de comer alguma coisa, mas não queria ir sozinho. Desde que você foi embora daqui de casa, sinto falta de conversar com alguém.

- O que você tem em mente?

- Algo simples, tipo comer um cachorro quente em uma pracinha...

- Ora, ora Yohensen, não sabia que tinha gostos tão... Peculiares... Kkkkkkkkkkk, estou rindo litros aqui, te imaginando comento hot-dog em alguma pracinha!

AMOR PARA RECOMEÇAR (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora