Capítulo 16

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"Ainda luto e não sei por quê,
Se nosso amor é uma tragédia, por quê você é meu remédio?
Se nosso amor é uma insanidade, por quê você é minha lucidez?"

Zeed - Clarity (feat. Foxes)

Alguns dias se passaram e eu cumpri minha promessa de tornar a vida de Blake um inferno, eu espantava qualquer professor que ele empurrasse para mim. Uns eram fáceis, outros eram mais difíceis. Como essa professora que ele contratou para me ensinar boas maneiras. Ela ficou por três dia comigo, Blake me olhava vitorioso achando que havia ganhado, mas ele não sabia que eu tinha uma carta na manga.
A moça rabugenta estava me ensinando qual talher usar e então eu subi na mesa e comecei a tirar a minha roupa, fiquei só com as roupas íntimas dançando em cima da mesa, sorte a dela que não havia uma barra por perto se não eu fazia um Polledance, certamente eu cairia, mas valeria a pena, eu nunca havia feito uma coisa tão vergonhosa! A mulher saiu da sala gritando de raiva. Isso! Eu havia espantado mais um! Coloquei minha roupa rapidamente e sentei novamente na cadeira apoiando meus cotovelos na mesa e meu queixo sobre minhas mãos.
Blake entrou na sala vermelho de raiva, como de costume.
-O quê você fez dessa vez?! -ele pergunta raivoso.
-Quer que eu te mostre? -pergunto o provocando.
-Sorte a sua que eu consegui outro professor para lhe ensinar sobre poções! -ele diz vitorioso, dando sinal para um homem entrar. Ele era alto, com camisa e gravata, barba feita, sapatos lichados, e um óculos que o deixava até fofo, confesso, até os cachos de suas madeixas louras eram perfeitamente alinhadas, qualquer um conseguria ver que ele era louco por controle e organização. Então era só eu deixar as coisas bagunçadas. MUAHAHAHAAHA(risada maligna).
Blake saiu me deixando a sós com o homem.
-Prazer -ele disse estendendo a mão para que eu a apertasse- Meu nome é Jeremias!
-O quê vai me ensinar Jemy? -pergunto me apoiando na mesa, e ele me olha incomodado com o apelido.
-Sabe, fazer poções é uma arte! -ele fala com paixão- Vou te ensinar essa arte, mas é mais difícil do que parece.
Ele me explica várias teorias com paixão, ele amava poções, e era louco por organização, ele surtou quando comecei a apertar a tampinha da caneta a abrindo e fechando repetidamente.
No final de tudo, ele simplesmente me deu uma fruta e disse para eu corta-lá.
-Não, não, não! -ele diz mudando minha mão de posição- Assim! Um centímetro a menos e...
-E o quê? -pergunto quando ele para de falar.
-Bum! -ele diz fazendo um jesto de explosão com as mãos.
Cortei a fruta, mas não tenho certeza de que fiz certo, porque a fruta explodiu deixando Jeremias todo sujo de uma tinta preta nojenta. Ele pegou em meu braço e me carregou até um quarto. Quando entramos no quarto Blake estava... fazendo flexões em uma barra de ferro. Sem camisa. Todo suado.
-Eu desisto! -grita Jeremias e sai andando.
Blake olha para mim furioso mas não consigo olhar nos olhos dele porquê eu estou olhando para o.... Balanço a cabeça saindo da hipnose em que eu havia entrado.
-Você é inacreditáve, garota! -ele diz com raiva.
-Ei! Dessa vez a culpa não foi minha! -ele estica as mãos para esmagar minha cabeça, acho, mas depois de deixá-las um tempo no ar as fecha com força.
-Quer saber?! -ele diz pegando em meu pulso e me arrastando para a parte de seu quarto onde tem uma bancada com uma estante atrás cheia de poções, ao que parece- Agora eu vou te ensinar!
-O quê?!
-Você ouviu, eu sou seu professor! -ele diz indo até uma outra estante cheia e livros e pegando um livro chamado "O lado oculto das Poções" o colocou em minha frente- Senta aí! -diz me levantando pela cintura e me colocando em cima do balcão- E lê!
-Sim, senhor! -falo para provocá-lo e ele revira os olhos.
Abro livro e começo a ler e ele continua fazendo flexões. Muitas flexões. Para cima. Para baixo. Para cima. Para baixo. Para cima...
-Você... -digo fechando o livro com força- Pode parar com isso? Por favor?
-Te incomoda? -pergunta malicioso.
-Não. Na verdade, nem um pouco! -falei olhando-o de cima a baixo- Mas se quiser que eu preste atenção em sua aula vai ter que parar! -falo sendo mais sincera do que devo, como sempre.
Ele desce da barra e eu desço do balcão ficando atrás do mesmo.
-Então, Maya me disse que fizeram experiências com a primeira Hallen Perdida. Mas ela matou todos eles, e o que eles sabiam se foi com eles -digo de um modo casual.
-Uhum -Blake murmura desinteressado.
-Então, vocês vão fazer experiências comigo? -pergunto ao Blake com medo de ser a nova ratinha de laboratório deles. Vinha pensando nisso a algum tempo, e tinha medo.
-Não vou deixar ninguém encostar em você, MilkShake! -ele responde olhando-me nos olhos, meu coração se acelerou de forma estranha ao ouvir meu antigo apelido sair de sua boca, me deixando sem fôlego, percebendo do que tinha me chamado, muda de assunto- Além do mais, não seguimos tanto as regras da ciência quanto vocês humanos.
-Então o quê vocês seguem? Vocês tem algum tipo de Os Dez Mandamentos?
Ele ri, e suas covinhas aparecem em seu rosto, tornando impossível eu não rir também. Ele vai até a estante e coloca na minha frente uma fruta diferente daquela que Jeremias havia me dado.
-Corta!
-Tem certeza? Porquê da última vez...
-Da última vez eu não estava aqui -ele falou me entregando uma faca- Pode cortar!
Posiciono a faca na fruta e estou prestes a cortar quando Blake grita para parar. Ele vem por trás de mim, pega em minha mão e posiciona a faca corretamente. Ele está muito colado em mim, sem camisa, suado!
-Você está muito suado, Alteza! -digo olhando para trás ofegante, com o coração acelerado novamente.
Ele se afasta de mim e vem para frente do balcão. Deixo a faca na posição que ele colocou e corto a fruta. E Bum! Uma espécie de tinta vermelha voou no Blake, sujando todo o seu... abdômen, e um pouco da sua cara. Ele me olha raivoso e começa a se limpar.
-Não! -peço para ele parar de se limpar porque tenho uma ideia- Parado! Por favor!
-Por quê? O que você vai...
-Quietinho! -peço procurando alguma tinta nas estantes, ele me olha com raiva e tento suavizar minha voz- Por favor!
Procuro em suas prateleiras algum tipo de tinta, aquilo tudo era muito confuso, estava tudo misturado, ela devia saber mesmo sobre essas para conseguir identificá-las sem nenhum tipo de etiquetação.
Finalmente acho várias tintas de cores vivas e lindas. Pego um pincel que eu guardava em meu bolso pois estava fazendo alguns retoques na pintura da minha parede quando me chamaram para a aula.
Pego as tintas e começo a pintar ele.
-O quê você está fazendo, sua maluca?! -ele pergunta olhando para si mesmo.
-Usando você como tela, óbvio! Agora, não se mexa, babaca! -digo continuando a fazer meu trabalho.
Fiz detalhes contrastados com o vermelho e preenchi parte de seu rosto com contrastes em azul. Ele me olhava fixamente enquanto eu o pintava. As vezes eu o repreendia por se mexer e ele revirava os olhos.
-Por quê está me olhando assim? -pergunto enquanto faço detalhes finais em seu rosto e seus ombros.
-Assim como? -ele se faz de desentendido mas me olhando com a mesma intensidade de quando ele me observava.
-Assim! -aponto o pincel na cara dele.
-Como assim? -ele pergunta dando de ombros.
-Você fez a mesma pergunta, só que trocou a ordem das palavras! -Eu falo olhando em seus olhos e ele me ignora, suspiro perguntando- Tem alguma câmera por aqui?
Ele aponta para um canto do quarto onde havia uma porta e eu vou até ela a abrindo, parecia um closet. Tinha um estofado no meio, assim como no meu, havia um controle em cima. O peguei olhando para os botões. Blake apareceu por trás de mim, pegando o controle de minha mão e apertou um dos botões abrindo as portas de um dos armários. Vários tipos de câmeras estavam em compartimentos diferentes. Havia de todos os tipos, antigas, novas, e de todas as cores e tamanhos.
-Digamos que -ele disse pegando uma das câmeras e estendendo-a para mim- Eu coleciono!
Pego a câmera e arrasto ele de novo para o quarto. Havia uma parede branca então eu o posicionei a frente dela.
-Parado! -ordenei e ele ficou imóvel.
Tirei várias fotos, e posicionei ele de várias maneiras diferentes.
-Sorri! -peço e ele me olha com uma cara rabugenta- Sorri!
Ele dá um sorriso amarelo e eu bato mais fotos. Ele continua com aquela cara rabugenta, abaixo a câmera frustrada.
-Não sei o que me dá mais medo, essa cara ou a sua mãe! -digo a faço ele rir, bato umas fotos bem rápido, consegui captar aquele sorriso maravilhoso.
Ele sai da parede e se direciona ao balcão pegando a câmera da minha mão, dando um fim a minha diversão. Olho para a parede em branco.
-Você me deixaria fazer uma pintura nessa parede? -pergunto olhando para trás, mas uma onda de tinta acerta a minha cara me sujando completamente.
Blake está rindo então pego mais tinta no balcão e jogo nele. Não que adiante muito ele já está todo sujo.
-Olha o quê me fez fazer, idiota! -digo me aproximando e tocando em seu peito observando o desastre que havia feito- Estraguei minha obra de arte!
-Eu sou a obra de arte, Millena! -ele fala me fazendo rir.
Ele se aproxima mais de mim jogando mais tinta e rindo. A risada dele é tão contagiante que começo a rir junto a ele. Estamos próximos demais e não conseguimos parar de rir. Quando nossos olhares se encontram paramos de rir e encaramos um ao outro por o que parecem ser séculos.
Ele está tão perto, podia sentir as batidas de seu coração, rápidas e descompassadas, que combinavam com as minhas, não conseguia mais desviar o olhar, estava paralisada. Eu só conseguia pensar em beijá-lo, aqueles lábios cheios e macios que me provocavam a cada olhar. Então fiz a única coisa que uma pessoa poderia fazer naquela situação e com aquelas.... circunstâncias.
Juntei nossas bocas em um beijo quase desesperado. E em menos de um segundo, ele retribuiu. Nossos lábios se encaixavam perfeitamente num beijo longo e demorado, que depois ficou selvagem, ele agarrou em minha cintura com força e me apoiou no balcão, uma de minhas mãos estava em seu cabelo e a outra em seu rosto, era como se esperassemos por isso à muito tempo. Ele explorou cada canto da minha boca e do meu corpo, me arrepiando em cada toque. Terminou rápido demais. E só depois disso tomei consciência do que havia feito.
-Desculpa, eu...Eu sinto muito. -murmurei ofegante enquanto usava toda a minha saúde mental para me afastar. Já estava do outro lado do quarto com a mão na massaneta da porta. Meu Deus o que eu fiz?!
Tento abrir a porta mas a mão de Blake pousa sobre a mesma me impedindo de sair. Fico de costas para ele, ofegante e com o coração ainda acelerado, com medo de que se virasse e encarasse aqueles olhos novamente, eu não responderia por mim. Ele pega em meus ombros me virando e me encosta na porta. Com os olhos nos meus. Seus olhos eram de um turbulento azul escuro, quase como o azul da chama do fogo, carregado de ansiedade e desejo. Fechei os olhos e respirei fundo, foi uma péssima ideia! Seu aroma de Pinho e canela adentrou meu nariz, invadindo até meu cérebro. Queria beijá-lo de novo, sentir o gosto de sua boca novamente. Mas, e se ele não queria que eu o beijasse?!
-Eu sinto muito -digo ofegante, abrindo meus olhos.
-Eu não! -ele diz acabando com todos os meus esforços para me afastar, pegando meu rosto entre suas mãos e unindo nossas bocas mais uma vez. Ele prendeu minhas mãos ao lado de minha cabeça e passou a beijar meu pescoço e meu rosto, me causando arrepios inexplicáveis, eu nunca havia sentido algo assim antes. Já tinha ficado com outros caras, mas isso era diferente. Era como se eu estivesse flutuando, ele causava em mim sensações nunca antes experimentadas.
O que eu estava fazendo?! Eu estava beijando o Blake! Eu queria beijá-lo?! É claro que eu queria! Meu coração acelerado, falta de fôlego e arrepios por todo o corpo comprovam isso! Mas por quê eu queria?! Ele me enganou! Mas ele fez isso para me proteger, se eu soubesse da verdade estaria em perigo! Não! Ele só tinha feito isso pela droga de uma coroa! Então por quê eu estava sentada no colo dele beijando casa parte de seu corpo?! Espera! Como eu fui parar na cadeira da escrivaninha dele?! Como fui parar no colo dele?! Afasto nossos lábios, sem ar, ficamos nos encarando ofegantes, seu olhar era intenso e de puro desejo, duvido que meu olhar fosse diferente.
-Preciso ir! -digo me levantando mas ele pega em meu pulso impedindo-me de ir em direção à porta.
-Fica -ele pede ainda ofegante. Se levanta e pega em meus ombros esperando uma resposta, me empurra delicadamente até a parede e pousa uma de suas mãos sobre minha cintura se aproximando para sussurrar no meu ouvido- Por favor!
Agora, me explica: COMO EU DIGO NÃO?!
-Blake... -falo de olhos fechados, ofegante por sua aproximidade e por sua respiração em minha pele- Você me odeia!
-Não conseguiria odiar você nem se tentasse! -ele sussurra com a respiração casa vez mais ofegante em meu pescoço- E olha que eu tentei bastante.
-Eu preciso ir! -as palavras quase nem saem da minha boca.
-Pelo menos diga que você é minha -ele pede em um sussurro- Diga que finalmente, você é minha!
Abro os olhos tendo que encarar aquele olhar azul escuro, repleto de intensidade e desejo, aquele olhar tão familiar e ao mesmo tempo desconhecido, o olhar que me convenceria a fazer qualquer coisa. Quase não consegui dizer as próximas palavras, tão pouco sair praticamente correndo pela porta depois que disse:
-Eu não sou de ninguém!

MEU DEUS! O QUE FOI ISSO?!
Nem a escritora sabe, imagina quem está lendo! KKKKKKK
Finalmente um beijo do casal❤❤❤❤❤ Já estava na hora!
Próximo capítulo vai ter surpresaaa❤
Ah, eu já vi em alguns livros as/os escritoras/es colocarem a música no começo e um trecho em baixo. Gostei e vou aderir em alguns capítulos❤
Não esqueçam de votar❤
Espero que tenham gostado, e até logo❤❤

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