Capítulo 147 - O Escravista de Raças Menores

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Três anos antes Azrael estar enfrentar a Ordem dos Magos, em Nova Kappo, ele era considerado inimigo das maiores organizações do mundo. Vinte anos dele se encontrar com o Papa, um homem era considerado o mais perigoso mesmo nunca tendo medido frente contra a Ordem.

Ambicioso e frio, uma tormenta que aflorava as mais travessas inspeções anatômicas, lidando com cortes e estudos de espécies menores. A ideia de que as raças puras serem completamente únicas atormentava a mente de Zulto Ufric.

Se as habilidades primárias de Elfos, por exemplo, passavam para frente, eles deveriam se casar apenas com pessoas da própria raça? Isso era um ultraje.

O negócio escravista nunca fora lucrativo. Não era para esse fim, não para o homem.

– Um dia, quando for mais velho, Kaio, irá entender que o mundo é mais vasto e inexplorado do que pensa. E quando enxergar as estruturas incompletas do que quer fazer, gostará de ir contra as regras. - Zulto sorria, observando o pequeno rapaz, tão novo que cheirava a leite quente e fronhas de lã. – O mundo é grande demais, é por isso que seu pai quer que eu vá embora.

– Meu pai disse que está expulsando o senhor – o pequeno Kaio agarrou a parte da capa amarela de seu tio, com receio. – Não quero que vá embora, tio.

– Vou voltar, algum dia. Trarei um presente para você, um único. Irá adorar.

Após aquilo, doze anos se passaram. Zulto não mudara, sentado em seu canil escuro, observava um papel em suas mãos com a luz de uma lamparina ao lado. O corredor era uma caverna, pedras recheavam abaixo e cima, água fria escorria pelas paredes pela umidade, mas apenas ele era iluminado.

As trocentas grades que seguiam o caminho para a escuridão adentro carregavam olhares misto; o medo e o horror, a esperança e a angustia. O próprio tintilar do ferro, onde canecas batiam contra as grades de ferro ecoavam por mais de 4 segundos inteiros.

Tempo demais em lugares fedidos dera a habilidade de não sentir mais odores. Mesmo que os soldados reclamassem da urina, fezes e até mesmo podridão espalhada, era tudo um mar de flores para o homem.

Assim, quando alguém entrava na caverna, apertava as narinas o mais forte que conseguia.

– Senhor – o homem se aproximou, fanho. – Senhor Azrael o espera do lado de fora. Se recusa a entrar. Diz que é muito fedido.

Os lábios de Zulto se curvaram, divertidamente.

– Irei encontrá-lo assim que finalizar esse amontoado de papel.

O homem o deixou sozinho, de novo. E o tintilar de ferro ecoou novamente, do fundo da caverna. Ecoava em sequência, batida atrás de batida, ecos de um ser que observava Zulto, da escuridão.

– Lamento, Raynar – disse, voltando-se para escuridão. – Ainda não está na hora da água.

Botou-se de pé, arrumando a pequena camisa amarelada, realocou a capa também amarela nas costas e andou para fora da caverna. Encontrou luz subindo o terreno, dando espaço para o acampamento erguido pelas forças do Elfo Negro.

Observando Azrael ditar ordens para sentinelas, recordou-se do dia que o conheceu. Era sol, um calor que assolava os soldados da Ordem, lidando com a luz e o reflexo. Estava caído, lamacento, escondido atrás de uma pequena cratera entre duas pedras.

A Ordem procurava o homem que atacava vilarejos, fazia os moradores de reféns, os vendia como mercadoria, usava a carne como forma de aliviar soldados e servia os mais autoritários Lordes ao redor de Hunos com o que achava.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora