Capítulo 117 - Os Vulcânicos

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A chegada ao porto de lava azulada impressionou ainda mais Orion. O porto inteiro era repleto de escunas que estavam com Ourik e Foer quando o chamaram, e mesmo assim, a viagem durou apenas algumas horas para se chegar.

Toda a estrutura portuária era feita de Zargo, sendo mais negro, afundando na lava e sem sinal de corroer. Foer e Orion subiram, e o barbudo bateu duas vezes o pé no ferro, não queria cair na lava e ser morto.

Ele recebeu uma risada do garoto.

– Não vamos cair. É puro Zargo. O ferreiro disse que só os barcos que não receberam Zargos suficientes.

– Confio nos meus instintos faz um tempo. Não gosto de ser pego de surpresa.

O tapa de Ourik nas costas de Orion o fez andar junto dos deles.

– Mesmo que você tenha uma boa intuição, deve confiar naqueles que te ajuda – Ourik os ultrapassou, dando uma pequena sacola na mão de um outro navegante, que estava nas escunas junto deles. – Mande para o ferreiro. Diga a ele que achamos os Zargos.

– Pode deixar.

Ourik pegou outras sacolas, mas leves, deu uma pequena para Foer e outra maior para Orion. Eles foram andando pela ponte, o Vulcão estava a direita deles, tão grande quanto uma montanha, seu topo soprava uma fumaça fina, mas a lava fluía pelos canais sem ao menos expelir lava.

Vulcões não funcionavam assim, e Orion sabia disso.

– Aqui, tome.

O Mago recebeu um pequeno frasco transparente com líquido vermelho dentro. Tanto o pai quanto o filho tomaram. Orion esperou um pouco e fez o mesmo, virando e bebendo.

– É para o calor – Foer disse ajeitando a sacola no ombro, com certa dificuldade de achar uma posição confortável. – Você não vai sentir nada lá em cima.

– Ele já não sente – Ouril o respondeu, indiferente. – Está usando Temperatura Inumana desde que o vimos, por isso ele não pediu um casaco quando o frio acertou o barco. O que eu sempre falo para você, pequeno?

Foer abaixou a cabeça, meio chateado.

– Para prestar atenção em tudo o que acontece ao nosso redor. Desculpe.

– Siga o instinto, mas pratique os ensinamentos de seu velho. Um Vulcânico olha mais do que os corpos, ele vê os detalhes, é assim que sobrevivemos.

O menino não respondeu, mas sua cabeça permaneceu abaixada. Eles ficaram em silêncio até saírem do porto de Zargo e jogarem as sacas brancas em cima de um largo pedaço de madeira grossa amarrada nas quatro pontas.

– Lifu vai mandar os homens levantarem pelo elevador. Temos muito o que fazer aqui, Orion – Ourik mirou os olhos para longe e apontou o dedo. – A escada vai te levar até o topo, fale com Lifu, ele vai te ajudar com o que precisa.

– Ele é o guia da cidade?

– Sim. Não o deixe irritado, pelo amor dos deuses, se não vai ficar enchendo o saco que eu trouxe um forasteiro irritante.

– Vou tentar ser o mais objetivo possível.

– Será o melhor para ele e para você. Vai por mim.

Orion se despediu do rapaz e dos homens que compartilhou das histórias. Acenaram de volta, devolvendo certa amistosidade. Foer continuou com o pai, mas via Orion subindo o lance de degraus até o topo.

– Pai, por que você trouxe ele?

– O quê? - Pego distraído, Ourik prestou mais atenção. – Ah, ele não é uma ameaça. Lembra do que eu te disse sobre instintos? Ele é uma pessoa boa.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora