Relações Complicadas

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A tarde transcorreu devagar, fiz algumas ligações, agendei algumas reuniões e confirmei a nossa presença em dois eventos na semana que vem.

Estava de cabeça baixa, analisando algumas planilhas e não o vi entrar na sala, ou talvez tenha sido na hora em que fui ao banheiro.

De repente, ouço meu telefone tocar,  e palavras secas e duras passaram do outro lado da linha chegando ao meu ouvido, mas de uma voz conhecida.

- Senhorita Sandra, traga até minha sala dois martinis, e por favor seja rápida! -  Não reconheci aquela pessoa, da noite passada aqui. Esta, era amarga e grossa.

Talvez, o que falavam dele pelos corredores fosse realmente verdade, mas gostaria de acreditar que não era. Da mesma forma que  não era verdade  o boato de eu ser amante dele, ou pior, apenas um casinho de uma noite.

- Sim senhor, estarei levando. - disse da mesma forma em que me tratou.

Fui à copa e havia um rapaz que era responsável por fazer drinks para os diretores e funcionários do alto escalão da empresa, este, ficava a nossa disposição, sempre que precisávamos. Liguei para o setor do mesmo, que ficava no quarto andar. Pedi pra ele subir imediatamente, porque nosso patrão havia solicitado algumas bebidas e tinha pressa.

Em menos de cinco minutos, estava batendo em sua porta.

- Senhor Yohensen, as suas bebidas. -  ao entrar me deparei com a modelo magricela, sentada em seu colo, alisando seu peitoral e o chamando de Papaizinho! Puta que pariu! Papaizinho?!

Que cena bizarra! Fiz o que deu na cabeça, abaixei a cabeça, entreguei suas bebidas e fiz menção de sair.

- Para onde está indo? Não lhe dei permissão de sair e olhe para mim quando eu estiver falando com você! - disse petulante e arrogante.

Levantei a cabeça, e o olhando nos olhos, senti um imenso vazio e uma raiva invadir meu ser. Remeti aos tempos em que morava com meus pais, onde eram as únicas pessoas que deveriam me amar e não amavam. Ele estava me tratando exatamente igual.

O que fazia com que eu me sentisse um ser desprezível que não merecia o amor de ninguém. Meus olhos insistiam em querer lacrimejar, mas os anos de convivência com pessoas abusivas me tornou um ser forte.

E foi nessa pegada que inspirei e expirei várias vezes, até acalmar meu coração, que batia descompassado.

- SIM SENHOR! O QUE O SENHOR PRECISAR - disse quase inaudível.

Senti que ele estava com raiva, pois trincava o maxilar e seu olhar era sombrio. Mas raiva? De quê? De mim? Não conseguindo interpretar seus sentimentos, respirei fundo mais uma vez para não perder o controle.

Justo eu, que estou com o nome sujo na Medina? Meus colegas estão secando a língua pelos corredores falando que eu tenho um caso com ele, sem nem ao menos ter deitado na cama!

A modelo magrela, era supérflua, fútil e altamente entediante. Já se passavam das dezoito horas, e enquanto eu esperava tendo uma sensação de vômito cerebral só de ouvir aquela criatura desprezível falando, meu celular tocou e eu atendi de imediato.

Talvez para fugir do olhar crítico do Yohensen ou talvez para desafiá-lo. Falando baixo, disse:

Ligação de Sandra:

- Alô, quem fala?

-Oi Sandra, aqui é o Edu, liguei pra saber se você quer sair para um happy hour agora? Ainda está na empresa?

- Ah, oi Edu, estou sim, adoraria, faz assim, assim que eu sair daqui eu te ligo e a gente vê, está bom?

- Fico te aguardando então, um beijo, bela Sandra!

AMOR PARA RECOMEÇAR (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora