19. Sombras do Império (Parte I)

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Com o fim da Conferência de Antares, a companhia da imperadora Triss Loboprata permaneceu duas semanas na Cidade Livre. Nesse interim, todos os encabeçados trabalharam dia e noite na organização da unificação dos reinos e principados, no que viria a ser o segundo império a surgir no continente. Quando a data do casamento entre Triss e Henrique Belfort fora marcada e, todos os demais detalhes resolvidos, eles partiram de volta à Lincevall, a capital do antigo reino de Lince, mas futura capital do império de Antares.

No meio do trajeto, após uma semana de viagem, a comitiva parou numa cidadezinha localizada entre vastos campos de trigo, plantados e cultivados pelos esforçados camponeses da região. Apesar de pequena, a cidadezinha contava com uma estalagem luxuosa, reservada para as figuras importantes que por ali passavam, como: aristocratas, comerciantes, estudiosos da Ordem dos Magos e até mesmo, a realeza.

Como de costume, Eric e Ivar cavalgavam muito à frente do resto. Mais uma vez eles contemplaram o muro da cidade. Apesar da aposta para adivinhar o tamanho da construção defensiva ter sido feita no caminho de ida, Ivar veio com uma ideia.

— Chefe, e aquele moinho? — apontou o indicador da mão direita para a construção na margem do rio, em direção leste.

— Não me recordo dele na ida, mas vou chutar que... deve ter uns... oito metros de altura.

— Um bom palpite, você não recorda dele, pois perdemos nosso tempo vendo esse muro horroroso.

— Pra mim aquilo é mais uma cerca — Eric zombou arqueando as sobrancelhas e esboçando um sorriso.

— Pensa bem chefe, para que eles iriam querer uma muralha se não tem gente para defender? É bem mais fácil se esconder na floresta e rezar para que os invasores só queiram roubar algumas sacas de trigo.

— Talvez você esteja certo Ivar, mas você fugiu do seu palpite. Então diga logo, quantos metros de altura tem aquele moinho sem graça?

— É verdade! Então vou arriscar uns... — tentou raciocinar seu chute. — Sete metros!

Com mais uma aposta em curso os dois Corvos da Tormenta cavalgaram sem pressa até a entrada da cidade, onde guardas munidos de lanças e cobertos por trapos faziam a segurança da cidadezinha. Eric rapidamente lembrou que não recordava o nome do local e, junto do amigo, se aproximaram dos destemidos cavalheiros.

— Uma boa tarde senhores. Eu me chamo Eric Tormensson. Não sei se recordam, mas estivemos aqui há algumas semanas atrás.

Um homem sobrancelhudo e narigudo com o cabelo sujo em formato de cuia se aproximou, deveria ser o líder do bando.

— Nóis lembra sim, vocêis vão fica aqui de novo? — Sua voz era demasiada aguda.

— Sim senhor. — Como estava de bom humor, Eric quis soar educado.

— Podem entra então — disse a figura medonha como se tivesse alguma autoridade sobre o assunto.


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