Após uma noite sem notícias sobre o Yohensen, e informações bombásticas sobre ele, que foram jogadas em meu colo, foi me dada a incumbência, mesmo que indiretamente, de cuidar dele.
O Dominique bolou um plano para nos juntar, e eu que achava que essas coisas só acontecessem em filmes, me vi, fazendo parte de um plano mirabolante para a salvação de seu sobrinho. Só não sei se o efeito estava sendo o contrário e eu que estava me apaixonando perdidamente por ele e não vice e versa.
E eu havia caído direitinho, mesmo que o Yohensen não soubesse. Ele já fazia parte de minha vida, como nenhum outro homem o fez. Na verdade, ninguém do sexo masculino, nem meu pai, por quem deveria sentir amor, sinto apenas desprezo e se depender de mim, não o quero ver nunca mais!
Por mais que seu tio diga que eu o estou salvando, quem me salvou diversas vezes foi o meu chefe. E isso não tinha preço.
Após incontáveis minutos de espera, o dr. Cláudio, que estava com olheiras nos olhos veio nos atender e informar que o Yohensen já se encontrava no quarto em observação e que ficaria mais 24 horas para realizaçao de alguns exames.
- Podemos visitá-lo? - perguntei ansiosa.
- Sim. Mas vou logo avisando que ele está sedado devido as diversas convulsões que teve durante a madrugada. É possível que acorde mais tarde ou durma por algum tempo a mais. Vai depender da forma que ele reage ao medicamento. - deu um sorriso cansado e pediu que nós o seguíssemos.
Já no apartamento, ele dormia calmo e sereno. Não parecia em nada com aquela pessoa de rosto arroxeado e olhos esbugalhados que vi na noite anterior.
Era realmente uma cena aterrorizante. Talvez demorasse um pouco para apagá-la da memória.
Ouvi meu celular vibrando e ao olhar vi que Sara me ligava. Pedi licença ao Dominique e conversei com ela.
Contei todo o ocorrido, nos mínimos detalhes e ela disse que se precisasse de ajuda que ela poderia ir para lá.
Pedi que ela me trouxesse apenas uma muda de roupas e meus livros de estudo. Afinal as provas iriam ocorrer no fim de semana.
Quando ela chegou, fui ao banheiro tomei um banho, e troquei de roupas, a agradeci e disse que ela não se preocupasse, que quando desse eu voltava para casa ou mandava notícias.
Havia convencido o Dominique a ir para casa e quando o Yohensen acordasse, eu ligaria para ele, afinal, o tio dele era um senhor de idade que havia chegado recentemente de uma longa viagem e devia estar exausto também.
As horas se arrastavam, mas com o silêncio do quarto, pude revisar algumas coisas até que vi sua face mexer, mas este ainda dormia a sono solto.
Me sentei na cama perto dele, alisei seus cabelos e o beijei na boca, sentindo seus lábios quentes e carnudos.
- Gostaria que soubesse que você é o único homem que me mostrou a luz e me trouxe esperança, enchendo meu coração de amor. Eu te amo Yohensen! Não posso deixar que as pessoas lhe façam mal algum. Não apronte mais nada desse tipo comigo. Tive tanto medo de te perder! - desabafava para uma pessoa que não me ouvia. E senti lágrimas molharem meu rosto, e também o dele.
Então, sua mão enlaçando minhas costas num abraço tenro e reconfortante. Levantando a cabeça me deparei com olhos curiosos que me olhavam, como se olhasse através da minha alma.
- Ei, porque está chorando? Onde estou? Por que está aqui? O que aconteceu ontem à noite? - perguntou ele, meio desnorteado.
-Não se lembra de nada do que aconteceu ontem a noite? - disse enxugando os olhos, estava perplexa. Que ele havia bebido eu sabia. Agora em qual quantidade, me fez perceber que havia sido em uma dose cavalar.
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AMOR PARA RECOMEÇAR (COMPLETO)
RomanceSandra, viveu sua infância e parte da adolescência em um lar abusivo, onde lhe faltava amor e carinho, sendo abusada pelos pais física e emocionalmente. Seus pais a odiavam por motivos que ela desconhecia. Mas para sobreviver a negligência deles...