– Está na hora.
Comandando os homens, Azrael estacionou-se perto de uma pequena colina. A vista de onde estava era majestosa, poderia admirá-la por horas. Sendo seu antigo lar, estava muito acostumado com os Campos Dourados de Trigo, mas nunca sequer parou para ver que ele era composto por apenas uma única cor.
O amarelo que dominava o campo e os pequenos morros eram fechados, e não deixavam que outras cores se atirassem para dentro. Era egoísta, fazendo com que tudo ao seu redor pertencesse a ela.
Esse era o poder de uma única visão. E, também, do próprio Azrael.
– Estamos prontos para partir – Julto se aproximou por trás, não ficando ao lado dele. – Os homens disseram que você fez aquilo, novamente.
– O medo serve para acalmar os corações, de diversas formas. Quanto mais vermos calamidades, mais preparados para viver estamos. Eles precisavam desse instinto dentro deles, e farei com que sejam os guerreiros mais perigosos.
– Mesmo que seja verdade, acalme um pouco sua raiva. Eu a sinto mesmo estando metros de distância. Sei quanto esse lugar significa pra você, mas não quero um massacre, como da última vez.
O vento batia cotra a estola e o manto avermelhado de Azrael. Ele batia um dedo no outro, estando cada vez mais impaciente. Qualquer um que o visse poderia dizer que era um rapaz normal, mimado ao ponto de bater o pé simplesmente para ganhar o que queria.
Quem o conhecia, temia essa mesma impaciência.
Com um único passo para frente, areias negras começaram a fluir dos ombros de Azrael, caindo e se misturando em suas roupas. Elas penetraram em sua carne, até tocarem o solo. O chão enegreceu, consumindo por um poder negro descomunal.
– Mandem que eles avancem, eu irei dominar o vilarejo.
Com um salto na direção do vilarejo, o homem cortou cerca de 150 metros com imensa facilidade. Entretanto, ele não caiu. Flutuava dezenas de metros olhando para a vida pacata dos moradores. Alguns o viram, outros apenas continuaram sua caminhada, não sendo curiosos.
Um suposto rapaz estava parado em cima do vilarejo. Os comentários correram pelo vilarejo, chegando até mesmo a Leo. O careca estava caminhando pelos becos, procurando uma chance de avançar contra o doutor Manzuu Bay.
Leo caminhou até uma parte do beco onde conseguiria olhar para o céu e avistou o rapaz flutuando. Ele engoliu o seco, e socou uma das paredes com imensa força. Era claro, eles já estavam ali.
O Elfo Negro já estava preparando seu ataque.
Leo correu para fora do beco, gritando:
– Todos, fujam, agora. Ele é Azrael Fance. Está aqui para matar a todos nós.
Um dos comerciantes que prestava atenção no jovem, no ar, virou-se para Leo. A marca da cobra em seu corpo o denunciou. O homem apontou para Leo no mesmo momento, furioso.
– É Leonardo Takhan. Ele voltou, peguem ele.
Os Elfos, ao ouvirem um nome completamente sombrio, se viraram. Era realmente o careca que tentou matar todos os soldados do vilarejo. Ele estava de volta.
– Não deixem ele fugir.
Leo socou o primeiro que se aproximou e apontou para o céu.
– Ele vai matar todos nós. Me ouçam. Ele é um monstro da Igreja, vai nos queimar aqui.
Mais três Elfos chegaram pelas costas de Leo, mas ele correu para frente. Mesmo que suas habilidades com o Bio Arcanismo fossem geniais, não iria dar conta de três deles. Correu pela rua principal desviando de pessoas e esquivando dos soldados que se aproximavam.
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Passos Arcanos: Caminho da Honra
FantasyCaveleiro e Escolástico desde sua infância, Orion Baker é membro de uma família desonrada de Magos. Sua história é regida por leis naturais, querendo desvendar o mundo a sua maneira, não limitado pelas leis. A Igreja e a Ordem conjuram suas forças...