Capítulo 70 - O Conto do Mago

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Quando os Magos do Vilarejo, finalmente, chegaram a fonte, a chuva de flechas foi defendida com extrema facilidade. Por conta dos bloqueios com a magia, nem mesmo as elementares conseguiram ultrapassar.

Por mais que os Sacerdotes do Clero fossem fortes, não eram páreo para Magos de Segundo Núcleo. Gidrin liderou todos até o centro da praça, no momento que tocou a pedra branca, ouviu um grito.

Na verdade, era um berro vindo de cima. Os arqueiros começaram a cair, sendo jogados por uma enorme pressão de ar. Os Magos foram pegos de surpreso, mas quando viram que os corpos caindo foram os dos arqueiros, eles comemoravam.

Gidrin buscou o topo da parede de pedra, olhando para duas pessoas ainda lá. O homem era desconhecido para ele, mas o rapaz segurando o pescoço do primeiro, esse ele reconheceu. Lay estava do seu lado quando Gidrin parou de tocar a fonte.

- É o Orion – Lay sorriu, aliviado. - Então, ele está lá em cima.

Gidrin virou a face para as laterais da praça, as ruelas convencionais estavam vazias, quase todos os civis estavam presentes, e mesmo assim, o som de passos corridos nas duas direções opostas aumentavam.

- Mestre – um dos Magos se aproximou. - Parece que estouraram os dois portões laterais. Vamos ficar encurralados.

Gidrin não o respondeu, mas todos o olharam, curiosos. O velho virava a face para várias direções diferentes, vagueando os olhos pelo chão, e depois mudava sua postura. Lay se afastou alguns passos, um pouco receoso.

- Mestre – o Mago chegou mais perto, tocando seu ombro. - A passagem na fonte. Ative-a para irmos.

***

O careca dava uma risada, mostrando os dentes avermelhados pelo sangue escorrido. Por mais que sua vida fosse uma caixa de surpresas, a maior delas era o fato de que o rapaz conseguiu atravessar sua defesa.

- Eu estou muito mais impressionado. - Mesmo sendo apontado para uma queda de quase 40 metros e seu pescoço agarrado, ele falava casualmente, sem se importar. - Eu sempre achei que seria morto por uma faca na garganta quando eu morria.

- Diga quem está comandando essas tropas? - Orion o empurrou mais, irritado. - FALE.

- Calma, moleque. Vamos fazer um trato, eu falo e você me solta. Sem mortes para mim ou para você hoje.

- Não confio em você. - Orion apertou ainda mais o pescoço dele, dessa fez, deixando que ele praguejasse. - Fale.

- Ah, merda. Tudo bem. Ele se chama Pye, é um dos servos de Tenra, o Reino Cinza. Eles até que pagam bem, mas não parece terem levado a sério.

- E por que querem esse vilarejo? Um lugar no meio do nada que nunca fez mal a eles?

O Careca riu.

- Mal? Ninguém precisa estar do lado do bem ou do mal para se odiarem, rapaz. Esse vilarejo faz parte do controle dos Magos, e o Clero vem crescendo cada vez mais naquelas terras. Agora, se você não for me matar, o que acho que não vai fazer, me deixe ir.

- Qual o seu nome?

- O quê? - O Careca torceu as sobrancelhas. - Por quê?

Orion o empurrou e foi junto, os dois caíram em queda livre.

O Careca berrou, mas rapidamente se virou para o homem que o segurava. Orion estava sério, sem um pingo de medo, e no momento que chegaram perto, ele empurrou o inimigo para baixo. Os dois bateram em um arbusto largo e volumoso, ao lado do dormitório.

Os arbustos começaram a se mexer, mas apenas um deles saiu de dentro. Orion mancava segurando a própria cintura, e começou a se aproximar dos civis. Ele se ajoelhou e viu o próprio estrago que fez.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora