Capítulo 88 - A Mentira Paga

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Quira não achara nada na floresta. Um grande estrondo resultou em um balanço fraco que se alastrou até ela. O impacto foi forte o suficiente para chegar até ela, estava mais perto. Entretanto, mesmo que corresse de um lado para o outro, saltando e conseguindo se esgueirar pela floresta, nada além um matagal e as copas altas das árvores continuava a surgir.

Cansada, sentou-se em um tronco caído e limpou a face. Ela não estava louca, vira o meteorito junto com Asparg, no mínimo, ela teria que achá-lo para fazer um relatório coerente.

Descansando por alguns minutos, ela se levantou e continuou a busca.

**

Rek soltou o rapaz, ainda se divertindo pelos dez garotos se saíram das matas, com pedaços de madeira na mão e outros com pedras, prontos para salvar seu amigo pego. Enan se dirigiu ao rapaz, agachando e limpando a testa e boca do rapaz.

O garoto caiu sem forças, desmaiado e quase tão fraco que nem sua respiração era ouvida direito.

– Ele está com febre e precisa de cuidados médicos.

– Não toque nele – um dos garotos deu um passo em sua direção, mas Orion ergueu a mão na direção dele, o assustando. Com uma nova expressão, tensa e nervosa, ele tentou falar da melhor forma possível: – Não toque nele, temos que voltar, agora.

– Voltar?

– Mestre Gaukan não admiti demora – outro disse, tão franzino quanto os outros, com olhos largos. – Não podemos voltar de mãos vazias. Ele está esperando.

Rek e Enan se olharam, e algo em seu movimento alertou Orion.

– Quem é Galkan?

Rek ficou calado desviando o olhar para longe. Algo o infligira, e era esse nome. Orion conhecia bem o poder de uma palavra, ainda assim quando era direcionada a alguém. Antrax, Gidrin e Geoferd, por exemplo, eram nomes complexos demais para serem citados por qualquer um.

Dependendo de como ele era usado, sua fama poderia avançar de um extremo para o outro, em uma linha do bem e mal.

Não respondendo a pergunta, Enan segurou o rapaz e começou a levá-lo para a oficina do irmão.

– Venham, garotos. Eu tenho um pouco de aveia para vocês comerem, devem estar famintos.

Era claro que os dez queriam negar a oferta com todas as forças, mas suas bocas salivavam e seus corpos não queriam voltar para o meio da floresta, correndo para dentro de uma entrada secreta da montanha.

Não queriam roubar mais novamente, não por Galkan.

Eles seguiram Enan, pela comida e pelo seu amigo. Ao entrarem na oficina, os olhares dos garotos mudou. Os equipamentos guardados a plena vista, as grande fornalha de ferro usada para a limpeza de materiais, mas o que mais surpreendeu eles eram os grandes sacos de Íbrio empilhados no canto.

Um deles se aproximou, abrindo a boca com dificuldade de acreditar. Era uma pilha de dinheiro.

– Tão grande.

– É grande, mas é meu – Rek falou alto, no outro canto. – Não toque ou vou cortar sua mão.

Quando o garoto recuou para perto dos outros, Enan lançou um olhar irritado para Rek.

– Pode parar com isso? Eles estão aqui porque foram obrigados, não estão roubando porque querem. Pelo menos, uma vez na vida, se comporte.

Rek praguejou se virando para o armário, o abrindo e puxando várias sacas de trigo guardadas.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora