Capítulo 17

22 2 0
                                    

Eu beijei o Blake?! Okay! Eu beijei o Blake! Eu me odeio! Foi muito bom, e eu me odeio mais ainda por isso! Ainda sentia suas mãos e respiração em minha pele queimando como fogo. Como se tivesse deixado marcas permanentes por todo o meu corpo! Por quê eu fiz isso?! Por quê ele fez isso?! Ele não me odiava?! Cadê toda aquela raiva?! Ele não pode ser legal! Eu tenho que odiá-lo, não gostar dele! Não! Eu não gosto dele! Ah, eu gosto sim! Meu Deus, o que eu faço?! Eu gosto do Blake! Ele gosta de mim?! Por quê ele gostaria de mim?! Piadas péssimas, sensibilidade fora do normal, péssimo senso de humor, nenhuma coordenação motora, sarcasmo intenso, ironia devastadora, cabelo horrível, minha cara não é tão ruim, eu até que sou bonitinha, mas ele podia arranjar coisa melhor, auto estima questionável, já que eu estava listando os meus defeitos em minha cabeça e essa lista seria bem maior do que o esperado se eu continuasse.
Precisava conversar com alguém, Maya deve estar com Marshall, Ben vai rir da minha cara, Sarah é muito nova para entender essas coisas.
Noah! Ele era meu irmão gêmeo não? Saberia o que fazer! Tentei procurá-lo com essa ligação de gêmeos das sete famílias, não consegui nada, tinha que treinar isso mais tarde.
Fui andando pelos corredores quase desesperada para encontrar o Noah. Vi um homem de longe e fui correndo para alcançá-lo.
-Hey! -consigo ancançá-lo e ele me olha assustado porque estou ofegante com as mãos no joelho tentando recuperar algum fôlego. Vejo que se trata de Ethan, o moço que havia me ajudado na minha primeira noite aqui.
-Aconteceu alguma coisa, Millena? -ele pergunta preocupado.
-Preciso.... quarto.... meu irmão -falo pausadamente ainda recuperando o fôlego. Eu precisava correr mais, não aguentava nem 500 metros sem quase morrer sem ar. Eu sou muito sedentária Jesus!
-Milli, você está bem? -ele se aproxima encostando a mão em minhas costas.
-Preciso saber onde fica o quarto de Noah, meu irmão -digo com metade do meu fôlego recuperado.
-Okay -diz tentando não rir- Venha comigo.
-Obrigada, Ethan! Sempre me ajudando quando preciso! -o agradeço- Desculpa ser tão descarada a ponto de perguntar isso, mas você pode me carregar?
-O quê?! -ele exclama rindo e eu fico vermelha pela pergunta que havia feito.
-Esquece! -digo e começo a andar, mas ele segura na minha mão e depois a solta virando de costas.
-Sobe aí!
-Sério?!
-Vai, sobe logo antes que eu me arrependa! -diz rindo. Subo em sua canguta e ele sai andando na direção do quarto de Noah.
-Então... -pergunta depois de algum tempo andando- Quer me contar o que aconteceu?
-Sinceramente... -me inclino para olhá-lo- Não!
-Okay! -diz em meio a suas risadas- Se não quiser me contar não precisa!
-O quê você é do Blake? -pergunto ainda me inclinando para olhá-lo.
-Ele diz que sou seu melhor amigo -diz convencionalmente me puxando mais para cima em um pulo, pois estava escorregando por sua cintura.
-Se eu falar com você alguma coisa sobre ele -olho em seus olhos- Vai contar a ele?
-O que acontece no corredor, fica no corredor!
-Okay -suspiro olhando para frente- Eu e Blake nos beijamos, muito.
Ele me deixa escapar fazendo-me cair de bunda no chão.
-Ei! Isso doeu! -grito ainda sentada no chão.
-Me desculpe! -ele fala rápido me levantando do chão- Fiquei em choque!
-É! Acredite, eu também! E olha que fui eu quem beijei ele! -ele me olha confuso com vontade de rir- Não me olhe assim! Ele retribui o beijo! E como retribuiu...
-Okay! Eu não quero detalhes! -Me interrompe erguendo as mãos para que eu parasse de falar- É por isso que quer ver seu irmão?
-Sim! Agora me leve ao quarto dele, por favorzinho! -peço juntando minhas mãos em forma de súplica.
-Okay! -ele diz se virando para que eu suba em sua canguta novamente e é o que eu faço- Sabe que pode conversar comigo sobre isso, não sabe? Também sou seu amigo!
-Eu sei, mas não vou conversar sobre garotos com você!
-Desde que não me obrigue a dar uma opinião sobre o jeito que meu melhor amigo beija, ficaria feliz em ouvir! -ele fala e me faz dar gargalhadas.
-Idiota! Mas o beijo dele é muito bom, caso você esteja se perguntando! -exclamo batendo de leve em seu peito e ainda rindo.
-Chegamos! -ele exclama visivelmente cansado me soltando e parando em frente a uma porta.
-Obrigada, Ethan -o agradeço com um abraço- Pela ajuda, e pela conversa!
-Estou aqui caso precisar, Milli! -ele diz dando uma apertada em minha cintura e depois desfazendo o abraço, saindo pelo corredor.
Com a mão na massaneta da porta, respiro fundo umas três vezes. Precisava conversar com alguém sobre o que havia acontecido, e algo dentro de mim me dizia que Noah era a pessoa certa para isso.
Abro a porta e adentro o quarto. Era grande, as decorações em marrom e branco. Direcionei a minha atenção para sua cama, onde ele estava aos beijos com Anthony. MEU DEUS! Agradeço mentalmente por eles estarem de roupa.
-Senhor eu juro que vou começar a bater na porta antes de entrar! -digo um pouco alto demais olhando para o teto.
-Milli, o que faz aqui?! -pergunta Noah assustado.
-Vocês sabem que podem trancar a porta, não sabem? -pergunto com um pouco de deboche.
-Aconteceu alguma coisa? -pergunta Anthony, claramente irritado com minha interrupção.
-Sim! -exclamo suspirando- Eu beijei o Blake! Mas vou deixar vocês continuarem! Ir ao quarto da Maya, e bater na porta antes de entrar!
-O quê?! Você beijou o Blake?! -exclama Noah espantado.
-Finalmente! -Anthony diz ao mesmo tempo que Noah.
-Eu sei! -digo olhando para Noah- Qual nosso problema com os gêmeos Wright, irmãozinho?!
-Você não está surpresa por nós dois?! -pergunta Noah surpreso.
-É claro que sim! Mas eu compreendo como é difícil resistir a esse rostinho! -exclamo apontando para Anthony.
-Bom, já estava na hora de você e meu irmão se acertarem! E isso sim vale a pena ouvir! Senta aqui! -diz Anthony batendo de leve no espaço entre ele e Noah na cama.
-Ei! -grita Noah.
-A gente termina mais tarde, amor! -exclama Anthony.
-Como assim, "já estava na hora de você se acertar com meu irmão"? -pergunto me apoiando sobre os cotovelos.
-Ele é louco por você desde que se esbarraram naquela boate, se duvidar até antes! -diz rindo da minha lerdeza.
-Mas ele me odeia!
-Acredite, aquele olhar é tudo menos ódio, irmãzinha! -exclama Noah.
Olho para ele confusa o que o faz abrir um sorriso de orelha a orelha.
-O quê foi?! -pergunto olhando para trás para me certificar de que o sorriso era para mim e não para Anthony.
-Agora que eu percebi, você tem olhos cinza, como os meus! -ele diz com sensibilidade no olhar- Como os olhos de nosso pai.
Sorrio e o abraço, uma lágrima escapa do meu olho e eu a limpo rapidamente, me afastando.
-Desculpa! Eu estou atrapalhando vocês, sinto muito! -digo me levantando mas os dois me puxam e volta para a cama.
-Você está muito enganada se acha que vai sair daqui sem nos dar os detalhes do beijo! -diz Anthony todo animado.
-Sério?!
-Vamos, vamos querida! Pode contar tudo! Detalhe por detalhe! -exclama Anthony.
Explico a eles cada detalhe e eles choram de rir quando conto o que disse para o Blake antes de sair.
-"Eu não sou de ninguém"?! -pergunta Anthony entre as risadas.
-É isso aí, irmãzinha! Dá um tapa na cara dele! -grita Noah.
-Eu não dei um tapa na cara dele!
-Não! Essas palavras foram no mínimo um soco no estômago, amor! -diz se direcionando ao Noah.
-Eu estava tão confusa! Eu não sei, acho que meu lado feminista tomou conta de mim! Além do mais, é o Blake! Eu não posso gostar do Blake! -grito de frustração.
-E por quê não?! -pergunta Anthony parecendo ofendido.
-Porque.... É o Blake! -exclamo.
-Acredita em mim, se sentir uma faísca se quer por ele, já era! Seu coração é dele! Sou a prova viva disso! -diz olhando apaixonadamente para Anthony.
-Meu coração não é dele!
-Seu coração se acelera e você perde o fôlego quando o vê? -pergunta Anthony.
-Sim -sussurro.
-Você se arrepia quando ele te toca? -pergunta Noah.
-Sim -sussurro novamente.
-Você se sente viva quando está com ele? -pergunta Anthony novamente.
-Uhum -murmuro.
-Seu coração se aperta e você se enche de raiva quanto o vê com outra? -pergunta Noah.
-Parem, por favor! -grito me levantando da cama frustrada. Olho para trás e os dois carregam no rosto sorrisos enormes- O que eu faço?
-Se joga! -exclama Anthony.
-É sério?! Esse é seu grande conselho?! -exclamo frustrada.
-Por quê resistir se gosta dele?! -pergunta Noah.
-Eu não gosto dele! -exclamo.
-É, realmente, sentir todas aquelas coisas quando está com ele, não quer dizer que gosta dele! Deve ser só uma gripe! Talvez você seja alérgica a ele! Realmente, você não gosta dele! -diz Anthony olhando para o nada.
-Obrigada! -exclamo de gratidão por finalmente alguém me entender.
-Você ama ele! -exclama Anthony me olhando com uma cara maliciosa.
Solto um grito de frustração e saio do quarto pisando forte, ouvindo no fundo as gargalhadas dos dois.
-"Millena, sobre o Blake..." -ouço Noah sussurrar em minha cabeça.
-"Eu não vou me render tão fácil!" -dito isso, quer dizer, pensando isso, começo a correr pelo corredor com medo de sua voz me alcance novamente e eu tenha que ouvir um sermão sobre meus sentimentos.
Esbarro em alguém e por sorte eu esbarrei na digníssima rainha, mãe do Blake, que me ama como uma filha.
-Você é uma desastrada mesmo! -ela grita comigo. Me olha de cima abaixo com nojo pois estou toda suja de tinta. Em minha defesa a culpa era do filho dela!
-Você não faz nem ideia! -digo rindo da situação em que eu me meti.
-Você deve fazer uma reverência perante sua rainha! -ela está com muita raiva de mim. Já sei de onde o Blake puxou tanto temperamento. Se o temperamento dela fosse igual ao do Blake, e parecia ser pior, o certo seria eu fazer uma reverência, sair e não incomodá-la. Mas então quem seria Millena, se eu não fosse Millena?
-Na verdade, como sou herdeira do trono do condado de Queen, sou a futura rainha, portanto você não pode ser minha rainha, porque eu sou a futura rainha, nem somos do mesmo condado, então como sou a futura rainha, serei a rainha, e você não pode ser minha rainha. Compreende? -pergunto em um tom debochado.
Seus olhos e mãos enchem de fogo e me fazem recuar até encostar na parede. Ela vem em minha direção colocando suas mãos em chama perto da minha cara.
-Você não tem o tolo do meu filho para te salvar agora, humana inútil!
-Bom, mas você não pode me matar, não é? Seria enforcada por traição, certo?! Eu não sei, é isso que geralmente acontece nos filmes! -digo nervosa virando meu rosto para olha-lá nos olhos- Herdeira, futura rainha, lembra?
Ela solta um grunhido de raiva e se afasta de mim. Respira fundo umas três vezes e volta a sua expressão passiva e fria de sempre.
-Me acompanhe, vamos tomar um chá! -diz em um tom frio e autoritário.
-Eu estou bem! -digo já indo embora. Suas mãos voltam a pegar fogo e ela se aproxima na intenção de me intimidar. Funcionou!- Pensando bem, um chá não faz mal para ninguém, não é?
Ela se afastou mais uma vez e eu a segui, com o medo embrulhando meu estômago. Ela nos levou a um jardim fora do Palácio, onde algumas mesas estavam espalhadas, algumas eram cobertas do Sol que brilhava sem nenhuma nuvem para atrapalhar hoje. A mesa em que sentamos era coberta de modo que o Sol não nos atingia, fiquei feliz por isso, já estava suando de nervoso, imagina se o Sol resolvesse me fazer suar até eu ficar parecendo um cachorro molhado.
Logo que sentamos criadas se aproximaram rapidamente, quase que com medo, colocando chá e alguns doces em nossa mesa e saindo tão rápido quanto chegaram, sinto inveja por elas poderem fugir da cobra que estava a minha frente, e eu estava presa pela mesma, sem ter por onde escapar.
-Então, por que fez questão que eu a acompanhasse? -pergunto tomando um pouco de chá e logo em seguida enfiando um doce rapidamente em minha boca. Tinha esquecido que eu odiava chá.
-Já disse que você é totalmente patética e inútil? -ela pergunta com um sorriso medonho no rosto.
-Você faz questão de dizer toda vez que nós nos encontramos, majestade! -falo exibindo um sorriso falso.
-A verdade deve sempre ser lembrada! E a verdade é que você está atrasando meu filho em sua ascensão ao trono! -ela diz voltando a assumir uma expressão séria.
-Como assim?!
-Meu filho precisa achar uma pretendente para governar ao seu lado, ele estava progredindo muito bem com aquela menina metida, Summer, até você aparecer! Ela era perfeita! Burra e ingênua! Nunca me desafiaria! -ela fala com puro veneno na voz.
-O quê?! -pergunto pasma.
-Eles estavam começando a se reaproximar com as "aulas de arpa", mas você sempre tem que estragar tudo não é?
-Do que você está falando?! -pergunto ficando com raiva da conversa sem sentido.
-Você não sabia que ele estava dando "aula de arpa" para Summer? -ela pergunta com uma cara vitoriosa, e faz questão de fazer aspas com os dedos quando diz "aula de arpa", ao  ver minha expressão de surpresa e decepção ela entende como um "não". A risada dela ecoa meus ouvidos, e então em minha cabeça, oca e seca, repleta de veneno, o veneno de uma cobra que acaba de descobrir sua próxima vítima. Eu.
-Se é que pode se chamar aquilo de aula! -ela continua em meio as risadas, ela fala as próximas palavras como se fôssemos duas cúmplices, me dando uma piscadela ao final da frase- As paredes são finas e o rangido da cama não é muito discreto, se é que me entende!
Suas palavras me atingem como um soco no nariz, meu estômago se embrulha e tenho vontade de vomitar, meu coração dói como se estivesse sendo rasgado pedacinho por pedacinho até não sobrar mais nada.
Não ouço mais nada do que a rainha fala, só fico olhando para o nada pensando em como sou burra. Logo em quem eu fui ter a brilhante ideia de confiar. Alguém que mentiu para mim inúmeras vezes, me enganou e me magoou. Mas quem sou eu para culpá-lo? Ele só estava fazendo o que sabe fazer de melhor: mentir. E eu burra, acreditei que ele não mentiria mais. Dando brecha para ele me machucar, de novo, sempre me magoando e me fazendo mal.
-Millena! -ouço a rainha gritar me tirando de meu transe.
-O quê foi?! -pergunto olhando para ela confusa
-Bom, vejo que não está mais hapita a conversar -ela diz se levantando com um sorriso genuíno no rosto, um sorriso de vitória- Pense bem no que lhe contei. Vou te deixar deixar sozinha com seus pensamentos agora.
Ela sai com um sorriso vitorioso no rosto e me deixa imóvel na mesa. Lágrimas brotam em meus olhos e eu as deixo cair a vontade, para tentar aliviar um pouco a dor, não funciona, mas as deixo cair mesmo assim, perdendo pouco a pouco o controle das minhas emoções.
-Alteza? -uma mulher me chama me tirando de meus pensamentos.
Limpo as lágrimas rapidamente e olho para cima para verificar quem me chamava. Uma criada está parada ao lado da cadeira em que estou sentada, com um bule de chá na mão.
-Quer mais chá, Alteza? -ela pergunta se aproximando para colocar mais chá na xícara.
-Na verdade, eu odeio chá! -digo me levantando para ir embora- Obrigada mesmo assim!
A abraço e ela se assusta com meu ato, vou embora logo depois, andando rápido antes que eu comece a chorar novamente.
Chego em meu quarto sem problemas, tomo um banho demorado e coloco um pijama. Logo Louise chega para me perguntar se eu iria para o jantar, quando ela me vê de pijama ela entende o recado e vai buscar meu jantar, estava morrendo de fome.
Aproveito enquanto ela não chega e dou alguns retoques na minha pintura da parede. Me sujei mais de tinta, é claro! Vou ter que tomar outro banho! Por quê tenho que ser tão pamonha?!
Um tempo depois uma mulher que não era a Louise chegou com meu jantar.
-Desculpe, Alteza! Louise precisou fazer uma coisa importante e pediu para que eu trouxesse seu jantar para você! -disse a mulher colocando a bandeja com o jantar em cima da minha cama.
-Muito obrigada! -a agradeço e vou até a cama pegando o suco de laranja para tomar um gole.
A moça ainda está em pé na porta, esperando alguma coisa. Tomo um gole do suco e olho para ela confusa.
-Posso te ajudar em alguma coisa? -pergunto a ela carinhosamente.
-Como está se sentindo, Alteza? -ela pergunta parecendo nervosa.
-Como assim? -pergunto quase rindo dando mais um gole no suco.
O quarto começa a girar e eu sinto vontade de vomitar. Deixo o copo cair no chão, se estilhaçando em milhões de pedaços. Cambaleio até a cama e me apoio nela perdendo a força nas pernas.
-Mas que droga você... -não consigo terminar a frase, sem forças, e consigo ver por meio da minha vista embaçada a moça se aproximando de mim.
Minha visão se escurece e eu vou perdendo os sentidos.
-Sinto muito, Millena! -consigo ouvi-lá falando antes de apagar completamente- Mas não posso desobedecer uma ordem de Vossa Alteza!

Desculpa a demora para postar, ainda estou na praia de férias e aqui não tem net, sorry❤
Próximo capítulo tem uma pequena surpresinha❤❤❤❤
Estou muito animada para escrever os próximos capítulos.
Não esqueçam de votar💛
Espero que gostem e até logo❤❤❤

A Hallen Perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora