Capítulo 111 - Escriba e Comerciante

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Caminhando pela estrada, Orion apenas encarava as bases da vegetação. Os ventos frios balançavam o verde para a direção soprada e junto dela, o cheiro de terra molhada. A chuva continuou a cair por três dias seguidos, e por azar, Orion não pegara nenhum tipo de guarda-chuva feito de bambu no Exílio.

Por sorte, no primeiro dia da segunda semana, as gotas pararam de apedrejar o solo, e Orion. A roupa encharcada tornou-se a secar com velocidade quando o vapor fora expelido dos poros de seu corpo.

Uma chuva de uma semana, menos de um minuto para conseguir caminhar sem suas consequências. Por outro lado, toda a estrada e também os que estavam nela foram pegos.

Descendo um pequeno morrinho, a estrada de terra foi barrada por destroços. Orion não parou para investigar. Ninguém estava presente e nem mercadorias estavam jogadas. Seu estômago roncava para carne, mas apenas pedaços de madeira e vidro foram avistados.

Ele continuou, tentando ignorar a fome e um pouco da falta de forças das pernas. Estava caminhando por duas semanas, estava na hora de conseguir chegar mais perto do vulcão, mas nem mesmo o via de onde estava.

Com o tempo, a estrada fazia o mesmo caminho, mas olhando para trás, a montanha ainda estava lá, no sentido contrário do que andava. Não estava perdido, mas com tanto andado, pelo menos uma parte da boca do vulcão deveria estar visível.

Subindo pelo moinho, um gordo homem se projetou, gritando contra a própria carroça com uma pequena mula ao seu lado. Ele chutou a roda e depois gritou de dor, segurando o próprio pé. Orion se aproximou.

Estava quebrada. Uma das rodas estava destruída e toda a carruagem, aberta no teto, com mais de 3 sacos gordos por cima, estava quase tombada. Por sorte, os sacos foram presos por correntes nas bocas e não caíam.

– Merda. Merda. Duas semanas vindo daquela merda de caverna pra cair agora. Vai se foder, eu devia mandar castrar aquele cara que me vendeu essa porcaria.

Ele tirou a boina da cabeça e jogou contra a carroça, mas a pegou logo depois, repondo na careca. Suas bochechas gordas estavam vermelhas de raiva, mas não poderia descontar a raiva em nada, sua mula era preciosa e estava longe fazia quase 1 inteiro de qualquer pequena vila.

Se sentou olhando para baixo, desistiu de xingar.

– Vou ter que ir andando, depois de tanto tempo pegando aquela malditas pedrinhas, vou ter que deixar metade da comida pra trás.

– Tudo bem, amigo?

– Estou tranquilo, obrigado por perguntar.

Orion passou por ele, mas quando ficou de costas, a manga de seu manto foi puxado.

– Oh, eu não vi que era uma pessoa tão formidável. - O tom de voz do homem mudara para um mais euforico. – Por favor, faça favor a esse humilde homem, me ajude a consertar a roda da minha carroça.

Orion deu uma olhada para a tombada locomotiva de madeira e os sacos misteriosos, presos.

– A chuva fez isso tudo? Esteve andando debaixo daquela tempestade?

– Um doente me mandou pegar umas pedras, então, tive que vir correndo e voltar correndo. Agora, com essa merda destruída, não vou conseguir voltar.

As partes da roda quebrada foram o centro, vários filamentos no aro ligavam o meio foram destroçados, então, a rosca de trás despencou, soltando e fazendo a carroça tombar. O cara não precisava ser gênio para ver que o peso dos sacos foi quem quebrou a locomotiva.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora