Capítulo 74 - O Contexto do Experimento

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Quando uma missão de Antrax era decifrada por seus inimigos ou amigos, ele mudava seu modo de jogar. Era claro, seus longos dias de vida e até mesmo sua experiência tornou-se uma das suas melhores armas, conhecendo até mesmo as mais hábeis mentes e sua profunda arte de manipular os mais novos.

A surpresa era algo que se escondia atrás de sua face dura, nunca revelada a meros espectadores, nem mesmo a antigos companheiros, como Georferd ou Gidrin. No máximo, alguns era capazes de retirar esse sentimento ou até mesmo dissipar sua falta de entusiasmo.

Deitado em sua cama, no quarto da realeza do antigo Rei de Unama, Antrax sequer sentia o toque da realeza ao seu redor, mesmo sendo tratado com grande admiração por servos e servas, enviados diretamente pelo próprio Duque.

Estava lendo quando dois toques soaram da porta, e logo depois, mais três, e novamente, um.

O Mago levantou-se e fechou o livro, pondo em cima de uma escrivaninha. Esperou a porta ser aberta por Lay arfando como um cavalo que correra por mais de 10 quilômetros sem parar.

Antrax o recebeu rapidamente, mas quase não conseguiu o segurar, antes do rapaz tombar.

- O que aconteceu?

- Orion – Lay apontou para a porta, mas tentava além dela. - Laboratório.

Antrax o repousou de costas para o chão, ainda preocupado. Ele passou os olhos por cima da garganta e depois peito. Uma fadiga acumulada por dias.

- Tem descansado direito?

- Estou ainda no Pó Cinzento – respondeu, ainda com dificuldade de respirar. - A fumaça, sabe como é...

- Fique alguns dias fora do laboratório, pelo seu próprio bem. Os vapores, em excesso, podem danificar suas vias respiratórias, então, treine o básico fora de lá.

Fechando os olhos, Lay concordou, respirando profundamente. Ele desmaiara de cansaço.

Alguns servos entraram correndo para ajudar Antrax, e o jovem homem fora levado para a ala médica para ser examinado pelos curandeiros. Quando perguntando, Antrax negou estar presente na ala.

Desceu as escadas apressado, e cortou o caminho mais rápido para atrás do castelo do Duque, onde fora construído os laboratórios, para que a população não corresse riscos caso algum incidente ocorrera.

Vários dos alquimistas estavam do lado de fora, conversando e jogando fora, mas ao verem o grande Alquimista, Antrax Maldeborn, vindo em suas direções, eles se curvaram com grande reverência. Sendo ignorados e vendo a face dura do velho, eles o seguiram, secretamente.

Antrax entrou em um dos laboratórios mais afastados, o local estava varrido, sem uma única poeira e sentado, ao fundo, Orion sentado em um banco de madeira e com vários livros e tubos de ensaio espalhados na bancada.

Era uma experiência. Orion se virou vendo Antrax e cruzou as sobrancelhas.

- Lay conseguiu chegar até o senhor antes de desmaiar?

Antrax não conseguiu segurar o sorriso depois de ver seu próprio aprendiz sorrir. Era claro, Orion mandara Lay para que fosse obrigado a descansar.

O velho começou a se aproximar.

- Qual era o estado do Lay quando ele esteve aqui?

Orion sacudiu as mãos, retornando ao livro.

- Ele estava exausto, com febre e cheio de queimadura nas palmas das mãos. Eu falei que ia tentar criar uma bomba, e que ele não ia me parar. Ai ele saiu correndo até você.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora