Capítulo 84 - Fogo, Água e Terra

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- Então, esse é o acordo? - Georferd estava olhando para o pergaminho, sentado distante de sua cidade, do seu ducado, enfiado dentro de uma pequena com homens e uma mulher que já conhecera. Ainda estava deprimido, mas Gena estava diante sua face, logo ali, esperando pelo seu pai.

A garota não conseguia se mexer, mas seus olhos pediam a suplica. Estava tão perto e tão longe da sua liberdade, mas os seus sequestradores nem mesmo faziam menção de liberá-la.

- Sabem que o que estão pedindo é algo que pode matá-los, não sabem?

Kioshi deu de ombros.

- Como se nosso chefe não nos avisasse todas às vezes que mandamos uma carta. Vamos, logo. Nos leve até a Essência Sagrada.

O Duque concordou olhando para Gena, o encarando de volta, com olhar suplicante.

- Posso pelo menos...

- Vai logo. Não faça nada estúpido.

Dando passagem, Kioshi deixou que Georferd abraçasse sua filha, mas a garota ainda não respondia. Estava selada com uma pequena corrente nos pulsos.

- Não tente sequer tocar nessas amarradas, entendeu? - Esmeralda o alertou, ficando ao lado de Kioshi. - Eles são feitas para suportar uma pressão que nem mesmo um Mago de Quinto Núcleo racharia. Então, não faça nada.

- Tudo bem. - Georferd passou as mãos nas costas de Gena e desceu, tocando a corrente, secretamente. - Eu vou te tirar daqui. Tudo vai ficar bem. Eu juro.

Ele beijou a testa de Gena e se levantou. A garota foi pega por Dorival que a colocou nos braços e começou a caminhar para fora.

- O tempo acabou, papai do ano. Vamos indo.

Georferd os seguiu.

- Tudo bem.

***

A escuridão já estava atormentando Orion fazia algumas horas. Ele achara uma posição no meio dos galhos para descansar, usando as folhagens para deitar e dormir um pouco. As runas avisariam caso qualquer um se aproximasse, e dentro do seus sonhos, ele sempre estaria atento ao Anel Kioko.

O deserto, como sempre, o esperava. Embora sempre estivesse fazendo um grande frio, e Orion continuasse apenas explorando a imensidão dele, naquele dia, estava diferente. Ao adentrar, o frio que tanto percorria pelos ventos estava muito mais quente do que o normal.

As areias estavam quentes e até mesmo a luz de Vieszk brilhava mais intensamente do que nos outros dias. Ao olhar para a águia, a viu pairar um pouco mais baixa do que o costume, rodopiando o céu em giros.

- Vieszk – Orion gritou, tentando chamar o Fogo, mas ele não respondeu. Nada além de um sussurro dos ventos. - Ela costuma chegar rápido.

Ele olhou ao redor, ainda perdido. Algo estava tornando o Deserto em uma área oposta. A noite estava quente e a águia parecia perturbada com seus giros. Depois de aperfeiçoar Vieszk ao redor de si, o frio não era nada além de uma palavra.

Ao deixar o mundo desértico, ainda estava de noite. Na mesma posição, buscou o anel e deu uma olhada. A cor ainda estava fraca. Se sentou. O Rio Caído, como chamou o local, ainda possuía suas águas fazendo a descida até o pequeno lago.

Orion abriu o manto e pegou um dos tubos com líquido amarelado e bebeu. Era Protará. Algumas ideias de como aperfeiçoar a poção rondava sua cabeça, então, abriu o painel de mana e começou a descrever vários dos efeitos, sem surtar muita luz na escuridão.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora