Capítulo 103 - A Anciã do Exílio

19 4 0
                                    

A casa da Anciã era a mais alta de todas as árvores, unidas por galhos retorcidos, se unindo em uma única residência, tomando a forma do núcleo principal de todo o vilarejo nas árvores. A primeira vista, para Orion, a casa era feita de galhos, mas quando se aproximou, viu a quantidade de materiais unidos.

Ferro, aço, Íbrio, Cloeta e Zargo, todas juntas, em uma casa rechonchuda com telhado triangular coberto por folhagens. De banhos tomados e respirando levemente, os três seguiram para a porta, tendo Gârno batendo o arco de ferro na madeira.

Um homem surgiu de dentro. Com uma face solene e uma roupa mais refinado, os dois Exilados o reconheceram de imediato.

– Lismo, faz muito tempo.

A mão de Gârno foi ao peito e Ovette repetiu o gesto.

– Senhor Gârno e Senhora Ovette, minha senhora os espera em sua sala – com gentileza, abriu a porta, os deixando passar. Quando Orion deu seu primeiro passo, o homem esticou a mão. – Minha senhora disse que quer conversar em particular com o senhor.

– Então, esperarei aqui do lado de fora – ele recuou, ouvindo Gârno retrucar a ordem, mesmo não sendo de maneira tão inesperada. Orion já duvidava que a Anciã sabia um pouco sobre ele.

Estava ali para conseguir uma maneira de ir embora, e as Lácrinas eram o melhor jeito. A única coisa que realmente poderia pedir era ajuda para localizá-las. Ele se sentou na borda da sacada.

A imagem de uma civilização morando em cima das árvores era quase tão irreal quanto Antrax lhe mostrando a alquimia, em seu primeiro momento. Era encantadora ao ponto de prender a respiração.

Ainda assim, algumas coisas eram tão diferentes que se tornavam belas se vistas de outros pontos. Em tão pouco tempo, Orion marcou mais de 3 espécies de pássaros que não viviam em Gamora, e eles brilhavam, um deles até mesmo soltava faíscas.

Algo naquele lugar facilitava e muito o compreendimento da natureza, e a transformava, muito mais firme e compacta do que nos outros lugares. Com a leveza e serenidade ao redor, o ar se tornava mais leve e a brisa era mais calma.

Esse era um lugar no qual Orion não se importaria de viver, poderia não se acostumar com a paisagem, e nem gostaria, assim poderia observar tamanha diversidade de cores e sintonias.

Demorados cerca de 30 minutos, a porta se abriu novamente, e Gârno saiu com Ovette segurando pilhas de rolo compactados. Estava tentando ler um deles, meio emocionando, e não deu muita bola para Orion.

Ele foi direto, descendo a ponte. Fora Ovette quem ficou.

– Novos trabalhos, ele está meio que chocado com o que está para produzir – riu. – Quando acabar com a Anciã, nos procure no oitavo andar, estaremos te esperando.

– Irei.

Ovette se despediu com um aceno. Orion seguiu junto de Lismo, entrando na casa e dando de cara com um enorme salão brilhante. Era uma magia de ilusão de alto nível, como viu em um dos esconderijos dos Exilados do outro lado da montanha.

Ele encarou, ainda com encanto, mas sem a surpresa da primeira vez. Lismo esperava que os estrangeiros fossem pegos de surpresa, mas Orion permaneceu fiel a um observador, não a um lunático assustado.

– Está acostumado com magias de Ilusão, senhor Orion? - A pergunta, entretanto, veio da mulher distante, de pé com um pequeno regador de plástico em mãos. – Vejo que minha casa não o surpreendeu tanto quanto esperei.

– Os seus subordinados me mostraram um dos esconderijos. Ainda assim – ele sorriu ao ver o lustre no teto alto brilhando, os fios de madeira como pilares solidificados nas paredes e o teto feito de raízes unidas – é lindo.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora