Capítulo 24

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-Blayblay!
Tudo fica escuro e depois branco.

Estou em minha casa, no meu antigo quarto, borboletas de todas as cores  se espalham pelas paredes e cortinas rosa brilham na pequena janela que há em meu quarto. Minha pequena cama e a estante de livros que a qualquer momento poderia cair derrubando todos os livros em cima da minha cabeça, porém ela nunca caiu sempre ameaçando cair, mas nunca o fazendo de fato. Em outra parede vários desenhos, pareciam ser feitos por Uma criança de 8 anos, mas eram feitos por uma criança 4. Uma eu pequenininha entra saltitante no quarto com mais um desenho na mão, ela pega a fita no chão ao lado da cama e cola o outro desenho na parede. Larga a mochila que carregava no chão, pega um caderno que está dentro da mesma e começa a desenhar outro desenho para colar na parede.
Um garotinho entra pela minha janela, chacoalhando minhas cortinas rosa. A minha eu de quatro anos olha para o lado e se assusta com o menino lindo e fofo que agora está sentado a sua frente na cama. O garoto tem cabelos castanhos lisos, grandes bochechas rosadas e olhos azuis escuro intrigantes. Chego mais perto da minha cama onde estão sentados as duas crianças e olho melhor o menino, por um momento ele parece olhar para algo além da minha eu pequena, ele parece olhar para mim. Vejo Blake em seus olhos, um Blake mais leve, mais inocente. Sinto o medo da minha eu pequena ao presenciar o estranho em seu quarto.
-Quem é você? -pergunta a minha eu pequena, e sinto sua aflição e medo ao conversar com um estranho, coisa que nossa mãe nos ensinou a não fazer.
-Meu nome é Blake, mas você pode me chamar de Blayblay, é assim que minha mãe e meu pai me chamam. Qual é seu nome? -pergunta o menino se aproximando.
-E-eu não posso falar com e-estranhos! -diz a pequena Millena se levantando para ir chamar a mamãe.
-Não! -gritou o pequeno Blake assustado o quê fez a pequena Millena parar para olhá-lo. Ele era o intruso, por quê ele estaria com medo? A pequena Millena olhou dentro dos olhos do pequeno Blake e sentiu aflição por ele. Algo diferente, queria que ele fosse seu amigo, queria conhecê-lo. Será que Maya ficaria brava se ela incluísse mais um amigo no grupo? Ela ainda estava tentando decorar o nome do Jason, e não ficava nem um pouco contente quando eu puxava conversa com a minha vizinha.
-Me chamo Millena, mas pode me chamar de Milli, minha mamãe me chama assim! -a pequena Millena diz estendendo a mão para o pequeno Blake. Ele parece receoso e com medo no início, como se ela é que tivesse invadido o quarto dele e não o contrário. Ele aperta a mão dela devagar como se ainda esperasse que ela fosse morde-lo.
-Você está bem, Blayblay? -A pequena Millena pergunta preocupada com o novo amigo.
-Não muito bem, meu papai disse que minha mamãe precisa ir embora e eu vou ter que ficar com outra mãe! -ele fala cabisbaixo com um biquinho muito fofo.
-Eu não entendi! -ela diz fazendo uma carinha confusa, sempre tão lerda, não é Milleninha?
-Não precisa entender, vêm comigo! -ele diz indo até a janela e pulando para a escada de incêndio do prédio.
-Para onde nós vamos? -ela pergunta já pendurada na janela- Mamãe disse que não posso sair com estranhos!
-Nós só vamos ao telhado! -ele fala estendendo a mão para ajudar a pequena menininha sedentária a pular uma janela pequena- E eu não sou um estranho! Somos amigos agora!
-Somos? -ela pergunta e ele assente- Mas, eu tenho medo de altura!
-Mamãe diz que não importa qual é nosso medo, temos sempre que enfrentá-lo, antes que ele vença a gente! -ele diz olhando para ela que ainda está indecisa sobre ir ou não- Nada vai acontecer com você, Milli! Eu prometo de dedo mindinho!
-O que é isso? -ela pergunta intrigada com os olhinhos arregalados.
-Significa que se eu quebrar a promessa você pode cortar o meu dedo mindinho fora! -ele explica com a maior naturalidade. Ela se convence de que é seguro e enlaça seu dedo mindinho ao dele. Então foi assim que começou?
