Capítulo 140 - O Mundo do Rei Elfo

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A entrada do Lagos Saltus não era nada do Grimin ou Carla esperavam. Uma portão enorme feito de ouro, pilares ou estátuas de Elfos antigos, lendas quando estava vivas, ou, pelo menos, uma entrada feita de ouro reluzente.

Na verdade, era um pequeno lago. A grama se espalhava ao redor da borda, mas sumiam depois que o Dourado dos campos os consumia. A água não ondulava, mesmo ventando, e quem protegia eram os próprios guardas, usando coldres leves e lanças em mãos.

Ao verem Walock se aproximando, se curvaram com a mão direita no peito.

– Longa vida ao filho do Rei.

– Um pouco de paz aos sentinelas – Walock respondeu, com um aceno de cabeça.

Quando estavam mais afastados, se aproximando da borda do lago, Carla não se segurou nos comentários.

– Eles guardam esse lugar todos os dias?

– Na maioria deles, fazem rodizio. Meu pai não se importa com ataques de outros povos ou de organizações, mas pede para proteger os portões com a própria vida. - Ele suspirou, desapontado – É complicado de tentar explicar.

– O senhor Lorde Bay parece ser alguém que gosta de prezar a segurança da família – Grimin disse, um pouco fora do contexto. A face de Walock fora fria, um pouco indiferente, mas o Anão conseguia ver a irritação dele. – Por que acha errado ele querer proteger a porta de sua própria casa?

– Em Juntorril, seu pai e o Imperador costumam proteger apenas a porta de casa? - A pergunta foi retórica, mas Walock parou de caminhar, esperando pela resposta. – Ele costuma apenas olhar para baixo e proteger o próprio umbigo?

– Certamente, nenhum dos dois faria isso.

– Então, minha insatisfação é bem óbvia. Se meu pai gosta tanto da própria casa, ele deveria cuidar de todos os que estão fora, não fazê-los de barreiras contra ataques de duas direções. É isso que um Rei deveria fazer? Sacrificar pessoas?

Walock levantava a voz mais do que suficiente para intimidar Grimin. No final, o próprio Walock era filho de Lorde Bay, e conhecia bem o que se passava.

– Não, eu não quis dizer isso – o Anão devolveu, em um gesto de desculpas. – Só queria entender um pouco mais de como os Elfos tratam suas defesas.

– Não da maneira que deveria ser feita, isso eu tenho certeza. – Ele ergueu a mão e uma estranha Runa quadricular expandiu ao seu controle. O pequeno lago, ao que parecia ser um poço aberto, ganhou escadas em sua borda, na frente dos três. – E o que estão vendo aqui fora é apenas um grão de areia.

Eles desceram, ultrapassando a camada de água, mas o ar ainda era existente, os envolvendo. Ainda estavam secos, a pressão e volume da água, entretanto, o apertavam. Eles estavam debaixo do lago, mas conseguiam respirar perfeitamente.

– Como conseguem fazer isso? - Carla tocava a garganta, impressionada. – Não sinto nada de errado.

– Uma Runa especializada em conversão – O sorriso de Walock era um contentamento por Carla estar surpresa. – Foi feito por Magos de Partículas. Já conheceu algum Arche-Magos de Partículas?

– Não. Em Juntorril, os Anões eram muito mais voltados para progressões mecânicas e simbolismo, não costumavam ser muito focados em magias naturais. Grimin é uma exceção.

– Sempre ouvi que os Anões gostavam de produzir Sumonas, eles ainda fazem isso, Grimin?

– Apenas para figuras especiais ou importantes que fizeram algo para eles. Alguns Mestres Simbolistas tentam fazer o máximo para se equiparem com os Mecânicos, mas o tempo é quase dez para um.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora