Ao entrarmos no helicóptero do Yohensen, estava meio distante e olhava a cidade pelo vidro da janela. A cidade estava cinzenta e fria como todos os dias loucos de São Paulo. Já era noite e como o meu namorado disse, a viagem seria bem rápida e nos pouparia tempo para que eu pudesse ver minha verdadeira família o mais rápido possível.
- Não se preocupe, eles vão amar você como eu a amo. Não tem errada! Apesar de ter sido criada por pais "fakes", você nunca mudou a sua essência. Pelo contrário, você se tornou uma mulher forte, com preceitos e princípios, batalhadora, guerreira e carismática! Como não se apaixonar logo de cara? - disse o Yohensen alisando a minha perna.
Parece que aquele homem conhecia minha alma, porque era justamente o que eu estava pensando.
- Amiga, o Yohensen tem razão. Todas as pessoas que lhe conhecem verdadeiramente, gostam da sua luz! Você é uma pessoa cativante e encantadora. Não se preocupe! Além do mais, eles são sua família. Família de verdade! Se eles já te amavam antes e sempre procuraram por você, com certeza o amor agora só irá aumentar mais!
- Vocês estão certos! Só não sei como agir com eles, tipo o que falar! É tudo tão novo que não sei como agir.
- Não coloque a carroça na frente dos bois! Não sofra por antecedência! Deixe as coisas rolarem naturalmente. Isto irá te surpreender! - era o Yohensen falando mais uma vez.
O piloto estava avisando que iria pousar o helicóptero e pedia instruções de pouso na central do hospital para pousar no heliporto.
Estava tensa e suava horrores, em mim há mente um turbilhão de emoções, de desejos, de algo há muito tempo preso e que ainda não sabia o que era.
Sabe aquela sensação de que você tenta respirar e o ar sai miseravelmente aos poucos? Você não sabe se expira ou inspira e seu pulmão está em chamas?
A cada passo que dava, meu coração apertava mais. Entramos no elevador e nos locomovemos para o andar em que o Paulo disse que estaria: terceiro andar. Eles estariam me esperando na sala de visitas.
Ao chegarmos lá, dois homens estava parados de costas para nós. Ambos tinham a mesma estatura e físicos idênticos. Cabelos castanhos um pouco mais claros que os meus, pele da cor da minha, o da esquerda usava calça social, e camisa também social, porém estava informal, com as mangas dobradas até o meio do antebraço. O da direita, usava jeans lavado e camisa de gola canoa preta.
Eles conversavam algo que não conseguia identificar mas davam pequenas risadas e um esmurrava levemente o braço do outro. Sentada na poltrona mais a frente, uma senhora lia uma revista e também aguardava um pouco impaciente e olhando de cara um pouco sisuda para os jovens que pareciam estar zoando um ao outro.
Pigarreei, mas o pigarro saiu mais como uma tosse alta! Ambos se viraram e a senhora levantou a cabeça, tudo ao mesmo tempo.
- Maninha? - ambos responderam ao mesmo tempo. - apertei a mão do Yohensen. Ele manteve segura. Isso né deu mais conforto e segurança.
Eles eram gêmeos! Eu tinha dois irmãos gêmeos idênticos. Até conhecê-los perfeitamente, iria pagar muito mico.
Era notório as semelhanças deles com a minha, olhos levemente esticados, narizes afilados, cabelos lisos e pele morena clara, bocas carnudas. Eles eram lindos, e não, eu não me achava linda! Mas vendo-os, acreditava que eles fossem cópias minhas muito mais melhoradas.
Já a senhora ao lado deles tinha algo de familiar, talvez os olhos ou a boca da família. Supus que poderia ser minha avó.
Sorri e lágrimas escorreram pela minhas bochechas, enquanto eles e a senhora vinham em minha direção.
Eles me abraçaram.
E todos choravam, mas não de tristeza, as lágrimas que desciam sem parar e que molhava nossas roupas era de algo libertador, que estava preso há bastante tempo e agora estava sendo libertado, pois tínhamos encontrado um elo perdido.
O elo que clamava por união. Não mais estava sozinha. Nunca estive. Sara foi uma irmanzona pra mim. Mas, sempre senti que faltava alguma coisa. Amor paterno, materno, fraterno, familiar... Agora não mais.
Sempre acreditei que não era possível que eu tivesse tanto amor pra dar e vivesse com pais infelizes e amargurados, que descontavam todas as suas frustrações em mim.
Tinha que ter algo mais.
Eles me olhavam, me tocavam, não acreditando que eu fosse real.
O abraço foi ficando mais folgado. Então quando nos soltamos fiz as apresentações. E eles também se apresentaram.
- Bem, vou me apresentar agora - disse ainda sorrindo um sorriso de orelha a orelha. - Me chamo Sandra Martins, fui criada por Henrique e Magnólia, mas esses não são os meus pais. - Respirei fundo, soltando o ar devagar. - Este é o Yohensen, o amor da minha vida e está aqui ao lado é a Sara! Ela não é minha amiga, é minha irmã.
Senti que eles fecharam a cara, talvez achando que ela pudesse ser filha dos crápulas que me criaram. Essa, ao ver deles, era a única explicação. Então, me corrigi o mais rápido possível.
- Está é minha irmã de alma, meu anjo da guarda, a única pessoa que me ajudou a passar pelo inferno que eu vivi na minha infância e adolescência. Pensei por muitas vezes em tirar minha própria vida, assim as dores e as humilhações diárias puderiam cessar. Mas ela sempre esteve lá, sempre me deu forças para continuar. E quando completamos 18 anos, bem na verdade eu completei 18 e ela 21, conseguimos fugir. Os pais dela morreram cedo e a única pessoa que criava ela, já tem uma família e então não se importou tanto quando ela disse que ia embora comigo, sua melhor amiga. Então se estou aqui hoje abraçando vocês, grande parta é por conta dela! E sou muito grata a você Sara!
Sara chorava. E estava ao meu lado.
O Yohensen ainda apertava minha mão.- Prazer em conhecê-los. Disse a senhora. Sou sua avó materna. Me chame de Julieta ou Juju, ninguém me chama de avó. Me faz parecer mais velha do que sou. Sou a mãe da Lavínia, a sua mãe!
Meus olhos brilhavam.
- Meu Deus eu tenho uma Juju em minha vida! Que massa! - todos riram porque, meu sotaque baiano aparecia quando ficava nervosa. E meus irmãozinhos? Gêmeos Idênticos! Como vou saber quem é quem?
- Muito simples! Eu sou o mais bonito e que você irá me armar com a sua amiga-irmã! - disse-me o que estava de calça jeans e que parecia ser também mais o engraçado, falando baixinho, apenas para mim.
Eu sorri dando um tapinha em seu ombro.
O que estava vestido socialmente se apresentou.
Eles riram, olhando um para o outro como se comunicassem com o olhar.
Olhando mais de perto, o que se vestia casualmente possuía uma mecha de cabelo quase imperceptível, azul. Não sei se ele fazia isso como forma de identificação ou se era apenas estilo, mas prestaria atenção quando ele falasse o seu nome.
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Olá meus docinhos? Estão gostando do desenrolar da história? Espero que sim! Está chegando ao fim e estou super contente!
O Wattpad, me informou aqui na plataforma, que esse livro está elegível para participar do concurso Wattys 2019.
Já pensou que legal? E isso eu devo apenas à vcs! Meus crushs literários. Amo, amo, amo vcs!
Então, vcs estão me motivando muito! E estou pensando seriamente em divulgar esse dengo meu no Facebook e Instagram. Imaginem que nem meus amigos e nem minha família sabe que eu escrevo e que muito menos estou terminando esse livro. Vcs me seguiriam???😘😘😘😘 no coração de vcs!
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AMOR PARA RECOMEÇAR (COMPLETO)
RomanceSandra, viveu sua infância e parte da adolescência em um lar abusivo, onde lhe faltava amor e carinho, sendo abusada pelos pais física e emocionalmente. Seus pais a odiavam por motivos que ela desconhecia. Mas para sobreviver a negligência deles...