Ele a ajuda a subir na janela e a pular para a escada de incêndio, consigo sentir o medo e o cansaço dela pelo esforço ao subir a janela e pela altura que se encontra debaixo de seus pés.
Ele não solta a mão dela até eles chegarem ao telhado, nem mesmo quando tiveram que subir aquelas escadas, talvez porquê ela apertava a mão dele tão forte que trancava a circulação de sangue, deixando os dedos dele roxos.
-Pronto, chegamos vivos! -ele diz ainda segurando a mão dela. Ela fecha os olhos deseperada, ele olha para ela sorrindo mas seu sorriso desaparece quando vê que ela não está aproveitando a vista- Milli! -ele a chama puxando sua mão para baixo- Abre o olho! Prometo que você vai adorar isso!
-Você promete? -consigo sentir o mesmo medo que ela, consigo ver as imagens dela caindo do prédio passando repetidamente pela cabeça dela.
-Eu prometo! -ele diz fazendo uma careta quando ela aperta sua mão muito forte, porém, ele não reclamou.
Ela abre o olho e se sente maravilhada com a vista. O vento faz ela sentir calafrios e a altura faz ela sentir um frio na barriga. Mas ela também se sente segura, sabe que enquanto Blayblay estiver por perto nada de ruim vai acontecer. Ele se senta na Ponta do prédio fazendo ela sentar junto com as pernas bambas.
-E agora? -ela pergunta com o medo estampado na voz.
-Fecha os olhos, sente o vento bater em seu rosto, e pensa! -ela faz o que ele diz, apesar de só conseguir pensar nele. Ela estava animada por ter feito um novo amigo. De vez em quando ela abria um dos olhos e o observava de canto. Os cabelos castanho escuros dele balançando com o vento.
-Eu queria um Milkshake agora! -ela diz a primeira coisa que vêm a sua cabeça para quebrar o silêncio.
-O quê é um Milkshake? -ele pergunta confuso.
-Você não sabe o que é um Milkshake? -ela pergunta olhando para ele incrédula.
-De onde eu venho isso não existe! -ele fala normalmente dando de ombros.
-MilkShake é simplesmente a coisa mais gostosa que você vai comer na sua vida! Comer não, tomar! -ela fala animada.
-É tão bom assim? -ele pergunta e ela assente com os olhinhos arregalados.
-De onde você vêm? -ela pergunta curiosa.
-De um lugar bem longe! -ele fala olhando para frente.
-E o que está fazendo aqui? -ela pergunta não entendendo o que um garoto que mora tão longe veio fazer na janela de prédio dela.
-Vim aqui para te ver! -ele fala sincero a olhando.
-Me ver? Mas você nem me conhece! -ela fala confusa.
-Mas agora eu conheço, e sou seu melhor amigo!
-Maya não vai gostar nada disso! Ela diz que é minha melhor amiga mulher e homem! E que se eu trocar ela, ela vai me.... Não posso dizer! -ela arregala os olhos olhando para frente e ele ri.
-Millena! Onde você está?! -ouço minha mãe gritar e viro a cabeça ao mesmo tempo que a Milleninha.
-Preciso ir! -ela diz olhando para ele que faz uma carinha triste- Foi bom te conhecer, Blayblay!
-Foi bom te conhecer, Milli! -ele se levantou a ajudando a levantar também.
-Como vamos descer? -ela pergunta com o medo já voltando.
-Me abraça! -ele diz e ela olha para ele de um jeito estranho.
-Não entendi!
-Confia em mim! -ele diz a puxando para perto.
Ela o abraça pelo pescoço com força e ele tira os pés do chão, flutauando e levando ela junto. Ela enfia o rosto em seu pescoço com medo e ele flutua com ela até sua janela.
-Chegamos, Milli! Agora já pode me soltar! -ele diz afagando as costas dela.
Apareço em meu quarto novamente, assistindo ela se despedir dele e admirá-lo voar para longe.
-Millena! Onde você estava? Eu fiquei preocupada! -minha mãe entra pela porta do quarto com as mãos na cintura. Ela está um pouco mais jovem e seu cabelo está mais curto.
-Mãe! -digo ao mesmo tempo que a pequena Millena. Sinto meu peito queimar de saudade. Avanço para tocá-la mas ela desaparece assim como o quarto e a pequena Millena.

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