Horas depois, Dario, Anna e Nathalia estavam sentados no gramado do Centro de Práticas Arcanas, testemunhando em primeira mão o sofrimento do colega.
— Você consegue, só precisa se concentrar mais.
— Eu estou te falando professor, eu não consigo, eu não entendo. Eu já li o livro de cabo a rabo, pratiquei em casa, pesquisei na biblioteca, mas não consigo manifestar essa porcaria de energia pura.
— Você também teve dificuldades com a manipulação do vento, não é verdade? — perguntou o professor.
— Sim, mas isso é diferente. Já faz mais de um mês... que eu estudo e pratico todos os dias, mas de alguma forma... — sua face contraiu numa expressão feroz —... de alguma forma eu não consigo — grunhiu irado.
Com as pupilas dilatadas o rapaz contemplou os demais colegas. Cada um tinha as mãos envoltas numa discreta aura azul que dançava conforme o ritmo ditado pela canalização. Até Jonas, o menos empenhado da turma inteira já se divertia com o brilho irradiado por suas mãos. Ronan então olhou para as suas, idealizou-as irradiando como as de todos os colegas, mas tudo o que via era a cor da sua pele, numa tonalidade pálida, sem graça alguma.
Tudo isso em vão? Todo o tempo perdido estudando e praticando para nada?
Anna engatinhou para perto de Ronan.
— Eu posso te ajudar. Podemos parar com a minha pesquisa por um tempo. É o Mínimo que posso fazer depois de toda ajuda que você me deu até hoje.
Ele levou a mão aos olhos, secou alguns princípios de lágrimas e agradeceu a oferta:
— Obrigado — sua voz saiu um pouco tremida.
O professor entusiasmou-se com a demonstração de solidariedade.
— É isso que eu gosto de ver, amigos se ajudando em momentos de necessidade e retribuindo o espírito de seguir em frente.
Enquanto Anna ajudava Ronan com seu problema, Nathalia Aproximou-se de Dario e puxou a manga do casaco dele.
— Vem comigo, precisamos conversar. — Ela levantou e o arrastou para um canto.
Após chegarem a um espaço onde ninguém poderia ouvi-los, Dario a questionou:
— E agora?
— Você já sabia que ele tinha dificuldades, não é mesmo?
Notou que ela não estava para brincadeiras.
— Fiquei sabendo faz uma semana.
— Mas você fez alguma coisa para ajudá-lo desde então?
Ele amaldiçoou em sua cabeça aquela pergunta e respondeu pausadamente com um sorriso falso:
— Eu, não sou bom, com esse tipo de coisa.
— É a sua cara mesmo, mas ajude-o como puder. Não suporto ver o coitado sofrendo. Ainda mais após a derrota no torneio.
Dario irritou-a quando irrompeu em risadas.
— Você esta rindo do que?
— É muito esquisito te ver tão preocupada com ele. Não faz seis meses que você queria ferrar com nós dois. Achei essa ironia engraçada, foi só isso. — A gola do seu casaco foi puxada contra ela.
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Ronan
FantasyQuando um implacável general toma as rédeas de um poderoso império, frequentes conflitos corroem os pilares em que a paz conquistada com sangue repousa. Temendo o pior, Nicolau Dumont, o Arquimago, movido por um desejo de paz, convida os líderes de...