Capítulo 50 - O Pequeno Sinal dos Pássaros

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O punho de Lupus acertou uma parede feita de concreto, e o círculo de uma cratera foi o resultado. Ele era magro, mas sua força era exemplar. Diante esse fato, sua ira inflamava quanto as notícias. Seu irmão Rochol fora ridicularizado no meio do salão dos Jionita por um zé ninguém e ninguém o ajudou.

Pior do que isso, o próprio Rochol fugiu com o rabo entre as pernas, como um cordeiro abatido. Lupus estava em sentença, pagando por ações ilegais, e por conta disso, teria que ficar afastado por algum tempo.

Dentro de sua cela completamente feito de pedra e reforçado por magia, ele deixava raiva crescer como uma bexiga, e quando fosse hora, ela explodiria. Lupus Kennel iria destruir completamente o idiota que ridiculizou o nome de sua família.

Uma barra de ferro bateu contra a porta feita de metal, e um pequeno papel entrou, correndo pelo único buraco, um risco no chão, o único filete sem pedra ou ferro. Lupus pegou a carta, a erguendo e usando a luz da fissura na porta para lê-la.

Seus dentes batiam um contra o outro, não por frio, mas por raiva, acumulada até o topo justamente pelo nome descrito no papel.

"Orion Baker"

***

Os dias nas Caldeiras eram tão confusas quanto os dias no qual Oliver Baker estivera na guerra. Diante a costa, observava calmamente o mar. As ondas o acalmavam, lembrando do único lugar que seu filho mais novo costumava ficar para estudar.

Nunca se importou, realmente, com o cenário, dizendo que a paz se encontrava dentro das próprias pessoas, mas Orion sempre o rebatia dizendo que a costa era o único lugar onde ele poderia clarear completamente sua mente, deixando os limites do mundo de lado.

Por mais que fosse idiotice na época, já fazia mais de 8 meses que Orion estava fora. As baixas da guerra aumentava cada vez mais, e o nome de Orion não estava entre eles, felizmente. A culpa era maior do que a esperança, para um rapaz que nunca conseguiu nada, e agora, era o próprio pai que estava criando a falsa esperança.

Estava esperando noticias nos primeiros meses, mas Orion poderia nunca mandar nada diretamente para ele. A imagem do rapaz estudando Arcanismo era apenas uma memória.

Com o som de passos recentes, Oliver limpou as bordas dos olhos, não deixando as lágrimas escorrem mais.

- Oliver. - A mão de Arauto subiu, acenando, se aproximando. - Parece que está contemplando o oceano.

Ele concordou, voltando seus olhos para a água.

- Meu filho dizia que era uma bom jeito de acalmar a mente, pensar melhor. É bem relaxante.

- Sim, ele fazia bastante isso.

Arauto se sentou ao lado do cabisbaixo homem, e segurou uma pequena carta na mão, mas não o entregou de começo. Continuou a observar a água junto dele, apenas afundando seus pensamentos cada vez mais fundos, explorando um mar de incertezas e insegurança.

Trazer o mal para fora e o enfrentar racionalmente era apenas uma das poucos funcionalidades de encarar a natureza. Arauto não enfrentava seus males, não o possuía diretamente, mas o homem ao seu lado exalava questionamentos.

Mesmo que sua boca não falasse, a sua mana estava perturbada, o que Arauto não via fazia décadas.

- Sente saudades dele?

- Muito mais do que eu poderia imaginar. É como se a terceira parte de minha alma tivesse ido embora, muito pior do que todas as outras vezes – e segurou a camisa, onde seu peito estava. - Doí bastante para falar a verdade.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora