Passos Arcanos: Caminho da Honra

Capítulo 109 - Compatibilidade

Usando a espada para defender dos golpes furiosos de Orion, Kob foi subjugado facilmente. Os seus golpes não acertaram o alvo, e Orion sequer parecia estar fazendo força. Ele segurou o braço de Orion e girou, não o confrontando diretamente.

Seus socos eram tão ferozes que destruíram uma rocha. Ele era uma aberração que estava em um nível fora da realidade. A Lácrina estava dando poder para ele, e não estava o desgastando. Kob não via uma forma de seu corpo reagir de forma tão perfeita a um força tão bruta, uma energia tão condensada.

Orion fazia de uma forma que parecesse a coisa mais simples do mundo. O punho dele rugia como uma dragão, levando em consideração a força explosiva em cada sequência. Eles saltavam, corriam, mas quando Kob olhava para trás, lá estava o barbudo com sua mão fechada.

Ele disse que ia me mostrar como um Mago luta, mas não está fazendo nada além de socar. Kob rolou do chute e conseguiu ficar de pé, ao erguer a cabeça, a palma aberta de Orion tapou sua visão.

– Vamorir: Cão Vaporizante.

Uma névoa negra e quente explodiu nos olhos dele. Kob recuou, arrastando a mão nos olhos, queimando como se água fervendo fosse jogada para cima. Ao puxar a fumaça, deu de cara com outra runa, expandida em sua barriga.

Uma imensa pressão de ar foi atirada em forma de vapor, o condensando e lançando para longe. Ele caiu rolando para trás, e se levantou, enfiando a espada no chão e conseguindo se segurar. Orion apareceu de novo, sua mão estava aberta e apenas sua palma encontrou Kob.

Os golpes rápidos e variados fizeram com que Kob fosse destruído. Quando ele levantava os braços para se defender, seu corpo o obrigava a abaixar pelo dano. Ele girou por um chute lateral acertado em sua face, e quando voltou a olhar para Orion, a runa avermelhada brilhava com a mesma intensidade dos olhos dele.

– Acabou.

– Não, Orion – A Anciã gritou, com força. Ele desfez a crosta de ar ao redor de Jornelio, o libertando. – Ele não precisa morrer.

O velho segurou o próprio ar, mas se virou para Liz, com uma chama de ódio que queimaria a floresta se fosse possível. Estava ardendo em seu peito, no seu coração. Não importava o parentesco, o passado, o que importava era se vingar de tudo o que um dia os Humanos fizeram para sua mulher.

Ele faria com que todos pagassem.

– Você morre.

Orion fechou os braços, mas antes de conseguir descer, seus braços foram amarrados em uma linha feita de ar, sendo puxado para trás. Ele caiu, preso, olhando freneticamente para Liz.

– O que acha que está fazendo? Ele está aqui para matar todos, por que não consegue se libertar disso? Ele não é mais seu filho, é um assassino.

– Se ele fosse seu parente, você o mataria? - Liz não conseguiu conter a imensa tristeza da voz. Estava se despedaçando ao vê-lo, mas o misto de tristeza se assemelhava com a felicidade de estar o vendo mais uma vez. – Uma mãe nunca deveria matar o filho.

– Mas, um filho pode matar a mãe?

Liz se virou assustada. O punhal nas mãos de Jorelio desceu, em sua barriga.

– O lugar onde a Lácrina habita, onde o poder reside e libera para ser usado. Estudei muito tempo o corpo de minha esposa para saber exatamente onde ele ficava, e agora, tenho a capacidade de tê-lo de volta.

O sangue acumulado aa boca de Liz gerava um borbulho, cuspindo para fora e escorrendo até o solo. A cor jovial branca que seu corpo emanava começou a desaparecer. Seus cabelos foram ganhando cor, se tornando mais escuros. Sua pele amorenou e enrugou.