Capítulo 10 - Sentimento

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Os raios se espalhavam pelo terreno, explodindo todas as rochas que eram elevadas. Os gritos de ajuda no meio do campo de batalha eram cruéis, somados com o sangue e também com os órgãos dos guerreiros espalhados, caídos em cima de pedras e enterrados, a cena era caótica.

Alguns homens, sem metade do corpo, tentavam se arrastar de volta para onde seus aliados estariam, entretanto, os raios que corriam pelo solo estouravam suas cabeças, fazendo miolos subirem.

Os Magos juntavam uma mão na outra. Suas concentrações não eram o máximo, as explosões, gritos de ajuda e os urros dos inimigos eram maiores do que os que suas mentes que tentavam achar paz e silêncio.

Ainda assim, eles não desistiam de buscar a calmaria no meio da tempestade. Sincronizando suas manas, eles apontaram suas mãos para o terreno, e uma enorme barreira subiu. A barreira segurou os raios azulados, mas os choques alternados criaram barreiras poderosas.

A serenidade dos Magos começaram a ceder. Se a barreira caísse, metade dos soldados e até mesmo outros magos seriam levados para a outra vida.

- Deixem a mana fluir.

- Senhor–

O Comandante se virou um instante antes do raio conseguir penetrar a barreira. O sangue jorrou quando a pele e carne explodiram. Os raios não pararam ali, continuaram a penetrar na pele do homem, explodindo seu corpo em partes, cada vez maiores.

- 'Corda Azulada'.

Uma alta voz ecoou no terreno. A barreira foi unida por uma força oculta, o buraco foi preenchido por uma mana escura, bloqueando completamente a entrada do raio. O corpo que foi pego já estava em pedaços quando o raio se dissipou rapidamente.

Um homem estava segurando sua espada lisa quando caminhou rapidamente para o corpo do homem que foi morto. Abaixou olhando suas entranhas jogadas pelo chão. Ele fechou seus fundos olhos, respirando fundo.

- Outro homem.

Ele se levantou, ainda desconcentrado pela morte de mais um Mago. Ele olhou para os rostos dos outros, cada um deles, perdido, desconcentrado, podendo ceder a qualquer momento. Esse era o espírito quebrado criado na guerra.

Capitão da Guarda Reynold Mixer, o homem que deveria fazer um discurso motivador para que continuasse de pé, ficou calado. Palavras não iriam trazer os homens de volta, não faria a imagem da morte sair de suas mentes.

Quando seu escudeiro, o jovem Alex Midgard, ficou ao seu lado, Reynold respirou profundamente e se virou.

- Mande uma mensagem para Rosana, nossos homens cederam.

- E quais as instruções, senhor? - O rapaz estufou o peito, mostrando serviço.

- Um membro de cada família deve se apresentar para o chamado, Cavaleiro ou Mago, não importa, ele deve vir.

***

- Não. Não irei mais fazer nada que envolva Arcanismo. - Orion segurava sua espada, batendo contra o boneco de madeira. Depois de uma semana desde o resultado de seu teste, ele continuava a treinar, sem parar.

Acordar, comia e treinava, treinava mais do que das outras vezes. E seu tempo para os estudos matemáticos foram diminuindo, até que deixou de lado qualquer ideia de mexer com o Arcanismo.

Arauto estava um pouco atrás, observando os movimentos do rapaz que se deixava levar ao combate. Ele era ágil, feroz e seu coração estava no lugar. Orion era bom em quase tudo o que fazia, e por conta disso, ele deveria ser nutrido com o conhecimento e sabedoria necessários.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora